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sábado, 1 de dezembro de 2012

Tendencialmente gratuito, mas pouco...


Desta vez juro que vou ser breve.
Tive conhecimento pelos noticiários, de que o governo prepara-se para, mais ano menos ano, incluir propinas no ensino secundário, a começar desde o próximo ano pelos chamados "cursos profissionais". Com o governo sedente de receita, esta nunca me pareceu uma medida que chega-se sequer a ser equacionada, mas ao que parece, aos poucos, vão-nos tirando tudo, até a instrução.
Há muito que o Estado Social se encontra em falência, e quando acompanhado de sede, bem... assim o povão que se lixe!
Se esta medida chegar a ver a luz do dia, o ensino obrigatório deixa de fazer sentido, e a qualificação através da escolaridade idem. Voltaremos a ter uma sociedade a desempenhar funções com base no seu conhecimento prático, e deixaremos de ter as benesses que actualmente temos com programas como "as novas oportunidades".
Já no século passado, o Estado não tinha grande preocupação em ter doutores ou engenheiros, mais preocupado estava em deter pessoas que trabalhassem e soubessem daquilo que fazia, onde crianças, com apenas meia dúzia de anos, começavam a dar no duro para obter conhecimento de um qualquer ofício para o futuro. Mas nesse tempo havia futuro profissional, quer fosse na agricultura, pescas...a grande diferença é que hoje sabemos que o futuro não é amanhã, nem daqui a 10 anos. Então reflictam comigo: o que serão das nossas gerações futuras, que não sendo obrigadas a estudar, ou não tendo posses financeiras para tal capricho, serão aprendizes de quê? feiticeiros?
Na nossa Constituição da República está consagrado que, o ensino é tendencialmente gratuito, o que convínhamos, desde 1976, tem vindo em sentido totalmente contrário, onde propinas são cada vez mais altas, e agora isto...
Quando se paga por alguma coisa, nem que seja a formação académica, espera-se algum em troca, como um emprego...sei lá. O que acontece, é que os alunos pagam o curso ao nosso Estado e vão pôr os seus conhecimentos ao serviço de outro qualquer que os valorize.
Preparem-se para, qualquer dia, ter-mos que pagar para tarefas tão simples como:
-entrar em casa (com tarifas dependentes da hora de entrada);
-estacionar o carro na nossa própria garagem;
- ou até respirar, quem sabe! (afinal, pensem numa coisa, que fazemos hoje, que não tínhamos que pagar, de uma forma ou de outra).

Actualmente a frieza dos números passou à frente de qualquer valor fulcral de cidadania adquirido, com tanto sacrifício,  pelos nossos antepassados! E nós, o que nos deixam fazer para preparar o futuro dos nossos sucessores? 
Vai ser difícil viver neste planeta daqui a uns anos.

Levam-me tudo, mas não me levam as palavras que saem por baixo deste bigode!
Disse...

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