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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Influência vazia

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Num mundo contemporâneo que está longe de ser o ideal, surgem novas actividades "profissionais" que deitam por terra grande parte das conquistas alcançadas pela civilização, década após década.
Fruto da simbiose entre duas variáveis latentes dos nossos dias: futilidade e redes sociais (+ elevada taxa de desemprego), surge-nos talvez a "profissão" mais recente da história da humanidade: Influencer.
Mesmo que sejamos bastante distraídos, com certeza que todos já ouvimos falar de influencers. São eles, na sua maioria jovens entre os 20-40, que fazem da sua "actividade profissional", a utilização das redes sociais para promover costumes e hábitos de consumo, sendo patrocinados pelas mais diversas marcas.
Estes jovens aparentam vidas de luxo, que vão desde as roupas às viagens. São seguidas por milhares de outras pessoas que estão sob a sua "influência" e que as alimentam, denominadas de followers.
Algumas delas auferem elevados montantes mensais, relacionados com esta actividade "profissional", outras nem por isso.
São pessoas, na sua maioria, com canudos académicos debaixo do braço sem saber o que lhes fazer.
O papel do Estado será também o de se indo adaptando às novas realidades criadas pelas novas sociedades. No entanto, no que diz respeito a esta recente espécie de profissão, existe ainda um vazio legal que a regule, o que resulta em ganhos limpos de impostos, tanto para patrocinadores, como para patrocinados.
Mas o que me traz por aqui, não tem que ver com o facto destes contribuírem para o crescimento do PIB nacional, ou não. Existe algum muito mais palpável do que tostões.
São estes pequenos tiques das sociedades actuais, que me deixam cada vez mais apreensivo em relação ao futuro, e que demonstram claramente a falência dos valores do Homem que por cá anda a pisar.
Se pensarmos que ainda não há muitas décadas atrás, os verdadeiros influencers, eram filósofos, escritores, astronautas, políticos, médicos, investigadores, juristas, economistas, sociólogos, cientistas, bem-feitores... Hoje, se perguntarmos a uma criança o que quer ser quando for grande (pergunta que já não se faz, mas devia), corremos o enorme risco deste dizer que quer ser blogger, instagrammer...poser. 
Estamos a emburrecer como os estadunidenses!
Quem for pai de hoje em diante, terá uma tarefa complicadíssima pela frente, pois os putos estão a escolher os heróis errados!
Tendemos ao retrocesso, e a jogar fora tudo aquilo que nos trouxe até aqui. Deixamos que o cérebro fique preguiçoso e não vá ao ginásio. Perdemos tempo com superficialidades, em vez de nos focarmos nos problemas de um planeta em contagem decrescente. Caminhamos para o abismo.
De qualquer forma, se não quiserem olhar em volta, focando apenas um qualquer ecrã, a vida é muito mais colorida. Principalmente, se for a dos outros, que brincam ao faz de conta enquanto alimentam o ego ao mundo.
A mim, resta-me achar-lhes graça!



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Cinema sem tempo para pipocas

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Já andava arredado do grande ecrã há alguns anos. Tenho tentado perceber se o meu regresso está para breve, mas a oferta teima em apenas responsabilizar-se pelo entretenimento.
Assistir a um filme, para mim, é muito mais que isso. 
No final de contas o entretenimento ocupa talvez um dos lugares mais baixos da minha hierarquia. No topo, destacado, coloco a experiência e a emoção. O conhecimento e a evolução pessoal: A Mensagem!!
Pois bem, consegui reunir algumas horas nos últimos dias, precisamente para resgatar esses sentimentos, e decidi carregar no Play em dois títulos que me deixaram extasiado.
As expectativas eram elevadas, mas a primeira vez que vês um filme arrebatador, isso ficará para sempre registado nas nossas memórias, (quer queiras quer não queiras) e isso não é por acaso. Uns descartamos, outros guardamos pelo impacto que têm.

