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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sushi Report


Ontem foi talvez o dia mais difícil cá em casa dos últimos tempos. Em termos de nervos, está claro. E não, não foi apenas porque o Benfica perdeu mais uma final, começou muito antes e podia ter-se tornado num desastre psicológico para mim.
Para aproveitar este maravilhoso bom tempo, eu e o Sushi fomos passear um pouco mais cedo que o habitual. O calor era muito, e com isso a zona dos jardins do Parque das Nações estava bastantes bem composta. Como o solitário Sushi se tem portado bem sem trela, ultimamente, resolvi a certo ponto do tranquilo passeio soltá-lo. Algo a que o senhor cão responde de imediato com um dos seus sprints de felicidade característicos. Tudo normal.
Depois de cheirar toda a área circundante ao skate parque, de fazer a sua devida marcação de território, resolveu ser surdo novamente, e fazer "ouvidos de mercador" às minhas chamadas, reforçando aquela ideia: "Beagle com focinho no chão e rabo no ar, é cão cego e surdo". Assim, decidiu olhar para mim e desatar a correr no sentido oposto, seguindo o seu olfacto apurado. Eu como já sei que não o posso perder de vista, apressei o passo, subi montes...mas sempre a uma razoável distância dele. Por breves segundos deixei de o ver e alarmei-me! 
No entanto, segui o meu instinto de dono, e como o seu itinerário é quase sempre o mesmo, segui-lhe o rasto. E lá estava ele, com a ponta branca da espetada cauda (tal e qual carrinho de choque), no meio dos arbustos. Respirei de alívio, e tudo voltou ao meu controlo.
Ainda assim, havia um aspecto que me começara a intrigar uns minutos antes. O facto de haver um individuo a seguir o rasto do Sushi, entre mim e este. À semelhança do Sushi, também aquele indivíduo nunca me viu. O que era certo é que seguia na mesma direcção que eu, olhando sempre para um lado e outro. De imediato pensei: "pronto, o Sushi já anda com o cão daquele senhor na brincadeira, e estamos ambos a seguir os nossos cães".
Continuei a perseguição, agora sempre com atenção ao Sushi e ao indivíduo. Depois reparei que não havia nenhum cão para além do meu. Posto isto, sem que ambos me vissem, contornei os arbustos e escondi-me na zona onde ambos iriam desembocar, e esperei. Segundos depois, comecei a ouvir o tal homem careca, na ordem dos 40 anos, vestido com uma farda totalmente azul de oficina ou fábrica, chamar o meu cão!!! Disparou-me o coração.
Quando o Sushi chegou ao pé de mim, já o homem lhe agarrava no peitoral, puxando-o para a direcção oposta à qual nós tínhamos vindo. (em direcção ao estacionamento mais próximo).
De rompante, apareci na frente dos dois e o resto não conto...só que o Sushi está aqui ao meu lado a dormir neste momento. Já "aquele" animal não sei.
Como existem pessoas capazes de tudo, fica o aviso!   

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