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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Os malditos fantasmas de Abril...


Ando um bocadinho farto desta data. 
Não pelo significado que esta representa para nós portugueses, mas sim, pelos hábitos enfadonhos que todos os anos nos transmitem os valores vinculados a esta comemoração. Mais concretamente a sua banda sonora.
Todo o santo ano, parece superstição portuguesa, levarmos  com músicas que já deviam estar enterradas à pelo menos 38 anos.
Ok, é certo que temos que relembrar a data, com tudo o que isso acarreta, mas falo por mim, se há coisa que me irrita ouvir são as ladainhas de senhores como Sérgio Godinho, José Afonso, Paulo de Carvalho e companhia...não imaginam a arreliação que isto me concerne. 
Este senhores, através das suas músicas e letras, cascaram numa pátria afundada na ditadura, e davam vivas à liberdade do povo português e à democracia, só e apenas isso! Não são, nem nunca foram, heróis da pátria como muitos de nós os pintamos. Posso saber o que de concreto estes indivíduos fizeram no dia 25 de Abril de 1974 de tão relevante para serem lembrados e viverem às custas do que cantaram, a cada ano que passa, e com isso relembrar aquelas músicas baseadas, isso sim, em poemas de grande valor? 
Que "malhas" são estas que têm que me acompanhar nesta tarde solarenga, em todo o lugar onde eu pise? O ponto alto foi a Fnac estar a transmitir num ecrã gigante um concerto de José Afonso, onde o homem parecia estar em sofrimento em cada palavra que proferia, e a plateia adorava o seu "Deus" de Abril.
Detesto esta face musical do nosso 25 de Abril, se há coisa que não aprendi na escola foi que a data servira para eternizar artistas que não tomavam banho, não faziam a barba, e fumavam a sua erva como forma de revolta democrática.
Mas é o país que temos. Continuamos literalmente na merda, e muitos destes senhores continuam a viver na sua pátria amada. Experimentem emigrar e fazer a banda sonora da revolução do Laos, é um conselho que vos deixo.
Talvez um dia, quando nos virmos livres da Troika, também possamos passar a venerar eternamente artistas como Luís Represas, André Sardet, Mafalda Veiga...a meu ver só estes têm "valor" para expulsar o "triumvirat" do nosso país. 
E por favor comunicação social, não chames revolução a este dia! Assim as pessoas nunca saberão que o 25 de Abril de 1974 não foi nada disso, mas sim um golpe de estado, seguido de um processo revolucionário! 
Era para vos deixar com um excerto desse grandioso concerto do Zeca, mas como tenho pena de vocês, deixo-vos a minha banda sonora para celebrar o dia de hoje:





Seriamos tão mais felizes!

Se feriu susceptibilidades, o Barão pede perdão, mas mais músicas de trovadores não!


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