O primeiro foi-se deixando ultrapassar desde 2014, sem razão aparente. Fiquei feliz por me ter relembrado dele:

WHEELS

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Sinceramente nem tenho muito a acrescentar. Se não é o melhor, e um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida. Fascinante!

Quando se têm pessoas que partilham exactamente dos mesmos gostos que tu, sentes que isso é amizade pura. Porque nunca falta assunto, e a solidariedade cultural é recíproca. Foi-me sugerido, e passados 20min já não pestanejava em frente ao ecrã:

Don't Worry He Won't Get Far on Foot

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Na verdade, esta sugestão fez-me recordar que existia o filme anteriormente enunciado, e que eu ainda não o tinha visto. Pelo simples por-maior de ambos assentarem a sua história em cadeiras de rodas.
Se não tivermos atentos ao que de melhor o mundo nos tem para dar, corremos o sério risco de comer o que ele tem para defecar. Pergunto-me se este filme não caberia num cartaz de cinema de centro comercial, no meio dos super-heróis...NÃO! E ainda bem!!

Como já perceberam, a primeira frase deste post continua a desenrolar-se no tempo...

   

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Temos muito que correr...


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Como se sabe, o exercício físico é uma moda bastante saudável, um pouco por todo o mundo. Um estilo de vida que absorve o dia-a-dia de milhões de pessoas. 
Inteligentemente, as grandes marcas juntam-se ao gosto do terráqueo para fazer crescer alguns milhares de moedas à suas cotações em bolsa, gerando assim uma opinião pública favorável à sua hegemonia e crescimento.
Hoje, cerca de 3% da população portuguesa faz exercício físico. Somos, no entanto, um dos países da UE com maior taxa de obesidade infantil...dados que não me espantam de todo, visto que o maior número de pessoas que conheço e que praticam algum desporto, descobriram-no aos 30 anos de idade.
Todos sabemos (mesmo que a maior parte de nós assobie para o lado) que o planeta entrou em declínio pela nossa falta de respeito. Não basta correr 50km por semana, e desfilar o sacrifício no rosto ao fim de semana, afirmando que se quer viver até aos 100 anos porque se corta nos açucares.
Posto isto, associada a esta ideia de saúde e bem-estar, várias marcas patrocinam a Meia Maratona de Lisboa, com uma campanha de marketing condizente com o grandioso fervor em torno do gosto pela corrida domingueira.
Inscrições esgotadas, estaminé montado um pouco por toda a capital e resquícios de furacão, eram as condições ideais para mais uma manhã que batia recordes pessoais a todos os níveis.
A organização foi bastante elogiada por membros do governo, antes do tiro inicial e depois do corte da fita na meta. A imagem de Lisboa foi mais uma vez bem vendida ao mundo.
Corria ainda o ano de 2017, e tive o prazer de apanhar similar evento, mas na capital da Dinamarca. Não notei diferenças algumas. 
Com uma simples excepção:  
Em Copenhaga, às 18h do mesmo dia da prova, não haviam vestígios do que ali se tinha desenrolado da parte da manhã. Em Lisboa, 48h depois do início da prova, foram "esquecidas" centenas e centenas de garrafas de plástico nas bermas do trajecto, que por "culpa" do Leslie ventoso e do domingo ser preguiçoso, plastificaram a zona mais Oriente de Lisboa. 
Pena o vento não estar a favor da Valor Sul...parecendo que não ajudava a atenuar a fraca figura que fazemos quando nos tentamos chegar à frente.
Temos muito que correr... 

