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terça-feira, 9 de abril de 2013

O bom encontra o mau, e procura o vilão...


Todos nós, no dia em que nascemos, estamos longe de saber o que nos reserva o futuro, e o quão complicado será a nossa inserção numa determinada sociedade. 
Talvez devêssemos à nascença saber ler para nos podermos preparar para o que a vida nos reserva, mas principalmente, para nos inteirarmos de que existem seres semelhantes a nós com interesses e maneiras diferentes de ver a mesma realidade. 
Quando digo "saber ler à nascença", direcciono o meu pensamento para autores que estudaram e pensaram, filosoficamente, o indivíduo e a realidade que o absorve. 
Autores como Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau podem ser o nosso guia de boas práticas e vivências, desde muito cedo.
Por mais voltas que dê à cabeça nunca me consigo posicionar em relação ao que cada um destes autores pensam do ser o humano, enquanto ser livre e enquanto ser sóbrio, nas suas visões em torno do Contrato Social a que todos estamos sujeitos. 
Senão vejamos:
Hobbes, acredita que o ser humano é "mau" por natureza, e que num estado natural todos os homens seriam considerados iguais, logo, sem um sistema de regras e leis (sociedade) que os regula-se prevaleceria a lei do mais forte, a "lei da selva". Este inevitável conflito levou a que Hobbes afirma-se que "o homem é o lobo do homem". Assim, a sociedade aparece como um mal necessário.
Já Rousseau, contrariamente a Hobbes, acredita que o homem é por natureza "bom". E que é a sociedade que o corrompe, porque lhe atribuí poder (status). E é essa deficiente distribuição de status que leva o homem a sentir pela primeira vez os valores de injustiça social.
Toco hoje neste ponto porque ontem tive a minha primeira experiência de vida com a teoria do contrato social. Em 27 anos de vida tive a primeira experiência, onde interesses individuais se tentaram sobrepor a interesses grupais. 
A frase que me levou a pensar um pouco mais sobre a prática do contrato social, foi a seguinte: "Os jogadores de futebol são por natureza egoístas". Não...não foi Hobbes a afirmá-lo, mas quem o disse acabou por se posicionar na visão negativista do homem.
Depois disto, e de reflectir muito em seu redor, consegui finalmente posicionar-me e deter a minha visão pessoal sobre o tema. 
Assim, adopto uma posição intermédia. 
O homem não é nem totalmente bom nem totalmente mau, é como uma "tela em branco". Tela essa sujeita a ser pintada com todos os valores que a sociedade lhe transmite, sejam eles "maus" ou "bons". Depois de absorvida a quantidade de valores que permitam ao homem construir a sua personalidade, aí sim, existem valores que se sobrepõem, tornando a pessoa mais, ou menos, corrompida pela sociedade ou grupo em que está inserido.
Mas a problemática em causa tende a não ser assim tão taxativa, como também percebi ontem. Pois o homem, detentor da sua personalidade, composta por diferentes valores, oscila na tal sobreposição dos mesmos, conforme o seu status social momentâneo.
Por outras palavras, quando o homem está bem posicionado na estrutura social, tende a ver o seu grupo como um bem necessário para a sua sobrevivência, onde todos os seus elementos vivem em prol do bem geral. Ou seja, todos os homens tendem a ver a realidade que os rodeia com maior nitidez.
Por outro lado, se o homem estiver mau posicionado na sua sociedade, onde os obstáculos parecem mais difíceis de ultrapassar, os valores negativos ganham importância em detrimento dos seus homónimos positivos. O que leva o homem a olhar para o seu grupo como um mal necessário. Este contexto também é propício à sobreposição de interesses individuais face a interesses globais. O homem tende a ver a realidade que o rodeia de uma forma sombria e deturpada, onde o seu semelhante quer apenas o seu bem individual. Os fantasmas aparecem em qualquer situação, o que pode levar à ruína do grupo.

Todos nós passamos a nossa vida neste limbo de oscilações, entre a visão positiva e a negativa da sociedade, e por isso, hoje somos "bons", amanhã somos "maus", e um dia talvez seremos o "vilão".
O importante era que todos tivesse-mos a sensibilidade necessária para percebermos em que status nos encontramos hoje, com tudo o que isso acarreta.

Desculpem este Barão, mas este (post) teve de ser...        


3 comentários:

Anônimo disse...

Acho que o Homem não tem natureza boa ou má, nasce com um único valor, a lei da sobrevivência, todos os outros desenvolve com a experiência da vida. Como tal, se tivermos mesmo que definir a natureza humana, diria que nascem maus, mas vivem e aprendem a ser bons.

Diana disse...

Aulas de ciência política, quanto valem. E Aristóteles achava que o todo é maior que a soma das partes; o que quer dizer que bons e maus valem mais juntos. É preciso os dois. Bj, Barão

Unknown disse...

obrigado pelos vossos comentários!cumprimentos