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terça-feira, 15 de abril de 2014

Spring Breakers - reportagem CMTV


Ontem estava a fazer "aquele" zapping convencional, quando algo me prende a atenção no canal do Correio da Manhã.
Expoente máximo do jornalismo sensacionalista português, este canal apresentava uma reportagem especial de algo que, primeiramente, me pareceu ser uma daquelas reportagens sobre o trabalho do INEM e da polícia quando acontece algum azar. Mas, 5 segundos depois, reparei que se tratava de uma peça sobre a semana da viagem de finalistas de um grupo específico de alunos, onde uma equipa de reportagem seguia, a par e passo e in loco, todas as ocorrências do dia-a-dia desse mesmo grupo de estudantes do secundário, desde o momento que partiram de Portugal, até ao possível momento da sua chegada.
"Interessante", pensei eu de imediato. Algo que eu nunca tinha visto, e mais interessante ainda por estar a transmitir uma realidade sobre a qual eu não sabia nada (a não ser as histórias hollywdescas que chegavam a Portugal dias depois), porque, felizmente ou infelizmente, foi por algo que não passei.
Assim, completamente às escuras, segui atentamente o desenrolar da peça.
Poucos minutos depois de ouvir uma fedelha de 17 anos a vomitar a bílis, e a entrar em coma, percebi que aquele seria um reality show com tudo para dar certo em Portugal. A jovem afirmava que não tinha bebido assim tanto, mas que a bebida não lhe tinha caído bem. Depois, todos afirmavam que não consumiam nenhum material ilícito. Minutos mais à frente, dentro de uma mala de uma das raparigas, havia quase de tudo. Só os preservativos é que eram lícitos.
A parte que mais me impressionou, foi a de um indivíduo, que já devia ser a 10ª viagem de finalistas que fazia (a contar pelo seu semblante carregado), apresentar perante as câmeras a seguinte proposta: "Este ano vamos bater o recorde do ano passado, e meter mais de 100 pessoas dentro de um quarto". Tudo parecia dar certo, quando este se apercebeu que, com a  porta fechada no fim, o câmera-men não conseguia entrar para registar o sucesso da iniciativa.
Estas são as idades dos campeões, onde há malta que vai para se divertir sem limites, durante uma semana, mas poucas horas depois de chegar ao local paradisíaco, seguem de urgência para o hospital mais próximo, no intuito de passarem uma semana a soro e a comer por uma palhinha. Como foi o caso da rapariga acima mencionada. Porreira semana de finalistas!
Ser pai ou mãe é que não deve ser nada fácil nestas alturas. Ou será positivo ir levar um filho/a ao autocarro, sabendo que este vai passar uma semana ao Casal Ventoso mais distante?
"Vá filho, lembra-te de tudo o que o pai disse: tem juízo!".
Ter juízo, nestas idades, pode significar o seguinte: embebeda-te, droga-te, prostitui-te, não comas verduras, mas porta-te bem que depois o pai, quando chegares, leva-te ao Jardim Zoológico e aos pastéis de Belém, está bem?
Ao ver esta reportagem, fiquei com a sensação de que as viagens de finalistas são uma espécie de clínica de intoxicação para menores.
Se calhar, por não ter ido à minha, vou viver até aos 100 anos! 


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