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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Dias cinzentos a preto e branco


Hoje, como todas as terças, normalmente marcam as minhas folgas. Dia em que aproveito para acordar cedo e por em ordem tarefas como: fazer sopa para a semana toda, passear o Sushi, arrumar o que há para arrumar, fazer um pouco de exercício ao esqueleto, bem como preparar um bom almoço. Até aqui, toda a manhã é ocupada como nenhuma outra durante a semana. 
Normalmente, a minha folga é regada pela descontracção e apatia.
Como tremendo apreciador do Inverno, esta terça está perfeita. Dia cinzento, em que o frio e a chuva parecem ter ganho protagonismo neste Verão de S. Martinho. 
Tudo parece perfeito não é?
A tarde é bem mais complicada quando se decide ficar em casa num dia de folga. Para além do meu lugar de eleição ser este onde estou sentado agora a escrever, existe um aparelho inventado a alguns anos, de seu nome televisão, que com o seu ecrã escuro, olha para mim com inveja do meu computador. Sendo eu um sentimentalista, decido alegrar-lhe o dia e ligá-la. 
Momento épico este, dado que por semana devo ver uns 30 minutos de TV!!
"O que tens para mim?", pergunto eu na tentativa de saber o que esta caixa mágica tem para me regar a tarde. Ela já devia saber os meus gostos, principalmente em torno do bom cinema, desporto, ou algum programa de entretenimento que me vá acrescentar algo.
Zapping, acaba por ser a melhor opção neste momento (ou única). Esperança é o que sinto nesse momento. E lá começo eu a carregar nos botões: 1, 2, 3...98, 99...novamente, 1, 2, 3!!!
Resumindo a minha viagem de 10 minutos pelo mundo televisivo, concluo que em mão tenho as seguintes opções: Tardes da Júlia e da Fátima, novelas portuguesas de há 5 anos, noticiários que repetem o que ouvi ao almoço, campeonatos de snooker, CSI's sarnentos, um documentário sobre aves migratórias em África (de seu nome, qualquer coisa Kardashians), tele-vendas em romeno e um concurso de pesca em russo...
Mais uma vez regressei onde estou agora, tal qual "Madalena Arrependida", desolado por ainda acreditar num aparelho que em tempos me enchia o coração de alegria!
Assim não é fácil, mesmo sem dinheiro os canais poderiam esforçar-se um pouco mais em horários fora do prime-times, porque nem toda a gente tem 90 anos ou trabalha 20 horas por dia.
Assim, o pirata que há em mim, levou-me, mais uma vez, a recorrer às minhas séries e filmes armazenadas num disco rígido feito à minha medida, o que me irá acompanhar e salvar daquela malvada tela (novamente) escura.
Tudo isto para dizer que, para mim o aparelho mágico há muito que deixou de me iludir com os seus passos mágicos de trazer na algibeira.
Peço então perdão televisão!  

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