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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estados de espírito...


Como já vos tinha dito aqui, ando seriamente a pensar no meu futuro. 
Este é um pensamento que não me larga desde o final do ano passado, aquando do meu 28º aniversário. Esta é a idade perfeita para iniciar a nossa vida à séria, concretizar projectos...talvez porque já tenhamos os pés mais assentes na terra e saibamos um pouco mais sobre a vida (pelo menos na teoria). É a idade onde tens que começar a tomar decisões que vão fazer de ti um Homem, ou seja, junta duas coisas boas: a juventude e a maturidade.
Mas para muitos como eu, que fazem o mesmo há longos anos, esta pod ser a idade da desilusão, do medo, da falta de esperança, do descer à terra e o deparar com a realidade futura, da escassez de sonhos...tudo isto influenciado apenas por um palavra: Futebol.
Esta palavra para qualquer criança, como eu fui, significa um universo tão extenso de sonhos, objectivos, metas, alegrias, tristezas, que até hoje continua a guardar consigo aquela esperança (que já deixou de ser sonho) de vir a ser alguém naquilo que se faz, pelo menos até hoje!
É tudo o que de melhor uma pessoa como eu sabe fazer, até porque nunca fez outra coisa. Investe-se toda a paixão por aquilo que se faz desde os 6/7 anos, quando tudo ainda é um sonho. Os anos vão passando, algumas portas fecham-se, outras abrem-se, mas vamo-nos apercebendo que esta é uma casa sem janelas que deixem entrar o Sol para todos. Uns por demérito próprio, outros por azar, outros por falta de qualidade, outros ainda por falharem apenas no "momento" (palavra que define futebol)...são enumeras as condicionantes que podem fazer de ti alguém, ou não, neste desporto.
Eu, hoje com 28 anos, tenho a noção que não sou nenhum Maradona, mas pelo que sempre dei de mim a este desporto (infância e juventude perdida), mesmo não o sendo sempre, sempre encarei o futebol como a minha profissão...por isso, penso que "ele" também me podia ter dado um pouco de si. Nesta balança fico claramente a ganhar, porque dei muito mais ao futebol que ele a mim. Quero com isto dizer, que olhando para trás, orgulho-me de tudo o que fiz e na pessoa que me tornei em função deste mundo desportivo. Olhando para a frente, dou mais valor que nunca à minha profissão, dou muito mais valor a certas coisas do que antes, estou focado mais que nunca em demonstrar o meu valor e passar os meus últimos anos de carreira em grande. 
Mas também sinto uma espécie de medo para com o futuro, na medida em que estes foram anos em que vivi um sonho e estou perto de ter que acordar para a realidade.
O pior de tudo é que quando tudo isto acabar, sinto que começarei as minha vida do zero, mas com 30 e poucos anos!
Pelo menos, no meu caso, ao contrário da maioria, fui conseguindo, com muito esforço, ir preparando o meu futuro. Licenciei-me, estou a finalizar um Mestrado (valha isto o que valer), e com alguma antecipação começo a pensar no que será de mim daqui a poucos anos. Afinal, nesta tarefa dependo apenas de mim.
No futuro, quando for pai, farei de tudo para que um filho meu não olhe para o futebol com tanta importância como eu olhei, e ainda olho. Sim, porque estas palavras podem parecer de alguma frustração, mas aquele sonho de criança ainda hoje cá está, e é ele que me faz levantar todos os dias da cama cheio de prazer pelo que faço.
Se o futebol dependesse apenas de quem lhe dá grande parte da sua vida, seria um mundo muito mais justo, imparcial e recompensador acima de tudo.
Em jeito de conclusão, e para todos aqueles meus colegas que ainda vivem acorrentados a um sonho que tarda em aparecer, deixo uns testemunhos que muito me elucidaram esta semana. Vejam, reflictam, e pensem o que são estes senhores do futebol hoje,(eles que ganharam milhares de vezes mais que nós) e o que serão vocês amanhã:





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