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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Mais uma vez...o futebol!


Mais uma vez, escrevo sobre futebol. Não do desporto jogado, mas do desporto fora das quatro linhas. Onde, aliás, sou craque há já alguns anos.
Hoje, das poucas vezes que vejo o telejornal, vi uma reportagem que me deixou sem fala até agora. Tratava-se do estado de saúde de um ex.profissional de futebol português, de seu nome Zé António. Este atleta viu-se obrigado a deixar a sua carreira, como jogador profissional, aos 28 anos, porque lhe fora diagnosticada esclerose lateral amiotrófica. Desde então, Zé António, juntamente com os seus familiares, têm lutado, há já 10 anos, contra a doença. Contudo, sem grande sucesso pela falta de informação, conhecimento médico, inexistência de cura... No entanto, mesmo extremamente debilitado e limitado pela doença, Zé António não desiste de se curar. 
Depois, como quase sempre nestas histórias tristes, a falta de dinheiro também limita em muito o tratamento destes casos. Foi então que, aproveitando esta onda dos banhos públicos/gelo solidários, um seu amigo à séria, o treinador Carlos Carvalhal, decidiu iniciar um movimento solidário do mesmo tipo, para ajudar o Zé António a mudar de casa, para que tenha uma melhor qualidade de vida, na medida do possível. Um bem haja para Carlos Carvalhal.
Contada, ainda que de forma sucinta, esta história que me deixou sem fala até agora, escrevo este post porque, no meio de tanto choque, houve uma frase que ainda me faz eco na cabeça. Uma simples frase, proferida com dificuldade por Zé António, que explica quase tudo aquilo que eu penso em relação ao mundo do futebol (porque é aquele que, feliz ou infelizmente, conheço melhor).
Só isto " Dez anos depois, a única pessoa que ainda hoje me liga quase todos os dias, e se preocupa comigo, é o Carlos".
Não precisaria de muitos caracteres para escrever sobre isto. Ainda assim, vou tentar ser sucinto.
Uma vez alguém se lembrou de definir futebol da seguinte forma: "...o futebol é momento. Ou estás nesse momento, ou não serves para o futebol". Isto para deixar claro que, pratico este desporto há 20 anos, passei por vários clubes, passei por muita coisa, viajei alguma coisa, transpirei muito, conheci muita gente, e até criei um certa empatia com algumas dessas pessoas/colegas. O que reparo que acontece, é que os "amigos" no futebol têm a duração do contrato que assinaste. Posso afirmar, que mesmo nutrindo algum sentimento positivo, em relação a algumas pessoas que conheci no futebol, não consigo considerar nenhuma delas um amigo. Porque talvez dê extrema importância a tal palavra, não sei. 
Amigos, tenho alguns daqueles que me restam da infância, e que a vida me foi oferecendo pelo caminho, nenhum deles com ligações ao futebol, nem com prescrições contratuais. Em conversa com alguns colegas mais antigos do futebol, estes partilham exactamente da mesma opinião que eu (por muito que lhes tenha custado acreditar). Por isso, existem pessoas na nossa vida, e pessoas da nossa vida.
Sei também, que quando deixar de praticar este desporto, nunca mais verei a grande parte das pessoas ligadas a ele. Porque sinceramente, não irei sentir falta delas, nem saudades. Posso parecer muito frio e duro quando digo isto, mas é o que sinto. Por exemplo, nunca num defeso senti falta de quem quer que fosse, porque a minha felicidade e bem estar não depende delas. Para isso estão cá os amigos e a família, que são parte fulcral da minha vida, seja no defeso, seja durante a época.
Agora imaginem a confusão que me mete ouvir, a expressão da moda no mundo do futebol: "mano"!!!!! Somos todos irmãos, mesmo sendo eu filho único.
O mesmo se deve passar noutras profissões, mas como vos digo, é o mundo que eu conheço.
Voltando ao Zé António, querem melhor e maior exemplo disto que escrevi acima!!???
Chapéus há muitos...

   

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