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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Long Live Rock 'n' Roll nº 76


Este fim de semana, em viagem de carro com amigos "musicólogos", recordávamos, ao som de RHCP, os tempos em que não passava dia nenhum em que esta super-banda não tocasse nos nossos ouvidos. Uma fase de grande admiração e consumo da discografia, daquela que nesses tempos, era a banda de eleição.
Tudo isto se desvaneceu com a saída da super-banda do seu super-elemento: John Frusciante. Aquele que se destacava de todos os outros, muito por culpa da sua visão vanguardista da música.
Posto isto, claro está que a conversa depressa se centrou neste génio da música contemporânea, e nos seus trabalhos a solo.
Depois dos seus primeiros trabalhos a solo, rapidamente percebemos o que movia Frusciante. Uma incrível sede de algo diferente do que havia feito enquanto banda. Depois da obra de arte que é "The Empyrean", seguiram-se ondas bastante egocêntricas, com álbuns muito pouco convencionais, o que o começou a desmarcar da sua anterior imagem de rock star.     
Assim, hoje destaco aqui dois projectos recentes de um dos melhores músicos desta geração: Ataxia vs Trickfinger.

Ataxia.


Ataxia é um supergrupo formado por John Frusciante (guitarra e vocal), Joe Lally (baixo e vocal) e Josh Klinghoffer (bateria, sintetizador e vocal). O grupo lançou o seu primeiro álbum, "Automatic Writing", em 2004. Este primeiro trabalho contou com a participação de todos os membros, que contribuíram como vocalistas em pelo menos uma música do álbum. Em 2007, a banda lançou "Automatic Writing IWII" que mais uma vez apresenta o mesmo som experimental melódico. Tal como o primeiro álbum, este apenas tem cinco músicas, com vocais de Frusciante e Klinghoffer.


Daquelas relíquias que de vez em quando me passam pelo ouvido como se fosse a primeira vez.

Trickfinger.


Trickfinger, o disco, é um compêndio de oito canções que partem dos padrões criados pela House Music (surgida em Chicago, em meados dos anos 1980) e entregam-se a experimentos que, infelizmente, tiram qualquer possibilidade de uma estrutura dançante se formar. A escolha das faixas ainda desfavorece tudo, uma vez que a única canção com uma estrutura minimamente similar ao estilo é Phurip, a última do disco. Nela é possível aceitar que John tenha tentado a desconstrução dos padrões originais, mas optando pela manutenção de elementos familiares como alguma progressão de batidas ou o sample de vocais, todos devidamente ensopados por efeitos que dão a impressão que tudo era uma parede de tinta fresca quando foi dado como pronto.
As outras sete canções seguem por este caminho despovoado, experimentais o bastante para não haver conexão com nenhum público e anti-Pop o suficiente para impossibilitar a sua existência longe da excentricidade. O único mecanismo que pode justificar a existência do disco é o facto notório de que Frusciante parece divertir-se o tempo todo e brincar a dominar ferramentas que não conhecia, mas admirava há tempos. Deve ser interessante para alguém que está acostumado a expressar-se em linguagens definidas há tempos obter acesso a um mundo novo de possibilidades.

Mais em jeito de experiência em âmbito privado, Trickfinger é indicado apenas para inveterados e curiosos. Num mundo em que não houvesse tanto acesso a canções e informações, talvez ele nem existisse. Eu gosto!

Obrigado e um bem haja.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

26º plano anti-novelas de 2015


Rapiziada, ao que parece tomei-lhe o gosto e volto a sugerir-vos alguma coisa, que de tão pouco importância, vos vai tirar o sono neste fecho de temporada televisivo. 
Se andavas sem saber o que fazer nos tempos livres, essa é uma questão que encontrará resposta à altura no final deste post, pois sou capaz de vos entreter durante os próximos meses.
Como toda a gente hoje em dia, sou fã de series televisivas. E hoje sugiro-vos duas bombas que te vão consumir como que uma droga e fazer de ti refém dos seus estilhaços.
Comecemos pelo início. 
Quem aqui é fanático pela serie "Walking Dead"? Bem me parecia que éramos todos... Sendo assim, no passado fim de semana estreou a quase secreta prequela da série de zombies mais famosa do mundo. "Fear Walking Dead" conta como tudo começou.


