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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Revisitando Seinfeld


Fartos estão vocês de saber que a qualidade é intemporal. Nesta medida, existem obras que merecem o nosso aplauso de tempos em tempos.
Neste defeso de séries televisivas, dei por mim debruçado sobre o baú, vasculhando por algo que me prendesse a atenção. A expectativa não era alta, mas depois peguei num DVD que dizia: "Seinfeld Collection - 9 seasons and extras". 
Limpei o pó, para poder ver melhor as caras daqueles personagens que me eram tão familiares, e que tantas vezes vi na TV, quando o meu tio e o meu pai se riam à gargalhada, sem eu nunca perceber o porquê. Hoje, à distância de uma década, é-me mais fácil identificar essas caras pelos nomes: Jerry Seinfeld, George Constanza, Elaine Benes e o todo-poderoso Cosmo Kramer.
Pensei de mim para mim, "deixa-me cá ver se isto ainda funciona..." e não é que funcionou, e no espaço de 2 horas, a primeira temporada foi devorada com o mesmo entusiasmo de quem ainda gatinhava a ouvir os adultos gargalhar!
Tão bom, soube tão bem.
No entanto, acredito piamente, que aos montes devem ser aqueles seres que ainda não sabem do que estou a falar. A todos esses deixo um conselho: Estão à espera do quê?
Bem sei que actualmente, os recursos, de quem produz séries, são outros, mas esses são principalmente recursos materiais. Ainda assim, teimo em vos dizer que outra coisa é encontrar recursos humanos deste calibre. Se são corajosos ao ponto de acharem, graça àquilo que o Nilton diz, experimentem 5 minutos de sitcom com o Jerry Seinfeld, e perceberão que algo muito grave se passa com a vossa pessoa.
Para esses, deixo um lamiré:


Deste modo, resta-me dizer que a série Seinfeld, foi considerada uma das melhores séries televisivas já realizadas, sendo eleito o "melhor programa de todos os tempos" pelo TV Guide em 2002, e o terceiro "melhor programa dos últimos 25 anos" pela Entertainment Weekly, atrás apenas de The Sopranos e The Simpsons.
Se o teu humor não tem estado em alta, faz o favor. 

terça-feira, 29 de julho de 2014

Chef. Barão - o gigolô dos sushimans


Esta não é a época do ano em que as pessoas costumam ter férias, ir à praia, desfrutar do lado bom da vida, comer coisas frescas e apresentar um excelente humor? Então e não é a altura do ano em que o apetite por sushi cresce exponencialmente, face ao restante ano?
Bem me parecia. Se há coisas que combinam bem, essas coisas são o Verão e um bom sushi.
Como já muitos de vós devem saber, outra das minhas ferramentas do canivete suíço, é ser sushiman. Assim, venho mais um vez dizer-vos, que estou disponível para tornar os vossos dias de Verão mais saudáveis e prazerosos, com a ajuda dos meus serviços personalizados de sushiman. Deste modo, estou para o sushi, como o arroz doce está para as festas. Sou uma espécie de omnipresente.
Se pensas em fazer uma festa de anos, casar, baptizar, ramboiar, jantar entre amigos, desfrutar de um maravilhoso sunset, uma despedida de solteiro, ou uma simples festa na beira da tua piscina, o Chef. Barão vai ser a cereja no topo do teu bolo. Ou seja, vou regar a tua festa com o glamour do melhor sushi que já alguma vez provaste.
Para que isto seja possível, basta entrares em contacto com o Barão através do 918228610, ou da página oficial do Barão no Facebook (através de mensagem privada), e terei todo o gosto em vos adicionar alguma informação necessária, como orçamentos e afins, e num abrir e fechar de olhos a magia gastronómica japonesa estará onde tu quiseres, quando quiseres.
Já estás com água na boca? Não te preocupes, é normal!
Deixo-vos com algumas iguarias minhas:







Vai ficar a salivar aí parado/a?
Me liga, vai!
    

