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domingo, 12 de abril de 2015

Rato de Biblioteca



Depois da azafama em que me tenho arrastado os últimos tempos, prometo aqui, que a partir da semana que vem este espaço voltará com a regularidade que vos habituou, ao longo destes últimos anos.
Hoje escrevo-vos a Sul, ao som de John Coltrane. 
O tempo não está grande espingarda por aqui(falar do tempo fica sempre bem).
No meio de tanto tempo sem tempo para nada, ainda fui a tempo de pecar. Afinal, pecar é apenas uma questão de tempo.
Regressou a mim aquela incessante, mas deliciosa, vontade de me debruçar sobre um livro e alhear-me de tudo o que me rodeia. A este nível andava sem opções, no entanto, fui vasculhar a biblioteca lá de casa e no meio de dezenas de livros de um tal de Nicholas Sparks (autor que parecer escrever em vez de falar, tal é a regularidade com que os seus livros saem do forno), cujas obras nunca li uma página, reparei que todos os outros eram meus e como é óbvio já os tinha lido...o pior estava para vir e havia um canto do armário que até então era tabu para mim, e do qual sempre fugi a sete pés. Aliás, até tinha medo de olhar. Porquê? Porque sou do contra.
Depois de vários minutos a desarrumar a biblioteca, com o intuito de encontrar algo que me acompanhasse na viagem que tinha programada aos Açores, naquele fim de semana, percebi que só me restava aquele solitário calhamaço para matar a sede, ou então morria pelo caminho e no ar, triste e pouco realizado.
Essa "obra" era a tão badalada "As Cinquenta Sombras de Grey"!!! Desculpem se vos desiludi...já tenho uma sessão de auto-penitência marcada para esta semana.
O que se passou, é que eu vinha de uma experiência única de ter lido "A Arte da Guerra", que me consumiu um mês, dado que me obrigou a ler, reler, e pensar à medida que folheava aquelas palavras sábias. Agora, sem saber ao certo ao que ia, mas sendo uma história da moda, arrisquei, e li o livro em menos de 48h! Não, não foi porque adorei, descansem. Antes pelo contrário! O livro é de tal forma rectilíneo e simples, que quase se lê na vertical. Não acrescenta nada, a não ser o facto de falar constantemente de sexo, mas escrito habilmente por uma mulher para mulheres!
Foi claramente uma história e um enredo idealizado e escrito para (inteligentemente) satisfazer todos os fetiches e tabus, que elas tanto escondem, mas que tanto sonham: Dinheiro, luxo, submissão e rejeição. Arrisco estes adjectivos, sem qualquer tipo de machismo, mas ciente de que, no fundo, são os que retratam o mundo dos fetiches femininos!
A mim, nem me aqueceu nem me arrefeceu! Mas tenho aquela regra de nunca deixar um livro a meio...
Passada esta experiência, consegui finalmente regressar ao caminho da realização literária, com uma nova obra do mesmo autor de "Discurso do Rei", de Peter Conradi.
Sou um fascinado por tudo o que envolva a 2ª Guerra Mundial, e "O Confidente de Hitler" é mais uma cereja no topo do bolo, por ser verídico. O que se passava na vida mais íntima de Adolf Hitler, e de quem o rodeava, entre quatro paredes???
Que poder tinha este confidente?
Cheira-me a nova adaptação ao cinema.

Entretanto, deixo-vos só a nota de que amanhã, pelas 11h, abrirá ao público em geral, a melhor loja californiana de Lisboa (Parque das Nações). 
Falo da Thrashin!!! Agora esquece-te de lá dar um salto...  

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