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terça-feira, 21 de outubro de 2014

You bet? I quit!


Chegou a altura de falar neste flagelo da sociedade. 
Depois de muito analisar o comportamento de pessoas próximas, verifico que existem vícios menos prazerosos e mais chatos do que outros.
Algum de vocês tem um amigo próximo que vive em função de sites de apostas, pensando fazer disso profissão? Bem me parecia que sim!!
Nos tempos que correm, pior do que ser viciado em redes sociais é ser completamente viciado em sites de apostas. É, por ventura, o mais recente e mais chato vício do mundo.
Tenho vários amigos que, de tão agarrados a este mundo que estão, tornaram-se completos especialistas nos mais diversos pormenores desportistas. E não se pense que estes percebem apenas de futebol, porque a sua mente é escrava também de corridas de cavalos, ping-pong, corridas de cães, cricket, rodeos e afins. Quando passas um dia entre amigos e percebes que estás completamente fora do assunto que se trata, é quando desesperas por saber quem é o melhor jockey, o melhor batedor de bolas, o que é que o Kelly Slater comeu ao pequeno almoço...tudo isto a ser analisado e debatido com o auxílio religioso de qualquer dispositivo móvel com acesso à Internet.
Deste modo, tenho amigos capazes de prever coisas tão imaginárias, como o número de pontapés de canto contra, que o Benfica irá ter nos últimos 10 minutos da primeira parte do prolongamento, da segunda mão da Taça de Lisboa em Benjamins C.
O problema deste vício é que não permite qualquer tipo de diálogo olhos nos olhos. Por exemplo, quando puxas de um assunto para conversar, reparas que o teu amigo não ouviu metade do que disseste, limitando-se a abanar a cabeça, emitir sons, ou dizer que sim ou que não. São estes os sintomas deste vício: pessoas aborrecidas e sem conteúdo. E quando te queixas de falta de atenção, consegues tê-la de volta numa janela nunca superior a 5 minutos, porque entretanto foi golo da equipa contrária àquela que o teu amigo apostara 50 euros há dois minutos atrás!
A pior parte disto tudo, são as reacções aos ganhos ou perdas, quando nada o fazia prever. Assim, aqueles que apostaram nas coisas mais difíceis de acontecer e ganharam, auto-proclamam-se génios das apostas. Por outro lado, e bem mais perigoso, os que perdem uma aposta impensável, auto-flagelam-se com o que tiverem à mão, acabando por vos deixar com saudades de ouvir conversas sobre estatísticas desportivas...
Este novo vício, é tão mau quanto outro qualquer, porque envolve perder mais dinheiro do que aquele que se ganhará. Pois essa é a génese de qualquer site de apostas. O pior é que o vício é totalmente consciente por parte de quem o tem. Mas quem acaba por perder sempre é quem tem amigos agarrados a isto.
Tenho saudades de quando, entre amigos, se falava de gajas boas durante horas a fio!!
Tenho dito.    

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