Sem querer adiantar muito, só para terem uma noção do impacto, a estreia do episódio piloto bateu todos os recordes de audiência nos estados unidos. A AMC avança que foram 10,1 milhões de tele-espectadores, mais 3 milhões que o anterior recorde que pertencia à estreia de "Raising the Bar" em 2008.

Deixo o trailer e água na boca:

Depois, como se isto não bastasse, eis que tropecei num dos maiores quebra-cabeças da história da televisão. Se gostas de séries que desafiem a tua inteligência e que te põem à prova constantemente, nada melhor que tropeçares deliberadamente em "Mr Robot".


Este pica-miolos, é de uma mestria e de uma viciação tal que já tenho sonhos com esta magistral história. Ao fim da primeira temporada levas um chapadão sem mão e começas a questionar tudo o que te rodeia. Também no final da primeira temporada temos um incrível 9.1 no IMDB...já não se usa pois não?
A base da história é um assunto bastante actual, ou seja, a guerra dos novos tempos. Democracia vs Hackers é a premissa. Quem sairá vencedor!?

Fica o trailer e torradas:

A ver se acabo com as novelas lá em casa. Mas não está fácil!
Espero o vosso feed-back!





sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Se algum dia seremos todos seres humanos?


Há já algum tempo que não vos recomendo algo para verem. Há já algum tempo que ganho coragem para enfrentar a realidade e o mundo onde vivo. Há já algum tempo que vamos ficando sem tempo. Há já algum tempo que vamos ficando mais perto da irreversibilidade.
Consigo compensar-vos pela falta de posts como este. Posts que vos oferecem o que de melhor se faz no mundo do cinema ou da TV. 
Hoje sou capaz de vos recomendar o melhor e o pior, mas ambos inesquecíveis e perturbantes. Daquelas coisas que chocam, cada uma à sua maneira, e cada uma com o seu lado do ar que respiramos.
Vamos começar pelo lado bom da vida.
A bordo de um avião da Turkish, choquei de frente com um documentário de seu nome "Keep on, Keepin'on". História verídica, entre dois seres humanos dignos desse mesmo substantivo.


Duas histórias de vida incríveis, que têm como denominador comum a música, nomeadamente o Jazz. O dia em que a lenda do Jazz, Clark Terry, conhece o miúdo prodígio do piano, Justin Kauflin, a vida de ambos muda para sempre. A amizade no seu sentido mais puro é o que nos prende a este documentário. Uma lição de vida, o que de melhor se passa no planeta Terra. Infelizmente, ainda ao alcance de muito poucos. Naqueles dias em que pensas que a tua vida não presta, carrega no play.
Fica o trailer:

Ontem, chegou o dia em que "agarrei" coragem e vi um documentário que estava para aqui guardado debaixo do pó. Depois de o ter visto, reforcei a minha opinião sobre vários assuntos, e sobre a minha posição face a eles. Não me considero nem mais, nem menos que ninguém. Mas nem todos temos a mesma sensibilidade para compreender certas coisas. Existem os que ainda vivem na sombra do neandertal...eu faço parte daqueles que continuaram a evoluir e hoje estou mais perto de me afirmar como ser humano, no verdadeiro significado dessa palavra. Se não tens coragem, ou não estás preparado, nunca carregues no play neste documentário narrado por Joaquin Phoenix. O nome original é "Earthlings", e mostra-nos aquilo que está à frente dos nossos olhos. Resta-nos observar e fazer algo por um mundo que um dia virá nascer os nossos filhos/netos/sobrinhos/irmãos...

  

Não me vou dar ao trabalho de tecer quaisquer comentários acerca do que vi ontem. Este é um tema chocante e perturbador é verdade, mas retrata apenas a realidade, e isso meus amigos, isso fica à consciência de cada um.
Deixo assim ao vosso critério. A minha opinião é que todas as pessoas deviam ver com atenção, porque afinal somos todos terráqueos!
Fica o trailer:


"Se tivéssemos, nós próprios, que matar animais para comer..." 

