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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Um dia foste Portugal a cores


Hoje é dia de Portugal não é?
Quando acordei e fui à varanda, lembrei-me logo desse facto.
Ora, da minha parte, Parabéns Portugal! 
Parabéns por teres sido um país fantástico, por teres sido demasiado simpático durante décadas, pela tua história de conquistas, pela tua cultura regada com fados e dilemas do povo, pelas maravilhosas praias e campos, por teres sido um local ideal para se fazer crescer os filhos, por seres dos países mais atractivos do mundo. Por teres sol, chuva, frio, calor, vento, marés. Pela tua maravilhosa gastronomia, pelo teu relacionamento externo, por seres um cantinho pacífico. Pacífico que é o teu povo, linda que é a tua gente, simples que são os teus costumes, heróica que foi a tua infância, e brava que foi a tua adolescência. 
Pareces nunca envelhecer, porque à velhice nunca chegarás antes de morrer...
Cresci contigo, a ver-te ao vivo e a cores. Hoje, passados 27 anos, vejo-te a preto e branco, caído e moribundo. Eras tu quem eu queria para minha pátria amada, mas a doença é grande e corroí-te a alma. 
Hoje, és um país cinzento, sem as tuas habituais cores de esperança. Algo que a minha visão teima em não me fazer esquecer todos os dias. Hoje que fazes anos, foste abusado, mal tratado, aproveitado, violado... Hoje, choram-me os olhos como quem olha para um sol sem luz. Os teus olham-te com desconfiança e descrédito, ansiando por uma fuga anunciada. 
Que pena Portugal, quem te fez isto? Nós sabemos, eles estão bem. Um dia deste tu morres e eles ficam. 
E olha que esse dia não está muito longe, porque a ver pelas estatísticas, estás a ficar, cada vez mais, sozinho, como quem caminha para o seu último dia. Os teus filhos, que tinham tanto orgulho em ti, a cada dia, deixam-te sem olhar para trás... 
Tinhas tudo para dar certo, mas como "quem não sabe é como quem não vê", tudo isto que acabei de escrever pode passar-te ao lado Bom Portugal. É apenas uma humilde dedicatória de um simplório teu filho que te olha, cada vez mais, como padrasto.

Não estou desiludido contigo porque sei que não tens culpa da cor pálida que apresentas, da apatia em que caís-te, do vegetal em que te tornas-te.
Não fiques triste, podes ter a certeza que vou contar aos meus filhos e netos o quão grande país tu eras.
Oh Portugal, mas a falta de cor é tanta que dia apagam-te a luz e  somente ficamos com a tua sombra na tela...


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