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segunda-feira, 22 de julho de 2013

O lado "bom" do SBSR


"Shame on me!", foi com esta frase que iniciei o meu sábado passado.
Para os mais atentos, tinha afirmado que tinha feito um risco nos festivais de há um tempo a esta parte. Concerto curtos, espécie low-cost, bandas em sub-rendimento e preços abusivos para os tempos que correm, entre outros, foram os motivos que me levaram a tomar tal posição extremista face aos festivais de música em Portugal. Não mudo uma vírgula àquilo que tinha dito antes, e torno a afirmar. 
Assim, espero impacientemente por concertos de bandas em nome próprio, onde o espírito é outro e as bandas, geralmente, tendem em fazer valer o custo do bilhete. Talvez por sentirem que as pessoas estão ali, essencialmente, para os ver e pronto!
Mas como tudo na vida, existem excepções à regra. E no sábado passado aconteceu-me uma delas.
Já ao fim do dia de sexta feira, uma alma caridosa (a quem eu tanta estima tenho) persuadiu-me em seguir caminho até ao Meco, naquele que era o meu dia de eleição. A melhor parte deste convite era que tinha um bilhete completamente grátis para mim!!! Nem hesitei em aceitar.
No sábado, pela fresquinha, lá seguimos caminho para os tão aguardados concertos de Gary Clark Jr. e Queens of the Stone Age que me enchiam a alma de excitação e altas expectativas.
Como fomos cedo, desembocamos a nossa viajem uns kms depois do recinto do festival, procurando por algum local onde regar a sede e apaladar a boca. Foi então que, em plena aldeia do Meco, numa daquelas esquinas recôndidas, fomos encontrar aquele que mais tarde seria um dos momentos mais altos da noite: uma pequena casa de pasto perfumada com a melhor fragrância a petiscos que alguma vez cheirei, com o nome sugestivo de "Sr. Domingues" (o próprio).
Entrámos, e aqui começaram a aparecer as maravilhas e originalidades daquele espaço. 
Ora bem, a única coisa que o cliente não faz ali é: a comida, lavar a loiça, e passar fome e sede. Tudo o resto, desde meteres a mesa, até fazeres a conta fazes... tudo ali se tornava mágico à medida que a casa enchia. De resto, comi dos melhores mexilhões e ameijoas com pão caseiro, da minha vida.
Mesmo com a casa completamente à pinha, o Sr. e a Sra. Domingues, cada um na sua função, aviavam os seus clientes ao mesmo tempo até perderem o fio à meada, sempre com uma simpatia e descontracção de se lhe tirar o chapéu.
Mas era na hora de fazer a conta, que o expoente máximo desta confiança cliente/proprietário se fazia sentir. Fazia-se uma média de imperais e de petiscos por cabeça, e em poucos segundos estava tudo acertado entre as partes. O único senão destas coisas era na parte da estimativa das imperiais, onde me cheira que o casal Domingues ficou a perder umas dezenas...
No entanto, pelo que me apercebi com este modelo de negócio à antiga, o sucesso não é de todo inimigo da boa vontade de ambas as partes. 
Depois à saída, ainda fiquei a saber que aquele local é um ícone da especialidade com reconhecimento nacional há muitos anos.
Um pouco como acessório, para fechar em grande, já não morro sem ter visto, ao vivo, os concertássos de Gary Clark, e QOTSA, o que deixa este bigode muito mais arrebitado!!     

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