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Carta aberta à consciência de cada um

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"Dos animais que desdenhamos como desalmados, na floresta, no campo e na cidade, o grito eleva-se nos atestados de desumanidade da humanidade." M. Frida Hartley


Esta é a premissa do que escrevo hoje, ainda de mãos transpiradas, aperto no peito e lágrimas nos olhos...
Demorei uma semana a ganhar coragem para ver Dominion. O novo documentário dos mesmos criadores de Earthlings, e novamente narrado por Joaquin Phoenix, e outras vozes conhecidas do grande ecrã.
Agora percebo que uma semana ou dezenas delas seriam exactamente a mesma coisa, porque não se tratava de coragem, mas sim de consciência.
Não me quero alongar muito sobre este controverso assunto, para o qual a maioria das almas ainda não está disponível para aceder. 
No entanto, ainda a quente, não poderia deixar passar esta minha necessidade de desabafo pseudo-anónimo.
Constato que a minha noção de que "o Homem é o bicho do Homem" se encontra totalmente desactualizada. O Homem, é sim, o bicho do Homem e de tudo o resto que o rodeia. Sem qualquer sentido de desrespeito ou crueldade, a humanidade vai continuando a cometer os mesmos erros do passado num ciclo vicioso.
Se não nos deixarmos cegar pela frieza dos números, ou pela escuridão da toca onde a avestruz esconde a cabeça, e inserirmos a forma como tratamos os animais, na hora de calcular a grandeza de cada país ou de cada civilização, lamento mas o resultado não está a nosso favor.
Todo o sofrimento que causamos a outros seres, ou mesmo aos nossos semelhantes, sempre esteve directamente ligado com um tal de complexo de superioridade que, se pensarmos bem, está implícito em todos os momentos do nosso dia-a-dia.
É normal causar sofrimento e matar outras espécies, porque somos superiores. Estamos no topo da cadeia alimentar. Somos os mais inteligentes. Porque é a selecção natural das coisas...
Tudo critérios que se contextualizam com milhares de anos atrás.
Vivemos em pleno século XXI e a civilização passa por uma crise de valores enorme. Receio que não haja volta a dar.
Enquanto não respeitarmos os seres que connosco coabitam aqui, jamais poderemos almejar um final mais feliz do que aquele que se vai traçando.

Este é um assunto que não vale a pena discutir com quem faz da ignorância o seu argumento. 
Quem não sabe é como quem não vê. E quem não quer ver é mais cego do que quem não vê.

Dominion, de todos os documentários e livros que li sobre o tema, é de longe o mais duro. Nem todos estarão preparados para conhecer a realidade tal qual ela é.
Cada consciência terá o seu peso próprio.

    

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Da descoberta do planeta F

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Data de um mês que por aqui estou.
A noção de tempo enrola-se com o despertar fora de horas, e o simples sentido de existência rompe com todas as pegadas que encontrei pelo caminho.
A contar pelo sentimento que brota do peito, porreiro seria estar mesmo a acontecer.
Cheiro é quem me conduz por um caminho de dedicação, atenção e tango dançado a três nos corredores da madrugada.
Dando tanto de mim, é fugaz a sombra que deixo para diante que mais parece ter sido noutra vida. De cor sei exactamente que a exactidão não é nada daquilo que pensava ser certo.
Leva-me esta intensidade de sons ao encontro de necessidades da senhorita de traços redondos. 
Começo por preparar-lhe tudo para que eu possa estar pronto.
Nunca saber o que queres ser quando fores grande, toca na vantagem de não estar preparado para nada, mas tendo a reposta na ponta dos dedos passados a colónia e afecto.
Nunca soube segurar ninguém pela mão e correr na direcção certa. Antes, é a cova do meu braço esquerdo que mais faz levitar os dois corpos que transpiram até caírem de cansaço.
Depois fica-se a jeito de chamar pelo nome as coisas que fogem do currículo. 
Sem saber, tudo passa a secundar à priori de ter com quem contar, pelas mãos para não errar a soma de três.
Tenho combinado contigo saltar a corda que nos prendeu, vou já. 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Next Level: Happiness

