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domingo, 28 de outubro de 2012

Bom Inverno com Bon Iver


Sexta feira passada foi uma daquelas noites, que devido à reunião de vários factores, me irá ficar para sempre na memória.
Foi daquelas noites que só acontecem quando o Rei faz anos, e desta vez fez mesmo, não fosse ela ter reunido um conjunto de coisas que me faz ser a pessoa que hoje sou.
Uma delas foi a banda sonora com que terminei o dia: Bon Iver, ao vivo no Campo Pequeno, por Justin Vernon e companhia.
Para os mais curiosos este senhor que veio revolucionar o folk americano, adoptou um estilo de vida de fazer inveja ao mais cosmopolita dos humanos, pois decidiu viver no meio de uma floresta, numa daquelas casas de madeira, onde se ganha a vida como lenhador, e nas horas vagas se faz música que transmita tudo isso.
Pois bem, a noite era do típico Outono português, não fossem as folhas pelo chão, o fresquinho, e o cheiro a castanhas que divagava em torno da praça.
Cheguei cedo e logo me apercebi que não era o único a dizer não a Ornatos (sendo que vendi o meu bilhete assim que soube de Bon Iver), e a receber com muita expectativa um espectáculo que ainda só tinha assistido em álbum.
Ao entrar no interior da já repleta praça de touros, fui recebido por um trio de irmãs angelicais londrinas, demonstrando-me que existem vozes que valem mais que mil instrumentos.
Mais tarde, e com o típico atrasado, sobem ao palco 9 músicos de excelência, liderados por Justin Vernon, levando o público ao delírio ao som de Perth.
Com os primeiros acordes, os primeiros arrepios (coisa que me acontece, sempre que boa música me leva a outros lados...)
Sendo muito sintético, o que se passou na hora e meia que se seguiu, foi algo que já não sentia há muito: um misto de paz e prazer entrava-me pelos os ouvidos sem pedir licença. Durante esse tempo, aqueles 9 músicos conseguiram fazer esquecer os problemas aos milhares presentes, e eu fui um deles.
Toda aquela histeria teve o seu momento mais alto depois de Skinny Love. E skinny love não é aquilo que os portugueses sentem  por Bon Iver, acreditem...
Três encores foram necessários para que o concerto chega-se ao fim, e as minhas expectativas, que já eram altas, foram de longe ultrapassadas.
Comentava no fim com o meu bigode: "Pah, Bon Iver ou se ama ou se odeia", "E só ama este tipo de som quem tem a sensibilidade auditiva necessária para tal", " O público português ou ama bandas ou detesta, e é muito exigente...neste caso não restam dúvidas"
Bon Iver caiu-me no goto acerca de 4 anos, aquando do Ep Blood Bank, era a banda sonora mais cirúrgica, no que toca a momentos mais íntimos da minha vida. Ao partilhá-lo com amigos, ainda hoje, não é bem entendido...por isso tomei a liberdade de considerá-la uma banda só minha.
Com o inverno o meu estado de espírito altera-se, e Bon Iver vem completar o resto. Parece que foi algo feito só para mim!
Pena que parece que este projecto tem os dias contados...

Dedico-vos esta:



Este meu bigode já tem mais uma noite para contar aos netos...

    

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