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Portugalidade


Poucas são as coisas das quais me envergonho de ser português. Ou melhor, são mais as coisas das quais me orgulho do que das quais tenho vergonha. Só que há um problema: As poucas coisas que me fazem omitir a minha nacionalidade, são realmente más.
Ao que parece, todas as cadeias de televisão portuguesas de canais abertos, encontraram um antídoto para fazer face à falta de "papel" para a contratação de novos programas, ou seja aquilo que for. Por mais que nos tentemos alhear deste mal, inicialmente todos os fins-de-semana, e agora todos os dias, os directos fora de estúdio, um pouco por todo o portugal, trazendo consigo o grande pretexto dos concursos telefónicos, surgem-nos como um vírus televisivo, capaz de levar pessoas como eu, à loucura, ou talvez a cometer o suicídio mais tarde ou mais cedo.
Vejamos: concordo plenamente que a população portuguesa que mais assiste TV, é uma população envelhecida e conservadora. Aqueles velhotes reformados (adeptos de rancho), que hoje se vêem levados no vigário do 760 200 ... ou seja lá o que for. Um carro de luxo, um vale de compras no valor de 1000 euros, um subsídio de férias, um apartamento...vale tudo para entreter o Zé Povinho português. Aquele Zé Povinho nascido já há muitos anos atrás, com tiques Salazaristas, que encontra na caixa mágica e no seu pessoal, uma forma menos má de passar os seus últimos dias. 
Até aqui, concordo plenamente com os argumentos dos vários canais. Têm que adequar o conteúdo à sua falange de share. Mas depois existem estas novas gerações, assim como eu, que não sou nem mais nem menos que os velhotes, apenas sou mais novo e por isso posso ter um mentalidade um pouco mais avançada, e outras exigências na hora de olhar para a caixa mágica (nem que seja a hora semanal em que isso acontece).
Para mim, estes vírus televisivos não me aquecem nem me arrefecem, porque não os vejo. Mas, outra coisa é quando estes aproveitam para promover a "música" portuguesa. A do "a minha gata quando vê um carapau, miau miau miau"...aqui é a única vez, onde a minha pessoa pensa no suicídio mais vezes por segundo!
Como tremendo apreciador de música, seja ela de que género for, mas que apresente os mínimos padrões de qualidade indispensáveis, para deter o nome de "música", este vírus deixa-me de rastos por pertencer a um país onde esta é aquela que vende...
Sinto-me de certo modo envergonhado, quando, por ventura, penso que alguém inglês um dia me pode perguntar qual o artista português que vende mais. Vejo-me obrigado a ir ao Top de vendas e citar o nome de Tony Carreira, Toy, Anselmo Ralph... Nunca iria ter a coragem de lhe retribuir a pergunta, porque aí sujeitava-me a levar com Queen, Led Zeppelin, The Who, The Beatles, The Rolling Stones, Pink Floyd...parecendo que não, isto magoa-me. Ter nascido no país dos discos vendidos à base do "pisca pisca", do "bailarico de verão" e do "não me toca"...
Tudo isto é a mais pura das verdades. No entanto, eu como me tento esquecer deste lado negro do meu país a todo o momento, vejo esse esforço ser levado em vão quando todos os domingos, na hora do almoço, vejo a minha querida avó a delirar com "aperta com ela" e com trocadilhos feitos com a palavra cabritinha!
Já pensei que isto fosse um problema de gerações, mas depois reparo que os concerto da família Carreira estão cheios de malta da minha idade...
Será que algum dia isto mudará? Acho que não. Pelo menos, enquanto o Axel for especialista em Wresling, e o Nuno Eiró teimar na sua heterossexualidade...
Estamos feitos!  

sexta-feira, 25 de julho de 2014

E este Verão de S. Martinho fora de época?


Com a maior sinceridade de todas, não me lembro a última vez que fui ao cinema. Talvez já há mais de um ano. No entanto, é daquelas despesas extra, que de tão pesada que fica no orçamento, facilmente foi das primeiras a serem cortadas. E acreditem que até nem me custou muito, na medida em que deve haver um filme que realmente valha a pena (para mim) o custo, de ano a ano. E depois convínhamos, 5 euros parece começar a ficar escasso para quem tem televisão em casa...hoje em dia é já uma extravagância dos diabos.
Tento realmente encontrar uma justificação para a prática de tais preços, quando já não existem apenas 2 ou 3 cinemas por cidade, quando os remakes estão na moda devido à falência de argumentistas em Hollywood, quando, se resumirmos tudo, a qualidade baixou muito nos últimos anos. Então para continuar a dar milho ao Zé Povinho, facilmente se substituiu qualidade ficcional por efeitos visuais e sonoros...e o povo come na boa!
Depois quem aprecia o verdadeiro cinema, vai alimentar-se de qualidade para filmes de outros continentes, como é o caso mais flagrante do cinema europeu, que cada vez mais ganha espaço face ao monstro americano. Neste caso, estou sempre atento ao que o velho continente tem para oferecer. Que através de budgets bem mais reduzidos face a Hollywood, prefere centrar-se nas grandes performances, bem como nos argumentos baseados no quotidiano, onde as emoções e vivências exaltam uma longa-metragem em todo o seu esplendor.
Por tudo isto, e mais alguma coisa, hoje deixo-vos aqui duas sugestões de cinema em casa. Um clássico, e um mais recente, que lá está, foram filmes que passaram algo despercebidos pela devastadora máquina de vendas americana, cada um na sua época.
Assim, a minha primeira sugestão é esta:

  


Uma história verídica dos perigos e da decadência juvenil, aqui protagonizada por Leonardo Di Caprio, Mark Wahlberg e companhia. Um filme algo pesado, onde Di Caprio tem uma performance de alto nível (ainda que novíssimo) capaz de nos chocar através da verdade crua e dura, para a qual tendemos em fechar os olhos. Filme que deveria constar dos programas escolares para os alunos de 9º ano...
No meu índice de qualidade (de 0-10) atribuo 8.