  




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Alô humanidade, daqui...


Nunca fui de me sentir só. Mas é Agosto e vivo em Lisboa.
Acho que tenho saudades de ver pessoas(nunca antes pensei em dizer tal coisa), carros, movimento e vida. Assim sendo, hoje é dia 19 de Agosto, escrevo-vos do meu local de trabalho e este é o meu relatório de situação, para quem vive em qualquer outro local do planeta Terra e me possa ler.
São 15:30 e não se vê viva alma na rua. Estão aproximadamente 30 graus que apenas parecem não fazer confusão aos grilos que cantam do outro lado da rua. Até as árvores se demonstram apáticas estes dias, pois falta-lhes a vontade de dançarem ao som do vento. De manhã, por volta das 8h, o Sushi sentiu-se desanimado por não ter amigos para brincar como normalmente. Agora resta-lhe dormir e aguardar esperançosamente pelo passeio da tarde, pode ser que este lhe reserve algum sorriso.
Aqui na zona está tudo fechado. Escolas, lojas, escritórios...os lugares da garagem estão vazios e já tenho saudades de dar voltas ao estacionamento à procura de um milagre. 
Por vezes apetece-me gritar algo alarmista na esperança que alguém me oiça. Mas o vazio é tanto que faria eco.
Tenho visto e lido que existe vida humana a Sul. Pessoas que se divertem e se põem ao Sol. São mais escuras que eu. Mas falam a mesma língua, pelo menos eu percebo-as.
Aqui ainda existe vida. Sou eu, o Sushi e mais uns quantos seres que recolhem coisas para sobreviver no Inverno. Vou fazer o mesmo. Ouvi dizer que as pessoas para lá do Tejo se preparam para invadir a minha cidade. Não faço ideia se vêm por bem. Não sei se tenho medo, mas junto saudade como se já tivesse vivido no meio delas.
No outro dia demorei 13 minutos de minha casa ao centro da cidade, que fica a 12km noutros tempos demoraria o dobro ou o triplo. Fiquei feliz, mas mesmo que quisesse mandar um clássico manguito pela janela, não havia quem o recebesse.
Vou experimentar ir a um centro comercial.
Aqui é o silêncio que reina. A ver vamos se a música que oiço agora não estará a incomodar alguém. Espero que o Sushi não acorde, se este for considerado alguém...
Pode ser que mais 10 dias e isto mude. Tenho esperança que aqueles venham por bem, e habitem perto de mim.
Se alguém tiver na minha sintonia e me esteja a ler, neste preciso momento, que entre em contacto sff.
Por aqui, vou continuar a falar sozinho...
...Esperem! Acho que uma árvore se mexeu! Nem tudo está perdido.

Lisboa, 19 de Agosto de 2015,
John Connor

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Já fui feliz à séria!



