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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E depois, o que nos fica?


Já a minha mãe diz que sou o único da família que saiu ao meu bisavô. Não na habilidade, mas na forma intensa como vivemos, e pela paixão que nos agarra à vida. 
Infelizmente, não poderei afirmar que todas as pessoas adoram viver. Viver, que não significa o mesmo que estar vivo. 
Eu adoro viver, sou viciado no dia-a-dia, na indefinição que é o amanhã e na relação com o meu semelhante.
Resultado desta fixação, o simples facto de respirar me atormenta, porque fi-lo menos uma vez, estando mais próximo do fim. 
Mas será que existe um fim?
Um dos pensamentos do qual sou refém, vai na volta, é o da certeza de que um dia irei morrer e deixar isto tudo para trás. Não admito que o que eu construí, as relações em que me empenhei, tudo o que dei de mim...continue sem me dar satisfações, e me tire do "jogo" num segundo. 
Tenho muita dificuldade em aceitar que tudo isto continuará sem mim. Os meus filhos, os meus netos...que forma mais errada de deixar isto tudo. Que falha cometeu alguém na hora de planear o compromisso entre a vida e a morte, essas duas certezas absolutas.
Recentemente, mudei de estratégia. 
Sempre que esses pensamentos menos agradáveis me ocorrem, em vez de ficar envolto em tristeza ou devastado, comprometi-me em achar uma solução para tornar a realidade menos real. E acho que já consegui metade.
Nunca acreditei muito em vidas para além da morte. Mas algo sempre me fez ter vontade em acreditar nisso.
Hoje, estou mais perto de amainar o meu mau sentimento em relação à morte. 
Quero muito acreditar que depois disto há mais e mais. 
Quero cá voltar um dia, mesmo sem ser convidado. E quando voltar quero ser melhor do que sou agora. 
Se me "portar bem" desta vez, penso que terei maiores possibilidades de ser convidado a voltar.
Assim, um dos meus objectivos pessoais, e que só a mim me diz respeito, é o facto de querer ser sempre um indivíduo em constante evolução. 
Nada disto para demonstrar alguma coisa a alguém. Mas na altura da minha despedida, gostaria de olhar para trás e que isso me permitisse dizer um grande: ATÉ JÁ! 
Esta é uma reflexão que paira sobre mim estes dias, no entanto, ainda está longe de estar concluída, porque lhe falta conteúdo (experiência). 
Ainda assim, penso já ter bases sólidas para que faça parte das minhas crenças para o resto da vida.

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