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terça-feira, 4 de março de 2014

Outros Carnavais...


Antes de mais quero desejar um divertido Carnaval, ou pelo menos o que resta de qualquer coisa deste tipo, que se passa um pouco por todo o nosso país.
Como se devem lembrar do ano passado, este dia está para mim como o 25 de Abril está para os habitantes do Cambodja. Por outro lado, sinto-me um pouco à parte porque, pelo que vejo, sou das poucas pessoas que afirma acreditar que o Carnaval é do Brasil, e que o nosso fado é outro. 
Desculpem a minha ingenuidade mas ainda sou muito jovem.
De resto, não entendo como é que este dia me passa constantemente ao lado, quando somos um povo extremamente alegre e festivo, desnudo de preconceitos, encarolado e cheio de samba no pé.
E acreditem que já lutei muito contra a minha resistência ao dia de hoje, mas com o passar dos anos é talvez a quadra que menos entendo. Passo a explicar contando-vos um pouco do meu percurso pelo Carnaval 2014.
Como a maior parte do Zé Povinho é feito de hábitos, a terça feira de Carnaval é, e pelos vistos continua a ser, dia santo. Quer com isto dizer que ninguém trabalha, aproveitando para soltar a franga perto ou longe de casa. Foi o que fiz.
Ontem após o jantar, surgiu-me um convite para ir até uma das boates lisboetas mais badaladas. Coisa para ser a 2ª vez que lá entrei, aceitei de pronto o convite porque iria estar com amigos e amigas que já não via há algum tempo. "Bem deixa lá ver e ouvir o que isto tem para oferecer" pensei eu, procurando aproveitar o momento ao máximo. Ainda me aguentei 3 horas em boa companhia, durante as quais me apercebi que estava inserido numa festa de Carnaval, e que as músicas que passam nas discotecas da moda são as mesmas que passavam há 10 anos atrás. Pessoal mascarado, e uma média de idades na ordem dos 20 anos. Corri alguns riscos mas cheguei ileso a casa.
Hoje, o grande dia de Carnaval no país que as pessoas acreditam ser do Carnaval, esperava acordar atropelado pelo alto som dos famosos trios eléctricos, ou pela nudez dançante das escolas de samba que seguiriam até ao fim do sambódromo em excitação total. (Depois de adormecer é que me lembrei "Porra, o que é que eu estou a fazer? É Carnaval, e neste país no Carnaval não se dorme durante uma semana). Meio ensonado e extremamente ansioso, corri para a minha varanda, na esperança desta estar repleta de turistas que a alugavam à hora, patrocinados pela melhor cerveja portuguesa, Brahma. Decepção completa! Nunca me tinha acontecido ter perdido o desfile do Salgueiro e da Tijuca, as minhas preferidas aqui de Sacavém e Parque das Nações, respectivamente. No seu lugar estavam duas senhoras, na ordem dos 80 anos, a andar de bicicleta, não tendo qualquer aspecto de rainhas da bateria, um cão a urinar na relva, 10 graus, céu nublado e vento noroeste. No chão, nem vestígios de Carnaval. "Mas afinal quanto tempo é que eu dormi? Nem sou de dormir muito!".
Tomei o pequeno almoço e fui correr para o calçadão de Copacabana. Lá de certeza que ainda era Carnaval. O que encontrei foram petizes mascarados com ar de poucos amigos, pessoas caminhavam cobertas de roupa e com um sotaque esquisito...
Resultado da decepção: vim para casa desolado, tomei banho, almocei chá e torradas e acordei há 5 minutos com frio nos pés...    


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