Esta não é, mas podia muito bem ser, uma daquelas histórias de novela brasileira, cheias de sentimentos e relações várias.
Quando ouvi dizer que tinha surgido no mercado uma máquina de cozinha que vinha facilitar a vida a quem não soubesse cozinhar, recebi a notícia logo de pé atrás. Afinal, se esta máquina tornava toda a gente num astro da cozinha, seres com qualidades inatas para desempenhar a função de cozinheiro, como eu, viam todo o seu prazer em cozinhar por água a baixo. A partir daí os elogios em relação à boa confecção de alimentos ficaria alargada ao mais leigo dos pseudo-cozinheiros, e a que por mim e pessoas como eu, é tida como uma arte para a vida, deixaria de o ser.
O nome é Bimby e já toda a gente ouviu falar dela.
Para piorar um pouco mais a fase inicial, foi-me introduzida uma máquina destas em casa, de um dia para o outro. Nos primeiros tempos nunca lhe consegui olhar nos olhos, aquela que me vinha desafiar na minha própria cozinha, diariamente. Foi uma relação de pura indiferença de parte a parte.
Depois, passado algum tempo daquilo para mim ser mobília, tentei testá-la da forma mais cruel que existe. O meu objectivo era o de encontrar falhas que trouxessem a minha auto-estima de cozinheiro de novo para altos patamares. Comecei então por fazer batidos de fruta, picar gelo, bater claras em castelo, fazer sorvetes...e nada! A máquina não dava de si.
Numa fase mais avançada, as experimentações passaram a ser com molhos, bolos e doces, e penso que foi aqui que este combate me levou ao tapete. Fosse béchamel, molho inglês, carbonara, bolonhesa, bolo de iogurte ou mousse de chocolate...a história tinha sempre um final feliz, e eu KO.
Era o tempo, a eficiência e eficácia, que tornavam aquela máquina com nome de empregada doméstica, numa espécie de canivete suíço eléctrico.
A conquista foi feita aos poucos e de forma quase indolor. Quando dei por mim, lá estava eu de 4 por ela. Com a diferença de que agora sirvo-me dela para elevar o meu desempenho de cozinheiro. Ao invés da ideia inicial, agora é ela que representa mais dois braços meus na cozinha. No entanto, ainda existem coisas que prefiro cozinhar no tacho tradicional, até porque a Bimby não faz bitoques! Mas, por outro lado, faço hoje receitas à mão com a ajuda da máquina, que antes fazia mas não tinha o mesmo impacto. Com destaque para o molho das almôndegas caseiras.
Mas o Rei, como no xadrez, foi o último a ser conquistado!
Falo-vos das sopas.
Já com a Bimby cá em casa, levei dois anos a jogar o meu "Rei". E mais uma vez fui conquistado pela máquina. Admito que era a coisa que mais confusão me fazia, a de fazer sopa na Bimby, depois de passar anos a ver a minha bisavó a fazer as melhores sopas do mundo, com a ajuda de uma colher pau e um tacho velho. Ainda por cima eu que gosto daquelas sopas cheias de "entulho". Na forma tradicional de fazer uma sopa à mão e à minha maneira, levava cerca de uma hora e meia, e ficava deliciosa! Há três semanas que faço exactamente as mesmas sopas na Bimby, gastando apenas 25 minutos, em que posso estar a fazer outra coisa ao mesmo tempo, e o resultado é igualmente divinal!
Conquistado por completo que estou neste momento, e de certa forma apaixonado, só agora percebo o porquê dos melhores restaurantes terem mais do que uma nas suas cozinhas. Até o distinto Chef. Avilez não as dispensa para a obtenção das suas 3 estrelas Michelin.
Muita da razão de ser deste post, prende-se com o facto de ter dado por mim, num debate de amigos/as sobre a Bimby, a argumentar na bancada a favor.
Esqueçam aquela ideia de que "Ah, quem gosta realmente de cozinhar não precisa de Bimby para nada!". Totalmente errado!! Uma coisa não tem nada que ver com a outra.
O reconhecimento está feito.
Numa fase mais avançada, as experimentações passaram a ser com molhos, bolos e doces, e penso que foi aqui que este combate me levou ao tapete. Fosse béchamel, molho inglês, carbonara, bolonhesa, bolo de iogurte ou mousse de chocolate...a história tinha sempre um final feliz, e eu KO.
Era o tempo, a eficiência e eficácia, que tornavam aquela máquina com nome de empregada doméstica, numa espécie de canivete suíço eléctrico.
A conquista foi feita aos poucos e de forma quase indolor. Quando dei por mim, lá estava eu de 4 por ela. Com a diferença de que agora sirvo-me dela para elevar o meu desempenho de cozinheiro. Ao invés da ideia inicial, agora é ela que representa mais dois braços meus na cozinha. No entanto, ainda existem coisas que prefiro cozinhar no tacho tradicional, até porque a Bimby não faz bitoques! Mas, por outro lado, faço hoje receitas à mão com a ajuda da máquina, que antes fazia mas não tinha o mesmo impacto. Com destaque para o molho das almôndegas caseiras.
Mas o Rei, como no xadrez, foi o último a ser conquistado!
Falo-vos das sopas.
Já com a Bimby cá em casa, levei dois anos a jogar o meu "Rei". E mais uma vez fui conquistado pela máquina. Admito que era a coisa que mais confusão me fazia, a de fazer sopa na Bimby, depois de passar anos a ver a minha bisavó a fazer as melhores sopas do mundo, com a ajuda de uma colher pau e um tacho velho. Ainda por cima eu que gosto daquelas sopas cheias de "entulho". Na forma tradicional de fazer uma sopa à mão e à minha maneira, levava cerca de uma hora e meia, e ficava deliciosa! Há três semanas que faço exactamente as mesmas sopas na Bimby, gastando apenas 25 minutos, em que posso estar a fazer outra coisa ao mesmo tempo, e o resultado é igualmente divinal!
Conquistado por completo que estou neste momento, e de certa forma apaixonado, só agora percebo o porquê dos melhores restaurantes terem mais do que uma nas suas cozinhas. Até o distinto Chef. Avilez não as dispensa para a obtenção das suas 3 estrelas Michelin.
Muita da razão de ser deste post, prende-se com o facto de ter dado por mim, num debate de amigos/as sobre a Bimby, a argumentar na bancada a favor.
Esqueçam aquela ideia de que "Ah, quem gosta realmente de cozinhar não precisa de Bimby para nada!". Totalmente errado!! Uma coisa não tem nada que ver com a outra.
O reconhecimento está feito.
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