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Já que estamos de passagem, vamos fazer valer a pena.
É de fácil compreensão que a vida é um gráfico com altos e baixos. Que passamos por diferentes fases, por uma constante aprendizagem (sim, porque ninguém nasce ensinado), mas tudo isto só fará sentido se significar evolução.
Os primeiros anos serão uma espécie de epopeia em busca do verdadeiro eu. Da forma como nos vemos ao espelho, como nos apresentamos ao mundo, de como aprendemos com os nossos semelhantes, e por fim, pela forma pela qual queremos ser lembrados. Vamo-nos preparando para isso, trilhando diferentes caminhos de sentido único. Por isso, uns chegam lá mais depressa que outros. Sem qualquer tipo de explicação.
Falando agora na primeira pessoa, sinto que já sei quem sou, mesmo sem saber ao certo o que vou ser, mas tenho uma ideia forte sobre isso. 
Sei de mim o suficiente para saber ao certo que estou pronto para iniciar o próximo nível.
Sabendo quanto baste de mim, mas não sabendo nada sobre a função que se avizinha, em breve começo mais um desafio. Este especial, porque é o DESAFIO.
Até agora fui querendo ser uma esponja que absorve tudo e um filtro que no fim apenas guarda o que interessa, e deita fora a demasia. No nível seguinte, exige-se transmissão de conhecimento e aprendizagem in locoExige-se amor no seu estado mais puro.
Sempre ouvi falar disso. Senti bastante desde o dia em que chorei pela primeira vez. Agora quero sentir aquela ligação que se ouve dizer que não tem explicação.
Um dia espero conseguir explicar o inexplicável.
Por aqui estamos todos prontos! 
O sentido da vida começa em 3,2,1...

   

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Competição inflamável

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A imagem acima podia ser de um filme, mas não.
No início da década de 60, no desencadear daquela que foi (até hoje) uma das maiores vergonhas da história da nação americana, vários monges budistas vietnamitas, pegavam fogo a si próprios em plena praça pública, em jeito de protesto, para com a competitividade religiosa levada a cabo pelo regime tirano do Vietname do Sul, que inicialmente fora fortemente apoiado por Kennedy.
Estas imagens tiveram um enorme impacto em mim. Não só pela sua agressividade, mas principalmente pela natureza e significado. 
Tudo isto nos remete para a competição entre semelhantes. O que me permite arriscar fazer uma analogia para com os nossos tempos.
Eu, cresci até à idade adulta, envolto num contexto de tremenda competitividade. O objectivo era ser melhor que todos os outros meninos, em tudo aquilo que fazia. Essa formatação levou-me a perder a noção de que era jovem.
Fui sendo refém de algo que gostava de fazer, mas que me punha à prova todos os dias: ser melhor do que quem está ao meu lado.
Ora, há um punhado de anos atrás, sacada a ferros, tomei a decisão de desistir de competir com os outros, para apenas me concentrar em competir comigo próprio. Hoje, à distância destes anos, consigo perceber que foi talvez a mudança mais importante da minha vida.
O meu objectivo diário deixou de ter que ser, o de ser melhor do que quem me rodeia, para ser melhor do que eu próprio fui ontem. E isso mudou toda a minha visão sobre a vida. Consigo finalmente viver totalmente alheado da vida dos outros.
Estes dias, tenho observado que o que move a pessoa para o seu sucesso é o descrédito por parte dos outros, a inveja, o escárnio e o mal dizer, a desconfiança...
Como exemplo disto, no fim de mais uma época desportiva, nas suas mais diversas modalidades, se tivermos atentos aos vários discursos dos vencedores, todos eles têm uma linha de pensamento em comum. Linha essa que se prende com a necessidade de evidenciar que o sucesso só foi alcançado porque alguém duvidou deles, que os desprezou, que tiveram que passar por muitas dificuldades para chegar até ali, que não foi fácil... Que no fundo, o comburente do sucesso foi o "contra tudo e contra todos".
A minha experiência leva-me a querer que competir é uma arte. Se não for levada como tal, cega-nos e retira-nos o verdadeiro foco da vida.
Não necessitamos de nos colocar na pele de mártires, para enaltecer os nossos feitos. Porque o contexto não é beligerante, e a competição não nos deve queimar a pele para que todos vejam...

