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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Santos Populares Lisboa - experiência "única"


Mais um ano, mais uma festa de, e para o Zé Povinho.
Todos os anos, por esta altura, "cheira bem, cheira a Lisboa". A velhinha capital enche-se de cheiros característicos como o da sardinha assada, manjerico, cerveja e vinho tinto. Isto, toda a gente já sabe, o que me traz por aqui hoje é a minha primeira experiência nestas festas de Lisboa.
Foi no meu primeiro ano na capital, e como era virgem nesta cidade, estava ansioso por experimentar os tão badalados e famosos "santos". Como toda a gente ia, consegui juntar a fome à vontade de comer, e lá fomos nós cheios de entusiasmo. Mal sabia eu o que me esperava...
Resumidamente, tive meia hora para apanhar um metro que me permite-se viajar e respirar ao mesmo tempo, algo que dá sempre jeito. Já em plena Rua da Madalena vi centenas de pessoas, e fui atrás da corrente. Demorei outros 30 minutos da tal rua ao Castelo, entre pisadelas e transpiração, lá cheguei ao topo que se encontrava repleto de gente que ia ao mesmo que eu (sabe-se lá para quê). Desesperando por algo comestível e bebível, e passada uma hora, lá consegui comer uma bifana e beber uma imperial, tudo por 6 euros. Coisa barata, se tivermos em conta que meia dúzia de sardinhas assadas eram 8 euros! 
Depois desisti de me mover, e fiquei estático e cansado mais de 2 horas a ouvir música pimba. Finalmente, não sei bem como, dei por mim ao pé da Casa dos Bicos, que estava repleta de gente como eu (que ia não sei bem para onde, fazer não sei o quê). Finalmente desisti, e preparei-me para voltar para casa. E foi aqui que tudo se complicou...
Como o metro já se encontrava encerrado, tinha duas opções: ou esperava que este abrisse, ou apanhava um táxi para casa e pagava cerca de 10 euros por esse serviço. O estado de impaciência era tal, que arrisquei a 2ª. No entanto, já em Stª Apolónia, reparo que existia uma fila de cerca de mil pessoas para apanhar um táxi, tal como eu. No desespero, resolvi não esperar e fui-me deslocando a pé pela marginal, no sentido da Expo, até encontrar um táxi que passasse e me fizesse o favor de me levar 10 euros. Passaram às dezenas por mim, e todos acenavam, referindo Stª Apolónia como o local de embarque...e lá fui eu andando pela madrugada fora. Cerca de 5km depois, e já exausto, lá apareceu um táxi que me apanhou, vendo o meu estado de desespero estampado no rosto, e me levou a casa.
Como devem imaginar foi uma diversão!
Ora, estou em Lisboa vai para 8 anos, sendo que isto se passou no primeiro de todos, adivinhem quantas vezes mais fui aos santos populares?? Isso mesmo...esse número redondo!
Alguém me consegue explicar a razão de tanta excitação, na hora de fazer uma noitada nesta data? Quando uma sardinha é, em média, 2 euros, a inflação dispara abruptamente, os transportes públicos andam à pinha e demoras mais tempo para os apanhar do que aquele que neles viajas. Quando demoras meia hora a fazer um trajecto, que normalmente levaria 5 minutos a ser feito. Quando se batem os recordes de pisadelas, quando andas mais a pé, em busca de não sei o quê, que em grande parte da tua vida (e andar a pé em Lisboa devia valer uma prémio de montanha)...
Sou uma pessoa traumatizada neste sentido festivo. Por isso, bons santos a todos, que eu prefiro o sofá cá de casa.
Foi literalmente uma experiência "única".

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