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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Long Live Rock 'n' Roll nº 78


Acho que nunca antes tinha ouvido tanta disparidade de tipos musicais como nas últimas semanas. Tenho entrado e tentado perceber, mundos que até hoje me passavam ao lado por mero conformismo.
No fundo, acabei por tirar o rótulo mais roqueiro dos meus ouvidos, e penetrado por realidades sonoras mais sofisticadas e complexas.
Por isso, depois de uma fase de consumo de hip-hop ao máximo, surge-me agora a vertente mais electrónica da "coisa".
Sem conhecer quase nada deste universo, entrei ás cegas e penso ter entrado pela porta principal.
Eis que me surgiu Darkside!


"Poucos produtores de eletrónica atingem o nível de sofisticação de Nicolas Jaar. A sua música transcende rótulos e desafia conceitos, aspira a muito mais do que fazer dançar ou ser música ambiente, embora seja ambas coisas e muito mais. 
Nicolas Jaar é um esteta com raciocínio científico, presta atenção ao todo mas parte dos detalhes, e é nos detalhes que constrói a sua identidade. Nascido em Nova Iorque, viveu parte da infância no Chile e sempre viajou pelo mundo, muitas vezes acompanhando o pai, Alfredo Jaar, um dos mais reputados artistas e intelectuais chilenos. A música de Jaar tem o mesmo espírito inquieto do viajante, explora todos os caminhos, faz desvios e cruzamentos, aproxima-se do house, jazz, blues, techno, música clássica ou contemporânea. 
Em Portugal sabemos do flirt com o Fado, que já o levou a convidar Carminho e Gisela João para o acompanhar em palco (em diferentes momentos), mas também faz música para cinema. Criou uma banda sonora para o filme russo The Colour Of Pomegranates/Sayat Nova, realizado por Sergei Parajanov em 1969, e assinou recentemente a banda sonora de Deephan de Jacques Audiard, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, este ano. Os seus interesses são múltiplos e as suas actividades vão para além da música que grava em nome próprio. Estudou literatura comparada, durante 4 anos dirigiu a Clown and Sunset, editora que em 2013 transformou em Other People, e lançou, entre outros, os discos de Darkside, o projecto que manteve com o multi-instrumentista Dave Harrington até ao ano passado.
Apesar de terem passado 4 anos entre a edição de Space is Only Noise, o seu brilhante álbum de estreia, e o recentíssimo Ep Nymphs II, Jaar esteve tudo menos parado. Além do envolvimento com Darkside, fez música com Scout LaRue, filha de Bruce Willis e Demi Moore, também com Sasha Spielberg, filha de Steven Spielberg e Kate Capshaw, juntou-se a Brian Eno e Grizzly Bear para uma edição especial Record Store Day, remisturou Cat Power, St Vincent, Florence and The Machine e Daft Punk... .Os trabalhos e colaborações multiplicam-se e a sua criatividade parece inesgotável.
Aos 25 anos Nicolas Jaar é um mestre da eletrónica. Um produtor e compositor intuitivo e cerebral, emotivo mas matemático, livre e conceptual, que pode usar elementos étnicos ou citar cinema e literatura, sublinhar a melodia, ou puxar pelo baixo e pela bateria, intensificar o ruído ou procurar o silêncio. A sua música é complexa e extremamente rica e prende-nos como uma entidade viva."
Precisarei de me justificar mais?
Fiquemos com uma das melhores malhas deste projecto:

DEU!


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