terça-feira, 8 de maio de 2018

Long Live Rock 'n' Roll nº 92


Melómano que se preze, não descura nunca uma nova realidade, ou mesmo um sub-grupo do subsolo obscuro que pode ser o mundo do rock.
Por isso mesmo, hoje é dia de vos contar a minha viagem pelo novo mundo do coldwave.
Desde já vos digo que tem sido uma viagem à descoberta de sonoridades trazidas dos anos 70/80, e que me têm enfeitiçado.
Assim, para que o feitiço se propague aos meus semelhantes, nomeio as bandas de cartaz deste movimento, que me arrebataram numa viagem de carro ida e volta ao Algarve.

Eis quem são:

Vox Low
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Álbum: Vox Low



The Agnes Circle 
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Álbum: Some Vague Desire 




Ritual Howls
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Álbum: Turkish Leather




Nation of Language
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Single: I've Thought About Chicago




Holygram
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Álbum: Holygram




All Your Sisters
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Álbum: Modern Failures




Actors
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Álbum: It Will Come to You


Estas são as minhas sugestões para a descoberta de uma nova realidade roqueira. Não têm de agradecer.
Agora façam o TPC.


terça-feira, 24 de abril de 2018

Berlim, uma cidade descomplexada

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Berlim, Abril de 2018.

Os anos foram passando, e as promessas a Berlim da minha parte eram muitas. Defraudei-as sempre, até agora!
Elevadas expectativas e boa disposição, eram duas das coisas que me enchiam a mala.
Demorei duas horas na parte mais turística da cidade, onde desbravei a área mais badalada pela história. Fez um tempo maravilhoso naqueles dias, por isso, e mais uma vez, varri a cidade a pé de máquina em riste.
A imponência arquitectónica e histórica, estavam bem patentes em todos os recantos daquela gigante capital alemã. Ainda que nem sempre pelas melhores razões, a história daquele país e da outrora capital do império de Hitler, não vislumbra qualquer tipo de complexo pelo passado menos feliz. Muito pelo contrário!
Foi talvez isso que mais me surpreendeu em Berlim: colocar o próprio dedo em todas as suas feridas, que o tempo vai sarando.
Berlim é como se fossem duas cidades numa. Na parte ocidental da cidade, existem tiques de modernismo e luxúria. Já no lado leste da cidade, há talvez a maior riqueza multi-cultural que a velhinha Europa já conheceu.
Foi realmente esta parte leste que me fez ficar de joelhos.
Ali existe uma mistura pelo traço arquitectónico soviético russo e a vanguarda cultural. Heterogeneidade, multi-culturalismo, pre-anarquismo, liberdade, vanguardismo...são tudo características da parte de trás de Berlim.
Imaginem o Bairro Alto lisboeta multiplicado pela cidade. É assim.
Ali fala-se inglês na rua. Em 20 restaurantes, 15 são vegetarianos. Existe uma enorme consciência ambiental naquela parte da cidade. Galerias de arte, lojas vintage, recintos culturais com regras próprias e paralelas aos restantes. Mentes abertas sem quaisquer preconceitos ou complexos, teimam em vaguear pelas ruas.
De fazer corar o conservador português, que partiria o pescoço de tanto censurar o diferente. 
Pude verificar também uma enorme comunidade árabe na cidade.
Berlim, inserida num dos países mais ricos da Europa, consegue praticar preços bem abaixo dos de Lisboa. Talvez por isso, uma simples loja de roupas em segunda mão ou um estúdio de tatuagens, proliferem pela cidade. 
As pessoas andam de cabeça bem levantada e só olham para a frente, não deixando que nada as surpreenda dos lados.
Bela lição que Berlim me ensinou: não deixes que o teu passado limite o teu futuro.
Voltarei. Até porque não nevou...

