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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dear hometown...


Todos nós temos uma referência geográfica ligada aos nossos primeiros anos de vida. Todos nós nascemos e crescemos num determinado local. É esse(s) local(ais) que nos irá marcar para sempre. 
De uma forma ou de outra, recorremos sempre aos mesmos nomes para recuar alguns anos no tempo, e relembrar por onde andámos, por onde brincámos...sempre com o mesmo tom nostálgico e afectuoso que caracteriza essa experiência vivida. Afinal, diz-se que são os primeiros anos de vida que nos marcam para sempre, por isso é normal olharmos para um certo local como sendo a nossa "terra mãe".
Eu nasci, cresci e vivi durante 19 anos, numa cidade chamada Cartaxo. Posto isto, é essa a minha naturalidade, a minha origem, e o local que brota na minha memória sempre que relembro, com carinho, os meus primeiros anos de vida. É o local onde ainda hoje tenho amigos e família. Assim, é um sítio que me derrete o coração pelos anos que já lá vão. 
Hoje, a história é bem diferente.
Hoje, não reconheço o meu Cartaxo de há 20 anos atrás. Hoje, não me sinto em casa quando lá estou. Hoje, sinto-me lá um estranho...
Perto de completar uma dezena de anos que saí daquela terra que me viu nascer, a vontade de voltar é nula. Assim como o carinho que tenho por ela.
Longas jornadas passam sem que eu sinta vontade de viver aquela cidade. A minha actual relação com ela faz-se de carro, numa estrada nacional que a atravessa, com a duração de 5 minutos, de 15 em 15 dias, com paragens obrigatórias em casa de familiares. É uma relação de desilusão e de desapego.
No fim de contas, começo a perceber que a minha zona de conforto mudou. Acredito também, que sendo nós cidadãos do mundo, podemos escolher qualquer local do mundo para sermos felizes. Eu, um dia que não tenha mais motivos de força maior para me deslocar ao Cartaxo, tenho a certeza que só lá irei a funerais, infelizmente.
Contudo, este é um sentimento estranho, porque as pessoas que emigram da sua cidade natal, têm sempre um enorme gosto em lá voltar na primeira oportunidade que têm. O mesmo não acontece comigo...
Por exemplo, hoje, sinto-me mais em casa e tenho muito mais carinho por uma terra chamada Pontével, que me adoptou, do que pelo sítio onde nasci e cresci. Como explicar uma coisa destas, mesmo sendo dois locais onde eu não vivo o meu dia-a-dia??
Por outro lado, adoro Lisboa!!
Trago aqui este assunto hoje, porque este fim de semana foi passado mais tempo que o normal na terra natal, e é coisa que não tenciono fazer tão cedo. 
Sabem aquele sentimento tão agradável de regressar à nossa casa? Foi o que não senti no sábado à tarde e no domingo de manhã, mas foi o que senti assim que pus a chave à porta no domingo à tarde.
Caso para dizer que "a corda já não prende o pé".



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