A segunda sugestão:




Também ele baseado em factos verídicos, este filme francês, mistura magistralmente o drama e a comédia de mais alto nível. Grandes performances, grande lição de vida, enorme quebra tabus!
Mostra-nos a fragilidade da vida humana. Filme extremamente comovente, marcado por mim como um dos melhores que vi este ano (para além do facto de já ser de 2011). Fica com um excelente 9.

Fica aqui a minha sugestão para momentos de prazer colados ao ecrã... e às pipocas caseiras.
Depois queixam-se da pirataria...pudera! 



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sushi Report


Já com dois anos feitos, começo a reparar que o meu fiel amigo está um "senhor cão".
Tendo eu a vantagem, e o prazer, de conviver diariamente com o Sushi, reparo que, como as pessoas, também os cães crescem ao nível do seu carácter. Com apenas dois anos, o Sushi está hoje muito mais calmo, ainda que muito brincalhão e teimoso, como todos os beagles à face da Terra. Observo que está cada vez mais agarrado aos donos, e que se o ano passado investida sobre mim, trazendo algum objecto na boca para brincar, hoje a maior parte dessas investidas destinam-se a não mais que miminhos. Com o passar do tempo parece estar a deixar de ser tão independente como era, e não descarta alguns minutos de festas e carinhos.
Dizem também que o cão absorve muito do que é a personalidade dos seus donos. Esta é outra das constatações que consigo sentir. É que o Sushi adora ir à rua como todos os cães, mas para ele 10 minutos chega, o que importa realmente é o conforto do lar, onde as sestas só são interrompidas para comer e ir à rua. 
No que compete à teimosia, já cede mais cedo. Não sei se por, finalmente, perceber que não pode ladrar o jantar todo sempre que gosta da minha comida, se por perceber que já não é um cachorro mimado e dono do seu nariz. Enfim, já desiste mais cedo. 
Na rua, já percebeu que existem cães com quem vale a pena interagir, e outros nem por isso. Assim, começa a seleccionar os seus amigos através do seu apurado olfacto, atempadamente. 
Em casa, reina a boa educação. Ao contrário de pessoas amigas que também têm cães já crescidos, nós conseguimos fazer-lhe entender, desde o primeiro dia, que é ele que vive connosco e não o contrário. Logo, as nossas rotinas são as rotinas dele, a nossa higiene doméstica será a dele, e a dele será obrigatoriamente igual à nossa. Por isso, não existem xixis ou cócós em casa, desarrumações, barulho, destruições...desde muito cedo, o que o tornou um verdadeiro cão doméstico 5 estrelas. Este seu bom comportamento, foi-lhe conferindo algumas mordomias que antes eram impossíveis. Destacando o facto do seu espaço, sempre que ficava sozinho em casa, ficar restringido à cozinha e varanda. Ao longo dos tempos foi conquistando pontos de boa educação, e agora usufrui de quase toda a casa, durante o tempo que for necessário, de uma forma bastante ordeira.
Curiosamente, com tantos cães na zona, o amigo mais sui generis do Sushi é um gato preto que vagueia aqui pela urbe. Todos os dias, aquando do passeio, interceptam-se, cheiram-se respeitosamente, e seguem o seu caminho de forma cordial e pacífica (o Sushi já percebeu que existem gatos que não são cães).
Todas as manhãs, e mesmo eu estando de férias, percebo que talvez acorde algo cedo demais, porque sempre que me levanto e abro os estores, o Sushi tem aquela reacção de: levantar ligeiramente a cabeça, olhando para mim durante 3 segundos, "desmaiando" imediatamente, seguindo-se uma funda respiração, como quem diz "a sério!? Só mais um bocadinho, dono!".
Como já perceberam, é um tremendo cão doméstico, com todas as virtudes inerentes, o que o levou a desenvolver uma técnica de lidação com almofadas, na hora do descanso (que são praticamente todas), extremamente original e eficaz. Coloca tudo tão bem à sua maneira, que de dores de costas nunca sofrerá!
É incrível como um animal pode fazer tanta falta a alguém, e transmitir tantas saudades, mesmo que vamos nós apenas uns dias de férias...
AH!! quase me esquecia. 
Vocês não imaginam a relação que o Sushi tem com os bébés e crianças em geral. Mais concretamente, com o Tomás, um amigo de 2 anos apenas. Com algum receio da reacção de ambos, ficámos alguns segundos presos na apreensão, para depois nos deliciarmos com a relação de ternura e alegria entre os dois. Depois de rebolarem pelo chão, de mil lambidelas, do Sushi dar ao rabo o tempo todo, eis que descobrimos que ter um cão quando um bébé está por perto é óptimo para se saber quando este tem cócó!! O Sushi funciona como que um detector de cócós de fralda, que não para de cheirar o rabiosque do bébé até que alguém solucione a situação. Acredito, cada vez mais, quando especialistas dizem que ter um cão de estimação em casa, é a melhor preparação para mais tarde ter um filho. Acho que estou preparado!
E é isto...  

