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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Meia estação de fora


Não sou fã do Verão, mas adoro a sociedade entre este e as redes sociais.
Mesmo antes de vir o bom tempo, existe uma campanha de promoção pessoal a bikinis, que torna quaisquer espelhos de casa de banho num hall of fame.
Adoro ver os desfiles de promoção às novas aquisições de swimwear de cada estação quente. Parece que todas elas esperavam e ansiavam pela abertura da época das selfies de bikini!
Há para todos os gostos. E em todas as redes sociais.
Desde salsichas, maminhas, força na barriga e caras vermelhas do esforço, bum-buns Brasil, fios dentários e cuecas de banda larga.
Não tem mal nenhum, a malta gosta, até porque a malta gosta do ridículo!!
Uma questão que se prende aqui, é a do porquê de se distinguir tanto entre lingerie e bikinis, quando uma lingerie até pode ser muito mais gira e vistosa que um bikini. A meu ver!
Por isso, peço a todas as posers de redes sociais, que adoptem este exibicionismo também durante o inverno. Fica tão bem como pano de fundo o mar, como o vosso quarto ou salamandra.
E assim, um dia ainda virão a ser "anjos" victorianos, para além do alimento para o ego não ser apenas sazonal.
Tenho dito. Usufruam do calor e do frio!
  

sábado, 23 de julho de 2016

Portugal Portugal, do que é que estás à espera...


Vou arriscar só mais uma vez!

Na semana em que, foram chumbados os seguintes projectos de lei:
- fim do apoio institucional à realização de espectáculos que inflijam sofrimento físico ou psíquico ou provoquem a morte de animais;

- fim da utilização de dinheiros públicos para financiamento directo ou indirecto de actividades tauromáquicas;
- fim do financiamento público aos espectáculos tauromáquicos.

E em que a RTP (canal público do Estado) passa, em horário nobre, mais um triste espectáculo de tortura animal, sinto-me envergonhado por viver num país de costumes arcaicos. Muito mais envergonhado e revoltado, do que orgulhoso por termos sido campeões da Europa ou do Mundo!!

Peçam-me tudo, roubem nos bancos, sejam burlões na política, façam do Zé Povinho gato sapato...mas não me venham ao bolso para contribuir para estes tristes tiques culturais, baseados nos espectáculos dos coliseus romanos, de há séculos atrás!!!
O ser humano pressupôs evolução, já não vivemos em grutas, nem temos que caçar para comer.

Não acredito que trabalho, e do pouco que ganho, me vêm ao bolso para coisas como estas. Sabendo de ante-mão que o novo ano lectivo está em risco, por falta de orçamentos das escolas públicas, que morrem pessoas no serviço nacional de saúde por falta de recursos...

E que tal ouvirem o que a população tem a dizer sobre este tema, e o destino dos apoios públicos?
A manta já é tão curta por mil razões que todos conhecem, o país arrasta-se, mas o pessoal está sempre disposto a meter o colhão para o lado esquerdo, e exibir-se perante um pobre animal indefeso e em pânico.

Vejam-se os países mais desenvolvidos e na vanguarda da "coisa pública".

Esta é daquelas coisas que me tiram do sério, mas não contem comigo para discussões...

Prossigamos em frente!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

BBC para onde vamos?


Como diz uma das minha músicas preferidas "começo a ter medo do medo". E não é razão para menos.
Estava aqui a tentar segurar-me para não falar da nova moda dos Pokemons. Adorava perceber desses bichos, mas a seguir ao Dragon Ball comecei logo a ver filmes pornográficos e não apanhei a "cena"...
No entanto, mesmo que uma pessoa não queira, acaba sempre por se ver emaranhado no meio desta sociedade de walkers.
Foi o que me aconteceu no passado sábado de manhã.
Estava eu a treinar debaixo da ponte, com o Tejo aos meus pés, quando me apercebo do alarido logo às 8h da manhã, por aquelas zonas, coisa que não é de todo normal. 
Achei estranho, mas rapidamente me apercebi que se tratava da febre dos Pokemons. Famílias inteiras, tal qual manadas, desbravavam os recantos do Parque Tejo, para fazer não sei bem o quê com o telemóvel em riste.
Minutos mais tarde, bem perto de mim, sentava-se na relva uma família de nepaleses com a sua cria. 
Enquanto, as crianças às dezenas, berravam e choravam, porque não eram capazes de apanhar o "bicho" que não existia, sendo de pronto auxiliados pelos pais, uma criança nepalesa rebolava na relva ao colo dos seus progenitores, gritando bem alto de alegria, e rindo à gargalhada com o eco que a sua voz fazia no tabuleiro da ponte.