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Elevador Social

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O nosso cérebro é extremamente retrospectivo, principalmente no que se refere às experiências dos primeiros anos de vida.
Esta noite, o meu pensamento fugiu-me, sem qualquer tipo de justificação, para tempos remotos.
Talvez por volta dos 16 anos, comecei a socializar em meios mais nocturnos que o habitual para a idade. 
Era quase todos mais velhos que eu. Como não podia consumir bebidas alcoólicas, mas para não destoar assim tanto dos restantes, a figura de copo na mão (pelo menos essa) não tinha ordem de faltar.
De maneira a contornar essa limitação de estilo, eu e os meus pares, encontrá-mos uma forma glamorosa de estar em locais nocturnos.
Quem nasceu nos anos 80 e cresceu pelos 90 a fora, com toda a certeza, olha para a imagem acima de forma bastante nostálgica.
Era o xarope de groselha que nos agigantava perante os maiores que nós.
A receita era simples: num copo verter um pouco de xarope de groselha (quem pedisse mais era um boss), adicionando-se de seguida água e gelo.
Convínhamos, aos 16 anos ter um líquido vermelho num copo era meio caminho andado para ser o Rei de qualquer festa.
Durante algum tempo foi assim. Esgotávamos o stock de groselha das mercearias da vila. Porque ter uma garrafa deste xarope em casa, numa ocasião como uma festa de aniversário, fazia toda a diferença no que respeita ao nosso posicionamento social à época.
No entanto, com o passar dos tempos e como sempre fui um puto vanguardista, rapidamente passei ao patamar seguinte.
Não eram todos que tinham o estatuto e coragem, de na hora de pedir uma groselha (com a mão no bolso, mascando uma Gorila de mentol) o faziam desta forma: "É uma groselha com 7up".
Tudo parava e testemunhava aquele momento rebeldia.

Hoje, passados alguns anos, é com estranheza e enorme pezar, que não vislumbro sinal deste maravilhoso xarope em nenhures. Mesmo nas tascas mais antigas da capital é difícil encontra-la. Acredito que nas mercearias mais antigas ainda haja, mas será que ainda é um elevador social? 

  

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Status: AWAY

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Um hiato, será sempre um hiato.
Fiz uma pausa para desfragmentar o "disco".
Não foi curta nem longa, foi aquela que me permitiu limar todas as arestas para seguir em frente da forma que queria.
E não é que consegui!
O foco, durante estes últimos dois meses, foi exclusivamente um. Está feito!
Muitas coisas mudaram durante este limbo.
Para além dos dois kgs a menos, noites mal dormidas, muitas outras coisas que ficaram por fazer e outras tantas por dizer, ou até fazer sentir, houve também a sensação de que o meu mundo ficava bem para além deste onde vivemos. 
De forma bastante clara, as coisas continuaram sem mim:

- O Benfica passou de 3º classificado a 1º;
- O Trump começou a construir o famigerado muro; 
- O Manel Luis apresenta o Secret Story;
- O génio Hawking morreu;
- O presidente do Sporting foi mandado calar no Parlamento;
- 90% da população mundial viu uma tal de "Las casas de papel";
- e pouco mais...

Depois de dois meses de autismo, trago comigo provas e ensinamentos de que podemos ser realmente aquilo que ambicionamos. No entanto, teremos que ter a consciência de que a noção de tempo e espaço se altera por completo. Vamos falhar para com pessoas queridas e o mais estranho, é que apenas nos damos conta disso, quando voltamos à realidade!

Durante este tempo, estive comigo e para mim de corpo e alma, e para os restantes fiz figura de corpo presente.
Estou de volta com tudo arrumado no devido lugar, e feliz como nunca! 

PS: Estou novamente disponível para fazer presenças.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Nova descoberta científica!!