terça-feira, 22 de julho de 2014

Long Live Rock 'n' Roll nº 56


Meus caros headbangers, devo dizer-vos que o disco novo de Radio Moscow anda a mil nestes tímpanos. E por causa disto mesmo, surge-nos o post desta semana.
O Milhões de Festa está aí à porta, e com ele todos os anos, chegam aquelas bandas que eu nunca pensei que pudessem chegar aos ouvidos, quanto mais aos olhos do portugueses um dia. Mas como a vida tem destas coisas, eis que a semana passada nos surge a notícia de que, a banda de que vos vou falar hoje, será o grande cabeça de cartaz do Milhões deste ano.
Para quem não conhece, e para quem já teve o prazer, apresento-vos os Earthless.


Os Earthless são uma banda instrumental de rock psicadélico formada em San Diego, Califórnia. O trio Isaiah Mitchell (guitarra), Mike Eginton (baixo) e Mario Rubalcaba (bateria) compõem a formação do grupo que teve início de actividades em 2001, e tem-se tornado um caso sério.
O ácido com que os Earthless queimam as suas melodias serve-lhes de combustível para cortar ligações com a gravidade e dobrar as forças da física a que só a imaginação escapa. Tem sido com essa propulsão movida a cordas de guitarra que Isaiah Mitchell e companhia se firmaram como o nome seminal do rock psicadélico contemporâneo, num trono em que dificilmente dividem protagonismo, mas que lhes permite dividir louros com os inúmeros projectos pelos quais se multiplicam. 
Na mala contam já com quatro longas-duração, e dois Ep's. Destaco a evolução patente na banda com o seu mais recente trabalho "From de Ages", de 2013, que afasta a neblina metaleira de outros tempos, para centrar todo o virtuosismo psicadélico, em forma de jam-session, num único nome que parece ter saído do que de melhor tiveram os anos 60 e 70. A fixar: Earthless.
Fica um cheirinho:


Até ficam paneleiros dos ouvidos...


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ché madjé, tuga!!!


Não sei se foi sempre assim, mas desde que estou em Lisboa a viver, tenho-me interrogado sobre uma questão, sempre que estou perto de adolescentes: "Seremos nós uma colónia africana?"
A minha infância foi passada, numa então vila chamada Cartaxo, onde, ao longo do anos, não tínhamos contacto algum com pessoal africano. Ou melhor, o mais parecido com isso eram duas ou três crianças africanas que tinham vindo viver para o Cartaxo ainda no berço, sendo que cresceram e passaram a ter uma educação europeia logo à partida. E como eram realmente poucos, e estavam de tal forma enraizados no seio das crianças brancas, passaram a ser, pelo menos interiormente, cidadãos europeus de gema, de tal forma que se identificavam ao máximo com as restantes crianças europeias, fosse naquilo que fosse. E nós sabemos que quando somos crianças, durante todo o processo de crescimento e educação na busca do "eu", somos autênticas esponjas de tudo aquilo que nos rodeia, podendo ser o nosso grupo de amigos o expoente máximo disso.
Regressando a Lisboa. Aqui tenho observado que se dá o processo inverso. Ou seja, mesmo havendo maioria de crianças e jovens geneticamente europeias, o número de adolescentes africanos radicados em Lisboa é também ele enorme.
Assim, ao que me parece, esta "minoria" tem uma influência gigantesca sob a "maioria". Quero com isto dizer que, se no Cartaxo a maioria europeia fazia valer os seus costumes sob a minoria, em Lisboa é a minoria que dita as regras, principalmente nas escolas e colégios da capital portuguesa.
Na minha altura, imitar os mais velhos, fosse naquilo que fosse, era motivo de ascensão na hierarquia invisível da juvenilidade. Agora, como os mais velhos são apenas alvo de gozo por parte destas novas gerações, a referência e o padrão a seguir para se estar bem integrado no seio de um grupo de amigos, é passar a viver consoante os costumes e cultura africana (fora de casa, claro).
Isto é visível na maior parte dos jovens entre os 10 e os 20 anos, em Lisboa, que num grupo que passa na rua o destaque vai todo para o jovem africano. Ou seja, todo o seu comportamento delíder é alvo de vassalagem e cópia pelos demais jovens europeus do grupo. Posto isto, é normalíssimo ver-se hoje, jovens a venerar hip-hop, quizomba, afrobeat, kuduro, funana, usarem roupas evidenciando influências de desportos dominados pela raça negra, e o mais gritante são as expressões verbais. Hoje, é muito comum ouvir-se um grupo de adolescentes portugueses exprimir-se em calão ou não, utilizando os dialectos dos diferentes PALOP's. Com destaque para o crioulo ou a musicalidade angolana na forma de falar. Numa maneira mais urbana, hoje ser-se "nigga" é o mesmo que dizer que se está completamente integrado num grupo de amigos. Até as jovens portuguesas, começam a olhar para o facto de namorarem com um jovem africano de uma forma vantajosa de alcançar o topo da hierarquia juvenil. Todos estes exemplos não vos serão estranhos com certeza, mesmo que sejam muito distraídos.
Não sendo de maneira nenhuma sociólogo, podemos concluir que a influência que Portugal sempre se esforçou para ter junto das suas ex. colónias, encontrou um antídoto que faz ricochete com estas novas fornadas de lusos. Lisboa está hoje para os PALOP's, como Luanda, ou Lourenço Marques, estiveram um dia para Portugal. Metrópole. 
Por exemplo, a este ritmo, não seria de estranhar que o crioulo passasse a ser, um dia, um dialecto tuga.
África esta-nos a fazer a nós, aquilo que Portugal, em tempos, lhe quis fazer a ela. Mas desta vez, de uma forma pacífica e bem mais letal. 
Apenas falo de Lisboa, porque Paris já não é dos franceses, e Lisboa ainda é portuguesa. Os ex. colonizadores a provarem o seu próprio veneno, de uma forma bem mais inconsciente cínica.

