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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sucesso VS Insucesso


Hoje acordei com um pensamento engraçado que desembocou numa conclusão que, de tão lógica que é, por vezes nos escapa. Começo realmente a acreditar que é ao acordar que os génios têm as melhores ideias. O cérebro está fresquinho...
Quando pensamos em sucesso e insucesso, raramente correlacionamos os dois. Tendemos a pensar em cada um de forma isolada, pois são duas realidades opostas, embora estejam separados por uma linha bastante ténue, o que me permite ousar e pensar nos dois aos mesmo tempo, e sem preconceitos.
Existem assim, duas formas de olhar para o sucesso e o insucesso: a forma como atingimos cada um; a forma como lidamos com cada um.
O senso-comum diz-nos que as formas de alcançar o insucesso são infinitas, bastando uma pequena distracção ou erro para que sejamos resgatados por uma onda negativa. Salvo raras excepções, a obtenção de sucesso carece de muito trabalho, sorte, humildade, profissionalismo, ponderação...e algumas práticas menos correctas do ponto de vista ético. Tudo isto pode demorar uma vida, e na maior parte das vezes, vivemos a roçar o sucesso sem nunca o conseguirmos alcançar. Permite-nos afirmar que o sucesso é muito mais previsível que o insucesso, que nos aparece sem deixar recado. Num ápice caímos em desgraça, e numa vida vivida com afinco podemos, ou não, atingir o tão almejado sucesso. Existe insucesso à discrição para todos, e existe sucesso em stock limitado apenas para alguns. O sucesso esgota-se por si mesmo, o insucesso esgota-nos a nós.
Depois existe a forma como cada um de nós lida com estes dois pilares da vida. E aqui a balança pende muito mais para o lado do insucesso. Este é muito mais pesado que o outro.
Por outras palavras, dá-se muito mais importância e ênfase quando alguém caí em desgraça, imersa em insucesso, do que quando alguém com afinco e trabalho se esforça para finalmente atingir o lado positivo da actividade humana. Os erros assumem aqui grande parte do protagonismo, deixando o papel secundário para os méritos. Afinal, o mérito é alvo de um dos pecados capitais. Carrega sempre na sua bagagem a inveja, que pesa tanto! O erro caminha sozinho, sem nada às costas a não ser ele mesmo.
Não é por acaso, que seja em que actividade for, o erro abafa o mérito numa fracção de segundos. Por exemplo, imaginem alguém que vive toda a sua vida banhado em sucesso, fruto do seu trabalho e astúcia, acarretando por inerência, uma nuvem de inveja ameaçadora. Certo dia, erra e sente pela primeira vez o sabor do insucesso. A tendência é para, a partir desse momento, que toda a sua vida passada caía no esquecimento, levando-o novamente à casa de partida. Nem o próprio se lembrará que algum dia teve sucesso, tal é o peso do erro que cometeu. O pensamento fica assim circunscrito.
Agora imaginem o inverso. Um pobre coitado que nunca fez nada para sair do limbo de insucesso, em que vivera toda a sua vida. Eis que numa jogada de sorte, o sucesso lhe bate à porta e tudo muda para melhor! A tendência é para que as pessoas não se esqueçam do que foram anteriormente. Nem ninguém se esquecerá sequer...
Hoje estamos de um lado, amanhã estamos do outro. A fronteira faz-se de um gelo fino e transparente. Resta-nos remar constantemente para que a maré não nos afunde, mesmo que isso nunca signifique a chegada a bom porto.         

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