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terça-feira, 24 de abril de 2018

Berlim, uma cidade descomplexada

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Berlim, Abril de 2018.

Os anos foram passando, e as promessas a Berlim da minha parte eram muitas. Defraudei-as sempre, até agora!
Elevadas expectativas e boa disposição, eram duas das coisas que me enchiam a mala.
Demorei duas horas na parte mais turística da cidade, onde desbravei a área mais badalada pela história. Fez um tempo maravilhoso naqueles dias, por isso, e mais uma vez, varri a cidade a pé de máquina em riste.
A imponência arquitectónica e histórica, estavam bem patentes em todos os recantos daquela gigante capital alemã. Ainda que nem sempre pelas melhores razões, a história daquele país e da outrora capital do império de Hitler, não vislumbra qualquer tipo de complexo pelo passado menos feliz. Muito pelo contrário!
Foi talvez isso que mais me surpreendeu em Berlim: colocar o próprio dedo em todas as suas feridas, que o tempo vai sarando.
Berlim é como se fossem duas cidades numa. Na parte ocidental da cidade, existem tiques de modernismo e luxúria. Já no lado leste da cidade, há talvez a maior riqueza multi-cultural que a velhinha Europa já conheceu.
Foi realmente esta parte leste que me fez ficar de joelhos.
Ali existe uma mistura pelo traço arquitectónico soviético russo e a vanguarda cultural. Heterogeneidade, multi-culturalismo, pre-anarquismo, liberdade, vanguardismo...são tudo características da parte de trás de Berlim.
Imaginem o Bairro Alto lisboeta multiplicado pela cidade. É assim.
Ali fala-se inglês na rua. Em 20 restaurantes, 15 são vegetarianos. Existe uma enorme consciência ambiental naquela parte da cidade. Galerias de arte, lojas vintage, recintos culturais com regras próprias e paralelas aos restantes. Mentes abertas sem quaisquer preconceitos ou complexos, teimam em vaguear pelas ruas.
De fazer corar o conservador português, que partiria o pescoço de tanto censurar o diferente. 
Pude verificar também uma enorme comunidade árabe na cidade.
Berlim, inserida num dos países mais ricos da Europa, consegue praticar preços bem abaixo dos de Lisboa. Talvez por isso, uma simples loja de roupas em segunda mão ou um estúdio de tatuagens, proliferem pela cidade. 
As pessoas andam de cabeça bem levantada e só olham para a frente, não deixando que nada as surpreenda dos lados.
Bela lição que Berlim me ensinou: não deixes que o teu passado limite o teu futuro.
Voltarei. Até porque não nevou...

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