PS: Este post não tem qualquer teor racista, ou xenófobo, pelo que me limitei a constatar uma realidade actual. Aos meus olhos é isto que vejo, apenas e só isso: uma leiga e ingénua opinião.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Preparem-se!!!!


Aproveito este meu hiato na visualização de séries de TV (por minha culpa e por culpa das longas paragens entre temporadas), e a altura da reentre dos maiores canais americanos, para vos dizer que esta nova temporada de estreias vai ser escaldante. Eu mesmo já tenho o coração a bombar de tanta ansiedade pelos meses que se avizinham. A qualidade adivinha-se tal, que não vou ter olhos a medir.
Por tudo isto, e como já sabem que gosto de vos proporcionar momentos de prazer de variada ordem, o meu crivo apenas deixou passar os nomes de maior qualidade, para que vós tendes com que vos entreter em frente à TV.
Sem qualquer ordem preferencial (com excepção do último nome) listo-vos os meus destaques para as novas séries de TV americanas para 2014-2015:

"THE KNICK"
  

A Nova York de 1900 era um local tumultuado, cheia de mudanças e constantes progressos. No Knickbocker Hospital, enfermeiros e cirurgiões vão até aos limites próprios, e aos da medicina, para salvar os pacientes, numa época de altos índices de mortalidade e nenhum antibiótico. Com estreia marcada para 8 de Agosto, esta é a nova série de Steven Soderbergh, protagonizada por Clive Owen. O trailer é assim:



"LEGENDS"
Legends (2014) : Poster

Legends acompanha Martin Odum (Sean Bean), que trabalha em Operações Infiltradas, e tem a sinistra habilidade de se transformar em personagens diferentes para cada trabalho. Mas, a sua própria identidade mantém-se questionável quando um estranho sugere que Martin não é quem ele mesmo pensa ser. Estreia marcada para 13 de Agosto. Espreitem:



"12 MONKEYS"

Baseada no famoso filme de 1995, a série acompanha a jornada de um viajante no tempo num futuro pós-apocalíptico, que aparece nos dias actuais numa missão de localizar e erradicar a fonte duma praga mortal, que eventualmente irá dizimar a raça humana. Estreia prevista para 2015. Dêem uma vista de olhos:



"BETTER CALL SAUL"

Acho que já vos tinha falado um pouco desta prequela de "Breacking Bad", da qual era fanático. Série derivada do sucesso Breaking Bad, é contextualizada seis anos antes de Saul Goodman (Bob Odenkirk) conhecer Walter White. Quando o conhecemos, o homem que se tornará Saul Goodman, é conhecido como Jimmy McGill, um advogado de pequenas causas procurando o próprio destino e, mais imediatamente, tentando acertar a sua vida financeira a todo o custo. Trabalhando, ora junto a ele, ora contra, está Mike Erhmantraut (Jonathan Banks). A série acompanhará a transformação de Jimmy em Saul Goodman, o homem que coloca "criminosos" dentro da "lei". Irá contar com a participação do próprio Walter White, bem como de personagens de "Breaking Bad" que já tinha morrido. Estreia em Novembro deste ano. Fica o trailer:


Agora pára tudo!!!!!! Eu disse pára tudo!!!
Há cerca de um mês atrás, tive conhecimento que brevemente irá estrear uma série baseada na vida do meu super-herói preferido, quais filmes me deixam babado cada vez que os vejo, mais concretamente com a trilogia protagonizada por Christian Bale. Já sabem? Conta a história de um menino chamado Bruce Wayne?? Gotham City??
Exactamente isso que estão a pensar. Não é uma das melhores notícias televisivas do ano?

"GOTHAM" 

A série mais aguardada do ano, será focada na rotina do detective James Gordon, antes de se tornar comissário de Gotham City e de conhecer o Batman. O polícia investiga crimes realizados na cidade, incluindo o assassinato dos pais de Bruce Wayne. A série contará ainda a origem de alguns dos vilões mais conhecidos da BD logo na 1ª temporada, como será o caso de Joker!! Com estreia marcada para 22 de Setembro deste ano. Caso para dizer: "Nunca mais é Setembro". Deixo-vos com água na boca:

Momentos de grande prazer se adivinham nos próximos meses...