Duas espécies diferentes.
Era só isto...  

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Não há tempos mortos depois de morto


Este post serve para responder a todas as pessoas que já presenciaram um hábito meu, e que sempre me perguntam o seu porquê.
Quando lhes retribuo com a resposta na ponta da língua, ainda que bem atabalhoada, exclamam de tanto fazer sentido. 
Espero o mesmo de vós!
Existe uma tarefa que é vital no meu dia-a-dia. Confesso que sou mesmo um bocado obcecado por tal necessidade, que ao não ser realizada atempadamente, me deixa de mau humor.
Como já devem ter percebido, trata-se de lavar os dentes. Algo que não tem ciência nenhuma. Mas quando lavar os dentes é essencial e ao mesmo tempo um "tempo morto", aí esta cabecinha teve que se adaptar.
Assim, há vários anos para cá, cortei com o protocolo, e sempre que lavo os dentes, tento fazer outra tarefa em simultâneo, principalmente, se alguém estiver no mesmo espaço que eu.
Se já partilharam alguma refeição comigo, e a minha escova e pasta estiverem por perto, certamente saberão do que se trata, e de certeza que já acharam estranho eu aparecer a lavar os dentes em qualquer local comum. 
Não se pense que é algo fácil, porque demorei anos até desenvolver a técnica perfeita para não me babar.
A resposta é simples: se é essencial, não tem que ser solitária.
Não perco uma bela conversa e uma boa companhia, nem por ter que lavar os dentes (sim, porque falo, ou pelo menos tento, mesmo com a boca cheia de espuma). 
É ver-me a lavar os dentes pela casa fora, ou por onde quer que seja...eu consigo perseguir-vos!
E mesmo quando estou sozinho, é ver-me em frente à TV a fazer zapping. Se vos disse-se as tarefas que já realizei ao mesmo tempo que lavo os dentes, caíam para o chão a rir!
Pensem comigo, se juntarem todos o minutos que demoram a lavar os dentes, e os somarem no fim da vossa vida, vão perceber que podiam ter vivido mais 1/3 do que viveram!
A isto meu caros, a isto chama-se rentabilizar tempo.
Vão por mim. Mas não se babem!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Com papas e bolos...


Antes de mais, como português e amante do desporto que sou, estou extremamente orgulhoso dos nossos atletas, das diferentes modalidades que, este fim-de-semana, nos encheram a alma crédito!
Parabéns a todos! (se é que alguma vez me vão ouvir)
Depois, quero deixar uma palavra de apresso aos franceses, por continuarem a pensar que o mundo gira à sua volta (o que não deixa de ser verdade, mas pronto).
Gostava ainda de enaltecer a paixão e o euforismo, demonstrada por grande parte do povo português, na hora de sair à rua a um domingo à noite, para festejar uma vitória desportiva!
Relembro que hoje é segunda-feira (dia de trabalho) eu tenho o mesmo dinheiro na conta que ontem (isto porque as despesas ainda não caíram este mês), o país continua a afundar-se em escândalos financeiros e daqui a pouco vão-nos ao bolso para nos pedirem "emprestados" 2000€, para fazer face a um "pequeno" problema da Caixa Geral de Depósitos, nada de especial...
Se ligarmos a TV esta semana, a crise acabou, já não há desemprego, fome, pobreza, e as pessoas festejam nas ruas de todo o país pelo facto de um português ter acabado de descobrir a cura para o cancro e Sida!! #sóquenão
Infelizmente, o mundo não melhorou grande coisa desde ontem à noite. A não ser para a comitiva portuguesa, que a esta hora desfila em autocarros descapotáveis pelas ruas da capital, com os bolsos ainda mais cheios.
Para acabar, é tão fácil ser português. 
Entretemo-nos com tão pouco. 
Somos tão pouco exigentes. 
Parecemos tolos que comem papas e bolos. 

