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terça-feira, 18 de março de 2014

"Festival de enchidos saloios RTP 2014"


Não aguento mais. Tenho que desabafar. E sei que não sou o único, por isso aproveitem o mote e revoltem-se. 
Desde sempre que oiço falar do Festival da Canção. É daquelas coisas que nos perseguem ano após ano, e que nos acompanha nas nossas vidas, sem que nós tenhamos culpa.
Sempre ouvi os mais velhos dizerem que o Festival da Canção era daqueles momentos televisivos que prendia famílias e famílias, em casa uns dos outros, no tempo em que a televisão ainda se aparentava pálida de cores vivas. Era uma espécie de momento alto do ano, como se de um jogo decisivo da nossa selecção nacional de futebol se tratasse. 
"Grandes artistas passaram por lá", é sempre uma frase que oiço sempre que me deparo com tal concurso na velhota RTP1. Esta é a geração dos nossos avós e pais, que ainda hoje conseguem nutrir um sentimento especial por este programa anual. Percebo que já os tenha enchido de orgulho músicas como o "sobe sobe, balão sobe", "desfolhada portuguesa", "e depois do adeus", "flor de verde pinho", "playback", "conquistador"...tudo canções que marcaram gerações e continuam a ser lembradas como símbolos nacionais, tornadas célebres por artistas como: Simone de Oliveira, Carlos Paião, Madalena Iglesias, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo...que enchiam de orgulho, em tempos, na hora de nos apresentarmos à Europa na Eurovisão.
Agora pergunto eu: Quando uma coisa passa a ser ridícula não será melhor bani-la das nossas vidas?
A sensação com que fico sempre que me deparo com a música vencedora, ano após ano, é de perplexidade extrema! Se calhar sou apenas eu que me sinto envergonhado, sempre que oiço uma espécie de trilha sonora banhada do mais saloio que existe. Bem sei que o festival já não tem a importância doutros tempos, mas convenhamos que somos um país com alguma história e reputação a defender. E se as coisas não andam bem com a nossa imagem lá fora, seria no mínimo sensato, não vomitarmos o que nos apetece porta fora. Parecendo que não, os nossos vizinhos também têm ouvidos.
Tudo é uma questão de bom gosto. Tudo, menos o Festival da Canção em Portugal. Afinal não nos podemos esquecer que a canção vencedora é a melhor entre muitas outras. Agora imaginem as que ficaram pelo caminho.
Mas quem é que escolhe estes montanheiros e as suas modas? 
Mal por mal, se é para representar a tradição em Portugal levem um rancho folclórico qualquer.
Agora isto...:

(2014)

Canção vencedora, artista vencedora, letra vencedora (Emanuel), roupa vencedora...
A ideia com que fico é que esta gente anda a gozar com a malta há largos anos. Pena porque, como se sabe, o Festival da Eurovisão sempre teve alguma influência política.
Ora, agora era eu júri deste concurso...deveria eu chorar ou rir? Ou chorar a rir?
Parem com isto, por favor, não aguento mais!

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