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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dias de raiva


Infelizmente, ainda existem coisas capazes de me tirar o sono, e assuntos que me perturbam de tal forma que, finalmente, começo a perceber um pouco do que se passa pela cabeça de uma pessoa, quando tenta fazer justiça pelas próprias mãos.
Este não é um assunto novo por aqui. 
Há uns meses atrás, já vos tinha alertado para algo muito estranho que se passa em torno das casas de banho públicas do parque Expo, ao pé do skate parque. Onde enumeros indivíduos vagueiam pelas redondezas, entram e saem das WC's a toda a hora, estão sempre atentos ao seu redor, chegam cada um no seu carro por turnos, normalmente vestidos com aspecto formal, de idades compreendidas entre os 30 e 60 anos. Isto todos os dias, durante todo o dia. 
Volto a este assunto, porque aquela é uma zona diariamente utilizada por mim, como local de treino e exercício físico. Todas as manhãs, de há um ano a esta parte, tenho-me apercebido de toda esta movimentação suspeita. As caras são quase sempre as mesmas, mas na ordem das duas dezenas. Durante todo o tempo em que estou por ali a treinar, ultimamente, tem sido mais um treino de detective inconsciente do que físico. Porque mesmo a pessoa mais distraída do mundo, que passe ali todos os dias, é impossível não reparar. 
Já apanhei algumas cenas relacionadas com esta situação, nenhuma delas agradável para quem ali passa (adultos e crianças), mas nada conclusivas em relação ao teor da mesma. 
Há uns meses atrás, entrei pela primeira vez naquela casa de banho dos homens, e enquanto estava a fazer a minha necessidade líquida, reparei que as paredes estavam repletas de números de telemóvel, cada um com uma mensagem relacionada com prostituição homossexual. Do género dos anúncios na parte do convívio dos classificados, mas mais porcos ainda. Só se diferenciavam os "activos" dos "passivos"...e para juntar a isto, poucos segundos depois de ter entrado naquele local de culto, entrava atrás de mim um individuo que apenas olhou para mim e se penteou ao espelho (algo que, passados alguns meses de observação, é prática comum ali). Já mais recentemente, aquando de um passeio com o Sushi na mesma zona, vejo sair um homem do meio da vegetação densa, apertando as calças... "olha àquele deu-lhe um aperto", pensei eu. Algo que se poderia ter vindo a confirmar, a contar pelo passo apressado do homem, não fosse ter saído outro individuo dali, quase que de imediato!!!!
Juntando tudo isto, estas são coisas que me têm andado a "bailar" na cabeça, e que me deixam com um índice de raiva que eu nunca pensei sentir um dia. 
Ainda o mês passado, enquanto eu treinava, oiço um choro de um menino vindo da casa de banho. Depois vi-o a sair de lá a correr para junto de alguém no exterior, abraçando esse alguém continuadamente. Não consegui perceber ao certo o que se passou. Mas o menino não estava sozinho na casa de banho... escusado será dizer que isto não sai da cabeça!
Recentemente também, apanhei uma conversa entre dois sujeitos que lavavam ali o carro, apontando para os tais suspeitos que se encontravam a pairar sobre a casa de banho masculina, afirmando estes que "estes filhos de uma puta não saem daqui nem por nada. Qualquer dia...". Aí fiquei a perceber que não sou o único a aperceber-me desta situação. Mas não me quis meter.
Lá está, é algo que me perturba e incomoda, mas como não sei ao certo o que se passa ali, e não é nada comigo, fico-me pela observação. Ou melhor, ficava. Até ontem!
Ontem, já no final do treino, reparo que um carro abrandara ao chegar ao pé de mim. Coisa normal, porque muita gente se perde e precisa de informações rodoviárias. Olhei para o carro e estava um homem a conduzir, com a cabeça de fora, a olhar para mim. Esperei que dissesse alguma coisa, mas nada. Quando afastei o olhar, oiço um assobio ténue, voltei a olhar para o carro e nisto o sujeito (em plena luz do dia) pergunta-me o seguinte: "...mamada. vai uma mamada?". Aí senti-me fora de mim, e a minha reacção foi de correr em direcção ao carro, com o intuito de fazer sei lá o quê! Não fosse o homem ter fechado o vidro o acelerado, desaparecendo-me da vista.
Quem me conhece, sabe que não sou nada, mas mesmo nada violento, mas ali foi o ponto de combustão de uma história que me tem atormentado nos últimos tempos. Pena só depois me ter lembrado da existência de pedras no chão...
Mas o que é isto? Aquele por ventura, vai ter que mudar de local de ataque, porque eu ando por ali todos os dias e não ia gostar nada de voltar a vê-lo!
Juro que já me passou pela cabeça ir à esquadra. No entanto, acho melhor não me meter nisto, senão ainda me vou chatear a sério.
Como é possível existir gente assim, como estes problemas psicológicos todos? Com uma mente tão perversa? Com tão pouca vergonha? Com idade para ter juízo? Com tanta vontade de levar nos cornos?
Deixo aqui o meu testemunho, e espero sinceramente que isto não seja notícia nos telejornais, pelas piores razões, um dia destes.      
     

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