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segunda-feira, 7 de abril de 2014

O futebol e os sentimentos dos seus


Sempre que posso fujo deste assunto. Mas como este faz parte do meu dia-a-dia, por vezes, torna-se impossível contorná-lo. 
Hoje é um desses dias.
Longe vão os tempos em que o futebol na minha vida, se resumia ao futebol de rua, entre amigos, espectáculo, diversão...Hoje, passados todos estes anos, o destino quis que assim fosse, o futebol tornou-se na minha vida actual. E quando se faz dele vida, também ele se torna cada vez mais complexo, sério, responsável, e até por vezes pode tornar-se cruel e injusto.
Nele, muito mais que em qualquer outra profissão, a fronteira entre o sucesso e o insucesso terá a espessura de uma folha de papel. Por isso, num segundo tens o mundo aos teus pés, e no outro imediatamente a seguir, caís-te aos pés do mundo. 
Por todos estes factores, é muito complicado juntar sentimentos interpessoais ao mundo do futebol, porque este prescinde totalmente de afectos ou quaisquer outros sentimentos de apego. O que me tenho apercebido ao longo destes anos, é que quem melhor consegue separar estas duas vertentes, ou alheá-las uma da outra, é que neste mundo tem tendência a vingar, e estar mais vezes próxima do sucesso.
Por vezes, como pensador que sou, tento perceber quem ao longo destes anos tem realmente peso suficiente para fazer parte da minha vida futura, pós futebol. E sinceramente, à medida que os anos vão passando, tenho tido cada vez mais dificuldade em encontrar alguém que encaixe nesse perfil. Porque, lá está, o futebol não se dá bem com os sentimentos entre os seus intervenientes.
O que tenho feito tem sido preservar as boas amizades, dentro e fora do futebol, sofrendo por antecipação por estar cada vez mais ciente que as últimas um dia vão ficar pelo caminho.
Se há profissão em que um dia é um dia, e o que se segue pode ser completamente diferente, essa é o futebol. Por isso, quem tem a virtude de gostar de pessoas não encaixará bem neste mundo. 
A corda tende a partir pelo elo mais forte. 
Para mim, hoje é um dia em que as emoções se entrelaçam, fazendo um "nó cego" ao meu estado de espírito. Não sei bem ao certo se estou feliz, se estou triste, ou até inquieto. O que sei é que amanhã é outro dia, e que por isso, em futebol, começasse do zero, não restando espaços para lamentações ou tristezas. 
Aqui cabe aquela frase cliché: "Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque!" Por muito que me custe dizê-lo! 
    

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