Se me sinto campeão de alguma coisa?
Já vos digo...agora tenho que voltar ao trabalho que isto não está para campeões platónicos!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Long Live Rock 'n' Roll nº 84


Pois é, como um grande amigo meu diz "estamos perante uma grande revolução no mundo da música, que começa algures na Austrália e se estende até ao Reino Unido e ao mundo em geral".
O rock está em mutação, muito por culpa do revivalismo psicadélico dos anos 60/70.
Teclas, distorções, fuzzes, delays...são os ingredientes principais deste novo panorama musical.
Tudo teve início com os Beatles, até que hoje bandas como Tame Impala, Ty Segall, Moon Duo, The Black Angels, UMO...inspiram uma legião de seguidores dos sets de pedais perfeitos.
Este fim-de-semana entrei numa festa de 5ª dimensão no Sabotage. 
Sabem quando estão a curtir tanto malha trás de malha, que dão por vocês com o Shazam no ar a rapar tudo o que passa!? 
Foi o que me aconteceu.
A maioria das faixas já conhecia, mas ali parecia que tudo tinha uma intensidade diferente. Talvez fosse das luzes ou da cerveja...
No meio do set houve uma malha que me ficou na cabeça até hoje. E daí a banda que vos apresento hoje.
Digam olá aos Fat Truckers!!

 

Não estranhei não conhecer, já que estes tipos não têm muito rasto na Internet.

Fica a escassa informação desta banda britânica:
"The Fat Truckers were a British electroclash band from Sheffield, comprising Ben Rymer, Mark Hudson and Ross Orton and briefly augmented by Jason Buckle and Ginger Dave as a part-time members.
They toured in support of Jarvis Cocker, apparently wielding light sabres on stage and described themselves as writing songs about "cheap motorbikes, import-export business and multiplex cinemas - we're a social comment on modern living" and having a fondness of Henderson's Relish.
The band split up in 2004. Orton now works in production with Pulp's Steve Mackey, and has recently worked with M.I.A.. Rymer DJs as part of Gucci Soundsystem and Hudson has his own band Meat For A Dark Day"
Apenas com um álbum cá fora "The First Fat Truckers Album is for Sale" de 2003, foi o malhão "Super Bike" que me enfeitiçou no passado sábado.
Escutem:


Bem dito electroclash do país do Brexit!

sábado, 2 de julho de 2016

A parte de trás do mundo


Muito simples.
Com tanta futilidade esbanjada em redes sociais, o catalisador dos egos sociais do novo século, mostra o indivíduo sem falhas, sem defeitos e sem make-up (como diz o outro).
Todo este novo universo, em que se transformou, o outrora, homo sapiens, está montado numa fachada gigantesca que vai teimando em girar sobre si, e em torno do Sol.
Todos temos que ser/parecer belos e amarelos, e um like é como pão para a boca.
Quantas e quantas vezes, são precisas para chegar àquela foto bendita, que ganha força e prestígio para se lançar aos cães salivantes? 
Esse seria o tempo necessário para se fazer algo mais interessante, que pintar a futilidade com mais uma pincelada, enquanto a sociedade se vai despindo de valores morais.
Simples seria, se fosse fácil contrariar isto. Este ponto de saturação.
Ontem pensei em lançar um desafio à humanidade internauta, aos meus amigos virtuais que fazem do meu mundo real tão vazio.
E se a moda passasse a ser partilhar selfies e fotos, realmente como somos? Com todos os nossos defeitos físicos, já que o resto não se capta com a visão focada num pequeno ecrã...
O incrível seria postarmos fotos das nossas unhas encravadas, das nossas borbulhas, dos nossos pêlos, do nosso dedo torto, da nossa monocelha...
O choque não seria tão fictício quando existisse um encontro pessoal, onde normalmente a reacção é: "Então mas, nem pareces a/o mesma/o das fotos..."

Foi só um pensamento utópico, desculpem...