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domingo, 22 de janeiro de 2017

O subsolo do porto(gal) rural

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Como sempre estou a adorar o Porto.
Como também já vos escrevi aqui, dá a sensação de que vamos lá fora cá dentro, porque as diferenças estão à vista desarmada.
Mas nada se compara ao que presenciei na passada madrugada de sexta feira.
Vir ao Porto e não ir espreitar o que se passa no mítico Maus Hábitos, é como ir ao ginecologista e não mostrar o pipi.
Depois de um longuíssimo dia de trabalho, precisava mesmo de ver outras caras e respirar outro ar.
O primeiro e único destino que o meu cérebro drafteou só podia ser aquele último andar de um velho edifício em frente ao Coliseu.
À chegada foi logo estranho, pois nunca antes aquelas escadas estiveram tão animadas...
À entrada, a estranheza passou a desconfiança.
Cheio de sede, dirigi-me ao bar de onde vinha a música e servi-me de uma imperial, enquanto estranhava a música que tocava e ainda mais homens e mulheres cantarem-na ponta da língua, um tema que eu nunca antes tinha ouvido...
"Mas que raio, estou apenas a alguns kms de Lisboa e as músicas que levam o pessoal à loucura aqui são coisas que nunca ouvi!!"
A malta, independentemente do sexo, soltava a franga e as penas esvoaçavam.
Procurei um canto mais recatado(coisa que percebi não existir), e comecei a ver drag queens por todo o lado. Passados alguns minutos, desfilavam de um lado para o outro, pessoal que se travava por "oh bicha!" e que vestiam as roupas mais estranhas que podem imaginar. Desde: pijamas cor de rosa com plataformas, alças transparentes de rede, lantejoulas, rapazes de tops femininos decotados, sósias do Ricky Martin, Abba e até um Hobbit...
Numa mudança de perna de apoio, e no meio de uma estupefacção intensa, dou por mim a olhar para o programa do mês.
Já estranhava que há mais de 30min não parava de ouvir gritos ao som de todos os hits de Beyonce e Destiny Child, mas quando corri o dedo pelas datas, até à noite de 20 de Janeiro, confirmei o pior cenário: Noite de Tributo a Beyonce (aka noite gay!!) 
Tudo passou a fazer mais sentido, ao mesmo tempo que me assustei com o que via a sair da pista de dança.
Como já sabem, considero-me uma pessoa com a mente minimamente aberta para os tempos que correm, mas tudo ali atingia um nível para o qual eu não estava preparado. Fiquei desconfortável...
Fui abordado várias vezes pelas tais bichas que queriam colo, um abraço ou lume.
Passados alguns minutos, relaxei e entrei na cena (na medida do possível e com as minhas limitações, resumindo tudo a um sorriso) e cheguei ao resultado final: Nunca ri tanto em toda a minha vida!
Uma noite que jamais esquecerei!
Caí ali de pára-quedas, sem saber ao que ia, mas diverti-me à brava à pala da minha capacidade de observação e do meu sentido de humor.
Cheguei a casa "inteiro" mas foi-me difícil adormecer.   

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