Bem sei que não são alturas para devaneios, nem para embandeirar em arco. Mas também sei que se metermos a cabeça na terra (como a avestruz) não passamos da cepa torta!
O mundo é dos audazes, e protege as pessoas afoitas e corajosas. Sempre foi e sempre o será.
E são nestas alturas mais difíceis economicamente, que se constroem os grandes negócios que mais tarde se vêm a transformar em fortunas.
As pessoas mais velhas tendem a ser um pouco mais cautelosas em relação ao futuro. Muitas vezes, pelas lambadas que a vida lhes tem pregado. Vivem o hoje com medo que o amanhã chegue, porque nunca se sabe o que lhes trará. Como eu as percebo...
Mas eu sou novo, tenho uma vida pela frente e tenho que arriscar para ser feliz, já que a formação académica não chega neste país.
Se és novo e não tens expectativas de futuro, não estará na hora de pores a mão na massa? E porque não criares o teu próprio negócio?
É fácil falar não é? Mas acredita que não será assim tão complicado arrancares, porque nem sempre é preciso muito dinheiro.
Ter um mealheiro recheado de poupanças com o objectivo de vir a utilizá-las quando isto der para o torto, pode ser um risco muito elevado. Dado que depois irá chegar o dia em que ficas desempregado e sem poupanças. As fontes também secam sabias? E depois?
Todos nós temos um sonho, por muito pequeno que ele seja, nem que seja ser feliz. Então temos que aproveitar a coragem inerente à nossa juventude para perseguirmos tal sonho, que te parece tão distante de alcançar.
Tudo o que tens de fazer é observar o mercado e tentar encontrar aquele nicho que te levará ao sucesso. Visto que nada é garantido há que arriscar! Não tentar é que não te leva a lado nenhum. Sê paciente e nunca te precipites. Olha para a realidade que vives como uma saída de emergência. A vida pode ser muito injusta, mas também quero acreditar que detém todas as fugas para a tua felicidade, só temos que encontrá-las.
Pega nesse tal nicho de mercado, estuda-o, e aos poucos elabora um projecto ou um modelo de negócio viável que o possa tornar realidade. Se for o caso, desafia os teus verdadeiros amigos para tal ideia, e com sorte alguém entrará no teu barco. Assim, aproveitas as capacidades de ambos para construírem um negócio com pernas para andar. É sempre mais fácil ter duas cabeças, ou mais, a pensar no mesmo.
Depois informa-te, por exemplo, o Estado tem programas de ajuda financeira para os jovens empreendedores que queiram criar a sua própria empresa. Apresentas o teu projecto de negócio a várias pessoas especialistas no ramo, e podes ter a sorte de encontrar um investidor. Se é que já não o tens na família, sei lá!
Eu acredito que este nevoeiro do presente, mais tarde ou mais cedo, se dissipará e quem tiver nessa altura com uma ideia inovadora em prática só tem a ganhar.
O problema por vezes é que oiço muitos amigos meus dizer: "Não faço ideia onde vou trabalhar depois de me licenciar. Não me vejo a fazer nada, porque não sei fazer nada". No entanto, lá no fundo tens que ter alguma capacidade. Seja ela mais ou menos valorizada pelo mercado, mas ela pertence-te de certeza. E é ela que te torna diferente de toda a gente, e que tens de ser tu o primeiro a potenciá-la, visto que hoje dificilmente alguém te irá fazer o mesmo. Se tens várias, estás à espera de quê?
É normal estares francamente desapontado com o teu país, pois sendo um jovem com formação e com valor, este não te o reconhece. Mas não somos cidadãos portugueses, somos cidadãos do mundo...
Começa a pensar nestas palavras com muita atenção, e pensa no que te digo. Também se errares não haverá ninguém que te possa apontar o dedo por não teres tentado ser feliz à tua custa.
Os meus últimos dias levaram-me a escrever este post de coragem para a minha geração, que levou com isto tudo em cima, em alturas decisivas das nossas vidas.
Pelo menos eu, não vou chegar ao fim e dizer que não tentei!
Façam o favor de fazerem pela vida, e sejam felizes!
Um conselho deste vosso querido Barão do bigode.
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