Vá, sejamos honestos, as saudades de ler algo deste género eram nulas...
Hoje vou-vos falar um pouco, daquilo que foram os meus últimos 13 dias. 
Relativamente a isso começo por dizer que foram umas férias forçadas, de acordo com o meu novo estatuto social. E não é que foram boas!!
No passado dia 3, viajei para o outro lado planeta Terra. O sudeste asiático sempre me seduziu, porque tem tudo de acordo com o meu lifestyle: palmeiras, sol, praia, desportos náuticos e gente simples e humilde. Foi tudo isso que encontrei.
Começando pelo início, depois das 23h que separam a porta da minha casa à porta do quarto do hotel, na Silom Road em Bangkok, com um pit stop em Istambul, as férias finalmente tinham começado.
Falando de Bangkok, cidade para a qual já ia devidamente preparado, o choque foi enorme na mesma. É tudo o oposto do que um simplório tuga está habituado. Cidade feia, cheiros intensos, falta de limpeza e higiene, 35 graus, céu nublado, poluição, stress, 70 milhões de pessoas na cidade, 24h de ponta, 1h15m para fazer 5km de tuk-tuk, ratos que parecem coelhos são tantos como motas, 80% de humidade, pobreza...ou seja, tudo o que uma cidade de 3º mundo tem para oferecer. Mesmo depois deste choque incrível, ainda tive tempo e coragem para fazer uma city-tour e conhecer os locais mais emblemáticos, os templos budistas, jantar num barco que atravessava uma linda vista, subir vários andares para visitar o mítico Siroco skybar, uns dos mais bonitos e conhecidos do mundo por culpa do filme a Ressaca. Bangkok apresentou-se a mim como uma cidade 50/50. Tem o melhor e o pior para oferecer. Eu como ia de mente aberta, ao fim de 24h já me sentia um habitante e não um turista. Mas está vista e revista e 3 dias chegam perfeitamente para esse efeito, até porque não é de todo o melhor que a Tailândia tem para nos oferecer.
Guardo comigo um remorso em relação à minha passagem por Bangkok, e o único. O sentimento de culpa que guardo, por não ter tido coragem de enfrentar o trânsito durante 3h para visitar o famoso Mercado Flutuante...fica para uma próxima. Foi o que faltou.
Passados três dias, saturado e cansado de tanta confusão citadina, regressei ao aeroporto daquela cidade, para apanhar a ligação para o paraíso. Koh Samui to Koh Phangan!
Depois de 1h de voo, aterrava em Koh Samui para apanhar um barco que me levaria ao destino final. 
Koh Samui é uma das ilhas do Golfo Tailandês mais conhecidas dos turistas, por isso mesmo é extremamente movimentada, à semelhança de Bangkok, só que aqui o mix de nacionalidades é bem maior. Já bastante citadina, e pouco selvagem, não deixa de ter praias e sítios lindíssimos, cobertos por um sol escaldante. A estadia durou 2h, o tempo que me separava de uma viagem de barco até Koh Phangan, que em conjunto com Koh Tao, se apresentam como o esplendor máximo do paraíso tropical/selvagem tailandês.
À chegada estavam 40 graus, e o patrão do AC para aqueles lados deve ser milionário, responsável pela sobrevivência de milhares de pessoas que por ali passam, mesmo sendo Inverno e o céu estivesse quase sempre coberto de nuvens...
Encontrei uma ilha quase intacta no seu estado natural, bastante calma, limpa, cuidada, repleta de pessoas locais simpatiquíssimas, muitos locais e animais selvagens (a fazer lembrar aquelas imagens dos filmes da Guerra do Vietnam), ruas pouco movimentadas, cocos, palmeiras, areia branca, água cristalina...encontrei o paraíso ideal para passar momentos inesquecíveis e experiências para sempre recordar. E foi o que aconteceu durante 6 dias.
O resort arrisca-se a ser um dos mais belos do mundo (embutido entre a selva e a praia), e a minha vila  um pedaço do céu na terra. A visita aos elefantes, as aldeias de pescadores, as praias secretas, as vistas, a rua do comércio onde as camisolas dos principais clubes de futebol europeus vestiam as ruas, os ritmos baixos de vida, a humildade daqueles tailandeses curiosos, que quando ouviam o nome de um país europeu de onde vinham os turistas rejubilavam de alegria, as massagens, a tranquilidade, o fundo do mar, as viagens de barco, os jantares na praia, os lançamentos de balões luminosos, o barulho do vento e do mar, o Horácio (lagarto que habitava paredes meias comigo, e que todos os dias apanhava banhos de sol e dava mergulhos no lago), os cães livres que faziam vida de banhistas tal qual eu, as refeições thai deliciosas a 4 euros por pessoa, a fruta...a fruta...os sumos daquela fruta...e muito mais que se torna indescritível, e me corroem de vontade voltar para lá viver o resto da minha vida!
Koh Phangan é de aproveitar agora que ainda é underground.
Foi tudo tão bom que se mede pelos milhares de "thank you, very very much" que soletrei durante 13 dias.
Foi bom enquanto durou. E tinha tanto mais para vos contar...
Cheguei a Lisboa ontem, e já tenho assunto para novo post!
Um dia, quando morrer, já posso dizer que experimentei ser muito feliz!