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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A magia negra do carrossel do Camões!


Existem dias em que mais valia ter ficado em casa. E acreditem que este foi um deles...
Estava-me o dia a correr tão bem, quando decido ir passear pelas ruas do Bairro Alto e Chiado, aproveitando o sol radioso que se fazia sentir, e que traz consigo dias mais compridos. Acabadinho de estacionar o carro no Camões oiço um barulho ensurdecedor vindo da praça. Quando subi as escadas deparo-me com a feira popular em plena Baixa Pombalina. "Com a breca" pensei eu para mim.
Música, carroceis, feirantes, farturas...e um speaker de serviço que de 5 minutos 5 minutos lançava as suas larachas em bom português.
Ok, uma iniciativa de salutar por parte da Câmara Municipal de Lisboa para divertir uma das principais zonas de turismo da cidade, em épocas de Carnaval. Sim senhora, um pouco brega e sem classe mas aceita-se.
Segui o meu caminho, mas aquele som de fundo, por mais que me afasta-se, não me saía dos ouvidos. Uma autêntica tortura sonora, devido aos hits menos próprios que o tal speaker/dj metia a rodar. Desde o obrigatório Tony Carreira, aos kuduros e kizombas mais pimba de sempre (já por si são maus agora imaginem misturados!), tudo era motivo de celebração para aquela gente. Pensei eu.
Passado algum tempo, aquando do meu regresso, houve uma música que me chamou à atenção: "Gangnam Style", mas numa versão pimba portuguesa e com uma letra de reacção. "Pera lá! isto há aqui qualquer coisa que me está a escapar". E estava mesmo.
Aproximei-me e reparei que se tratava de uma manifestação. Uma como eu nunca tinha visto antes. Em formato feira popular!
Procurei de imediato informar-me com um amigo meu de uma loja, que me disse que esta manifestação durava à um mês, e que a malta que vivia e trabalhava ali já não aguentava mais. O propósito da mesma prende-se com o IVA a pagar pelos feirantes. Mas lá estavam eles a dançar em cima dos carroceis e camiões, como se o amanhã não viesse a existir.
Para piorar um pouco a coisa, um desfile de Carnaval escolar pairava sobre aquela zona, aproveitando o valente som para carnavalar. Bonito serviço!
Depressa me decidi pela partida, o qual realizei o mais rapidamente que pude, para me safar daquele lixo sonoro. E foi o que fiz, paguei o parque e segui caminho. Mas o infortúnio esperava por mim no acesso à única rua que me conduzia a casa. A tal feira popular agora era ambulante, e seguia rua do alecrim abaixo, comigo preso entre carroceis e feirantes que dançavam como loucos. Não dá para acreditar o quão ridículo me senti, pois as pessoas olhavam para mim como se eu fosse um manifestante. O que me levou a não reclamar, por ser pior.
Resultado: 30 minutos para descer a rua até ao Cais do Sodré!
O que acham deste programinha para passar o tempo?

Desde muito pequenino que abomino carroceis. A sério, tenho um medo horrível! Basta dizer que a primeira vez que andei de carrinhos de choque tinha 17 anos e foi acompanhado do meu pai. E quando algum amigo me oferecia uma entrada para canguru, eu dizia que me estavam a chamar do outro lado da feira.
Com mais esta experiência, sinto-me no direito de pedir: Por favor Sr. Ministro, desça o IVA a este pessoal que eles são beras como as cobras!

Este bigode tem medo, muito medo!      

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