   

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Por um (Insta)te


Hoje vou-vos falar, muito resumidamente, da rede social que mais utilizo no novo mundo tecnológico/social. O Instagram.
Trago-vos este assunto porque recentemente li um artigo, que dava conta de um estudo, realizado pela Universidade e Ohio, sobre esta plataforma social online, e que revela algumas das conclusões mais surpreendentes, e outras nem por isso, sobre o uso que as pessoas fazem dele.
Indo directo ao assunto, uma das conclusões prende-se com o ranking do tipo de fotos que se tiram no Instagram. Assim, na 3ª posição surge-nos as selfies ao espelho, na 2ª fotos a comida, e na 1ª selfies a partes mais íntimas do corpo!!!!!!!
Outra das conclusões, tem que ver com o objectivo de cada uma dessas fotos. Pois bem, de acordo com os psicólogos e sociólogos de Ohio, os utilizadores quando colocam uma selfie ao espelho procuram sentir o pulso aos seus seguidores (quantidade de likes) no que toca à sua indumentária ou estado físico. O objectivo relacionado com as fotos de comida tem como base provocar inveja nos seguidores, sendo que a gula, como pecado capital, surge aqui em destaque. Por fim, as selfies de partes mais íntimas do seu próprio corpo...têm como objectivo provocar desejo do outro, ultrapassar preconceitos, ou mesmo valorizar a parte que se julga mais estética do seu corpo...Tudo isto tem em como a busca incessante da auto-valorização e promoção da auto-estima, bem como a necessidade que hoje se tem cada vez mais em tornar a vida privada, o espaço mais público possível.
Contudo, o Instagram tem o lado mais falso das redes sociais, porque as "mil" possibilidades para alterar uma foto, conseguem transformar qualquer coisa em algo especial.
Agora dando a minha opinião acerca do tema, o Instagram é uma aplicação tipo álbum fotográfico online, onde as pessoas usam e abusam das suas funcionalidades. Lembro-me agora de repente que nunca antes o Sol, a Lua, o ar, o chão, a água, a terra, as estradas, os postes de electricidade, os rabos, os pés...tiveram tanta importância na vida dos humanos!!
Vivam os novos tempos! 

terça-feira, 15 de julho de 2014

since 1985 na vanguarda!!


Na senda das novas marcas, surgiu-me mais uma de altíssimo calibre, e que começa a dar agora os primeiros passos na Europa.
A Vanguard é uma nova marca de urbanwear australiana, na linha das muitas que se têm posto ao "calor" nestes últimos anos. De facto, a Austrália está para as marcas deste tipo, assim como o forno está para os pães com chouriço. A contar pelas enumeras iniciativas de criação de pequenas marcas, por pequenos e jovens empresários australianos, na sua maioria tendo a sua vida ligação directa a desportos radicais, nomeadamente o skate e o surf, modalidades com grande destaque para aquelas bandas.
Separando o trigo do joio, a Vanguard, que teima em chegar às lojas portuguesas, tem como inspiração um estilo de vida chillout, um vestuário punk/trash que vai beber aos anos 60 e 70 muito do que é a sua imagem. Serve-se dos primórdios do skate e do surf para os mascarar de roupas urbanas sofisticadas e extremamente actuais.


Como é uma marca que começa a dar os primeiros passos, detendo apenas 3 colecções, ainda não tem uma vasta gama de escolha (o que me agrada bastante), centrando toda a sua inspiração inicial em peças de qualidade têxtil e diferenciação. O lado bom é que se consegue olhar para as cerca de 30 peças masculinas (no meu caso) e ficar-se apaixonado por 5.


Como a Afends, sendo marcas ainda bastante underground na Europa, consegue-se comprar algures na Internet, mas a um dinheirão!! Assim, resta-nos esperar pelos saldos e códigos de descontos online...Pobre do tuga!
Eu, como não poderia deixar de ser, já tenho um exemplar aqui no armário. Apaixonei-me por sereias, piratas, ilhas desertas, barris de rum...e deu nisto:

  

Carecendo o meu armário de mais uma, pela qual estou completamente enamorado, mas ficando por desvendar.
Se forem solteiros, tiverem dinheiro, e se quiserem apaixonar, esqueçam os sites matrimoniais e cliquem aqui: http://www.vanguard05.com/ 

Este Barão sempre na Vanguarda!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Até nas férias se evolui!!


