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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O centro nevrálgico de uma geração sem meio termo


Em amena cavaqueira, ontem , com um amigo meu, o tema da conversa fora o mundo contemporâneo. Uma simples e humilde conversa em torno do mundo que nos rodeia hoje, nas suas mais diversas vicissitudes. Passámos pelos lados bons, pelos lados menos bons e pelos lados maus. Corremos de lés a lés todas as características possíveis, para que dois curiosos leigos pudessem encontrar um significado para o mundo actual em que vivemos. 
A época, a geração...até nos questionarmos como "nós", que vivemos hoje, seremos lembrados pelas gerações vindouras, daqui a 50 anos. O que é que eu e os meus semelhantes temos feito, e o que não temos, para que nos possam rotular um dia mais tarde. Assim como rotulamos a "geração dos loucos anos 20", a geração da 1ª Guerra Mundial, a crise com a chegada da 2ª, o despontar do mundo artístico contemporâneo, a malta que passou pela ditadura, o português emigrante, "o tempo das vacas gordas", e nós? Como seremos relembrados? A geração do terrorismo e do 11 de Setembro, a geração das redes sociais e dos telemóveis, a geração "à rasca"...?
Foi então que, de uma forma bastante metafórica, chegámos a uma conclusão consensual. Podemos uma dia mais tarde ser lembrados pela geração extremista, a da negação do meio, aquela que optou pelos pólos e não pelo centro. Quero com isto dizer que tudo o que é "médio", "mediano", "centralista" não faz parte da nossa Era!
Vejamos. 
Vivemos numa sociedade onde a classe média se diluiu para baixo e para cima (muito ricos e muito pobres), nos restaurantes já só temos duas opções: bem passado/mal passado. Os Donuts continuam a não ter o centro, já lá vai o tempo em que a virtude estava no meio. No futebol já não existem aqueles puros números 10. Até a minha escola primária que se chamara "Escola do Centro", deixou de o ser...
Talvez uma coisa que fuja um pouco a esta regra (que não é absoluta), é o facto de haver muita gente que continua a lutar, diariamente, para ser o centro das atenções. Mas isso é outra conversa.
Podemos ser relembrados como a geração sem centro nevrálgico, aquele que nos confere a condição mais importante. Viver em harmonia uns com os outros. 
O dinheiro esse, consegue-se sobrepor a tudo isto, e encaixar todos os centros, médias, medianas...possíveis e imaginárias, apenas numa nota ou moeda.
Hoje, o cerne da questão está no dinheiro. Só depois vem a condição humana. 
Caminharemos nós para máquinas, aos olhos dos senhores que giram a roda do mundo actual?       

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