Cheios de sorte hã? Voltei...
Como de há alguns anos a esta parte, por esta altura, passo pelo menos uns dias a Sul do país. Roteiro tradicionalmente agradável nesta altura do verão, onde o tempo não tem tendência a pregar-nos as partidas que nos tem pregado nestes últimos Verões.
Foi uma semana um pouco diferente de outros anos, onde substitui o conceito de diversão e horários alargados, pela agradável companhia de amigos, numa rotina um pouco diferente da habitual, porque quando um membro do grupo se chama Tomás e tem 2 anos, a história é outra! Para melhor, digo eu.
Quando um petiz destes faz parte do teu programa de férias 24h/dia, durante uma semana, o tempo esgota-se num abrir e fechar de olhos. Os horários dele passam a ser os teus, a boa disposição dele passa a ser a tua, os sorrisos, as brincadeiras...tudo é para melhor. E quando é a primeira vez é mágico!
Durante estes dias, aproveitei para pensar ainda mais em certos aspectos da vida. Realmente, com o passar dos anos, as nossas prioridades vão-se alterando de forma automática e sistemática. Para suportar esta tese utilizo a quantidade de vezes que, pessoas que me são muito queridas, dizem que estou muito diferente...tomo isso como um elogio. Pelo menos a contar pelo tom carinhoso e atencioso com que me dirigem tais palavras.
Assim, o que hoje é, amanhã já não é. Por isso, aprendi há pouco tempo que não vale a pena "meter a carroça à frente dos bois", e desesperar por ser alguém diferente, quando tu próprio ainda não estás preparado para tal. A vida, essa cruel viagem pela qual todos passamos, encarrega-se de nos dar sinais e traçar os timings para "isto" e para "aquilo". Mas o que realmente mete graça nisto tudo, é que cada pessoa tem a sua vida e a sua maneira de ser, logo, cada um tem o seu timing! Porreiro não é? Deste modo, dou-vos um conselho: não tenham pressa para serem mais ou menos, não "comam" o tempo, não se deixem levar em tendências e modas de quotidiano vizinho... antes, aproveitem cada dia da vossa vida, porque "amanhã" ou depois ela tem algo novo para juntares ao teu "eu".
Deixando-me de filosofias, nada é como antigamente. Nem mesmo a Sul. 
Já referi que até as minhas férias foram diferentes para melhor, mas o que não tem nada, mas mesmo nada que ver com as férias de alguns anos atrás, são: o calor não é o mesmo, o vento é fresco, a água!! a água do Algarve está gelada! de manhã parecia Peniche. As pessoas são em número mais reduzido, eu já me farto de apanhar sol...
Tudo muda.
     

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Um ser chamado "gaija"


Machismos à parte, mas como sou um excelente observador das criaturas que me rodeiam na selva, ontem num belo final de dia tive a oportunidade de constatar, in loco, que as mulheres são um ser maléfico. Maléfico não só para com os da sua espécie, mas principalmente para com os do seu género sexual.
Numa bela tarde solarenga em Lisboa, em local indefinido, eu e um amigo estávamos a beber um copo e ao mesmo tempo observando as movimentações na savana. Na sua maioria eram gazelas e bambis. Grupos distintos como tantos outros, a contar pelo outfit cerimonial, pelo cheiro a perfume, pelos lábios vermelhos...assim uma espécie de feira das vaidades a céu aberto. Todas se apresentavam na sua respectiva alcateia de amigas. No entanto, foi a alcateia mais próxima do nosso campo de visão, que nos deu a comprovar que o que a ciência comum diz desta espécie, é a mais pura das verdades. 
Minutos antes, aquela manada de três alces, passava a tarde em conversa animada com intervalos para checkar os seus 4G, tendo ainda espaço para se abraçarem e beijarem, mostrando um afecto muito comum entre os membros duma alcateia de alces ou bambis. Devo referir ainda, que este grupo de melhores amigas estava imponentemente vestido, cada uma com a sua grif que ao invés de as camuflarem dos predadores, as deixavam o mais visíveis possível.
Eis que chega o momento em que um bambi tem xixi (ou cócó) e levanta-se para ir à casinha. Desde que se levantou, até ao momento da sua chegada, as duas bambis que sofriam de prisão de ventre, lançaram os mais cruéis olhares sobre as costas da sua grande amiga, tecendo comentários do tipo "...que raio de sapatos aqueles...", "ai, ela hoje tá do pior. Não sei onde tinha a cabeça para vestir aquela saia", "estou um bocado farta dela, não achas que é muita chata?"...
Assim, que o bambi regressou (já mais aliviada, e com as orelhas a ferver) a conversa e o comportamento da manada voltou ao cinismo anterior: risos, abraços, carinhos...
A cadeia alimentar está seriamente ameaçada, bem como a hegemonia dos grandes felinos na selva urbana, por estes dias. Por este andar, os bambis tendem a comerem-se uns aos outros!!! (nem as hienas se safam assim) 
Que pena...  

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sofro de mastigação unilateral!!!!


Como vão poder perceber pelo tema deste post, até à hora de almoço de hoje, não tinha ideia sobre o que vos escrever hoje. Mas se não que, de repente, fez-se luz com um simples gesto diário e inconsciente: Mastigar
Enquanto comia, percebi que invariavelmente a comida era mastigada pelo lado esquerdo da boca. Depois forçava mastigar com o lado contrário, mas a sensação era como tentar escrever com a mão esquerda. O efeito era exactamente o mesmo, mas a naturalidade não estava lá. Parece que a cada trinca tinha que mandar uma mensagem ao cérebro para mandar a mastigadela seguinte. Era um trabalho forçado.
Depois pensava: "Mas que raio estou eu a fazer? Que parvoíce!", e efectivamente não passava disso mesmo. Passados alguns minutos, já completamente distraído, voltava a reparar que o meu inconsciente me levara de novo a mastigar com o lado esquerdo da boca!!
Agora começo a ficar um pouco alarmado, e prevejo um futuro pouco sorridente para a minha boca (ou parte dela), que com 80 anos irá sorrir apenas com o lado direito. Aquele em que os dentes estão imaculados. E mais. Sabem aqueles músculos redondos que temos a unir os dois maxilares, em cada face? Tenho o do lado esquerdo muito maior!!! Imagem a diferença entre o braço direito e esquerdo do Nadal...não tem nada a ver!!
Porém, agora mais calmo, vejo também aspectos positivos na minha figura descompensada. Afinal, também estrelas de Hollywood sofrem da mastigação unilateral. Recordo-vos os casos de John Wayne e Rocky Balboa...

Depois ainda existe um caso pior que o meu, onde as pessoas apenas mastigam os alimentos, grande parte da sua vida, com os dentes de baixo. Ficando assim com os de cima intactos. Se não vejam o caso do Christian Bale!!

   

Esta pode ser uma deficiência que apenas me atinge a mim e a pessoas famosas!!
Mas se sofres do mesmo e nunca reparaste, aproveita a embalagem e assume-te de uma vez por todas, aqui!! 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Ferrinhos, Folclore e sensações auditivas diversas


O fim-de-semana passado foi dedicado às raízes. Mais concretamente a Pontével, terra que de resto me é muito querida.
Como uma vila tremendamente activa, as festas e eventos populares desenrolam-se um pouco por todo o ano. Mas existe um simples evento do qual gosto particularmente: Artével. 
Evento pequeno feito pelas pessoas da terra, para as pessoas da terra, o que lhe confere um ambiente bastante calmo, amigável e familiar. Por vezes sabe bem ver e ouvir o que os mais velhos, e pessoas que já não vemos à muito tempo, têm para nos dizer e ensinar. E talento é o que não falta no artesanato do recinto.
Mas, pela primeira vez, a Artével incomodou-me um pouco.
À minha chegada, já o "baile" ia a meio, actuava um grupo de rancho folclórico. Mas uma coisa muito estranha se passava com o som. Ou melhor, com a inexistência dele. 
De facto, o ambiente sonoro do local parecia adivinhar uma festa triste, que não era de todo o objectivo da organização.
Esta foi apenas uma das minhas muitas observações enquanto transeunte, mas a que mais me chamou a atenção.
Poucos minutos depois, para mal dos meus pecados, o problema técnico do som foi ultrapassado, e a senhora que se esganiçava para que a sua voz (não amplificada), não fosse abafada pelo bater de pés dos seus colegas dançarinos, ganhou outra vida e eu perdi pelo menos metade da minha.
Ora ando eu aqui a idolatrar-vos os meus ouvidos e a minha exigência na qualidade sonora que consumo, e depois, de um segundo para o outro, aquela senhora fez o favor de rebentar com o meu palácio de cristal auditivo. 
Pronto, fiquei a perceber uma coisa: o rancho é bonito, mas sem amplificação!
Imaginem o que é ter uma cana rachada amplificada a bujardar-vos
os tímpanos, sem dó nem piedade, durante largos minutos...nunca irei esquecer aqueles agudos estridentes, exteriorizados por aquela senhora vestida à nazarena...para ser honesto, passei a ter medo de ranchos folclóricos!
Ainda me lembro de um comentário que proferi, e que me deixa à beira de patenteá-lo, tal é a genial ideia: "No tempo de Salazar, se a PIDE fechasse, para interrogatório, os seus reclusos numa sala ao som de altos decibéis de um qualquer rancho, os interrogados falariam tudo ao 3º segundo, o que conferia à PIDE o estatuto de melhor polícia no campeonato internacional dos interrogatórios.
Passada a tormenta, o cabeça de cartaz subiu ao palco para a loucura das senhoras, pois tratava-se, nada mais nada menos, que do Tony Carreira da zona. Ilustre artista, que elevou as actuações caricatas da noite ao seu expoente máximo. Sozinho em cima do palco, dependente da equipa de som presente (que já tinha bebido uns copos), ia pedindo qual a faixa do seu álbum que queria cantar de seguida, pedidos sempre correspondidos com brevidade, mas com muito pouca exactidão. "Agora mete a faixa três, "Amor Je t'aime" sff", e o responsável do som carregava no play da faixa 8 "Je suis Emigrante do Amour"...e assim sucessivamente. 
Resultado: grande noite + grande festa + grandes concertos = grande poluição sonora.