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Vamos lá ver uma coisa (várias):

Neste preciso momento estão 9 graus em Lisboa (Portugal aka Planeta Terra).
Todos os dias morrem pessoas devido ao frio.
Têm ardido algumas casas pelo país a fora, porque as pessoas esquecem-se do braseiro acesso, antes de se irem cobrir de cobertores e edredons, rezando para que não morram congeladas durante a noite.
O governo lança um programa de apoio aos sem-abrigo, porque o frio que faz na rua, pode pôr as vidas de quem não tem um tecto, em risco.
A Serra da Estrela está coberta por um manto de neve, e alguns acessos a aldeias da serra estão fechados, o que limita o seu abastecimento de bens.
O número de esplanadas caiu para menos de metade este mês.
A venda de aquecedores bate recordes.
As lojas de roupa não vendem nada da colecção nova, e são as lãs e casacões, que restam dos saldos, que continuam a ser os bestsellers.
Vejo os bébés...ou melhor, quase não vejo os bébés na rua, por culpa das camadas de roupa que os cobrem por completo.
De manhã, os carros estão cobertos de geada. Alguns não pegam.
Os meteorologistas alertam para os dias mais frios dos últimos anos.
Sempre que tomo banho, não vislumbro a minha pilinha. Tenho saudades dela...


Posto isto, alguém decidiu que, mesmo assim, usar calças a meio da canela sem presença de meias é fashion!!

Conclusão a que chego: Os tornozelos, são a única parte do corpo que não tem sentimentos.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

América do Sul - o continente que não se revela

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América do Sul, um continente que tanta riqueza tem para nos oferecer, que nem sempre temos mãos para ele.
No que me diz respeito, é talvez dos que mais curiosidade me despertava, e dos que menos tinha visitado, até há bastante pouco tempo. 
Mas os últimos 3 meses encarregaram-se de me apresentar alguns dos países mais apetitosos deste Mundo Novo.
Em comparação com a Europa e o seu número de países, este continente fica a perder, mas quando olhamos para a área geográfica do mesmo, aí a velhinha Europa fica com vergonha. Já não falando das vincadas culturas ali existentes, mesmo depois de vários anos de domínio colonial.
Depois da turística República Dominicana, foi a vez da Venezuela, Brasil, Argentina, Chile e Peru. 
Uma amostra, bastante representativa, do que de melhor existe por aquelas bandas.  
Todos eles extremamente diferentes, no entanto, se prestarmos atenção, este bocado de terreno só se podia ter separado há milhares de anos da sua irmã gémea: África.

Impossível descrever tudo aquilo que os meus olhos já viram, o que o meu nariz cheirou, e o que a minha pele sentiu. Aqui o coração, também ele, dá mostras de querer acelerar o passo.
Aqui não há meio termo. Apenas existe branco ou preto, sim ou não, vida ou morte...
Passaria uma vida e os segredos deste continente ficariam todos por revelar. 
A meu ver, aí reside a sua magia. A sua não revelação ao mundo.
As pessoas são genuinamente humildes (na sua maioria), habituados a ter quase nada, contentam a sua felicidade com tão pouco.

Se um dia decidires sair de casa para te entregares ao mundo, apenas com o compromisso de encontrares o tesouro que o arco-íris esconde, não sigas nesta direcção...


domingo, 7 de janeiro de 2018

Mullet - o regresso de um mito capilar

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Do inglês, a palavra mullet significa: tainha, peixe que abunda um pouco por todas as águas terrestres.
Posto isto, não é mentira que os americanos têm várias ideias bastante duvidosas. 
Um dos fortes exemplos disso mesmo, foi a adaptação da fisionomia da tainha ao estilo capilar.
Decorriam os primeiros anos da famosa década de 80, quando um redneck anónimo (que se esqueceu de patentear o corte) decidiu pedir à sua esposa que lhe cortasse o cabelo na frente, pois atrapalhava-o no emprego de lenhador.
Daí ao estrelato foram necessários apenas alguns anos, e todo o país adoptou este corte, no mínimo estiloso.
No seu auge, o mullet foi transversal à sociedade americana. Desde adultos a crianças, passando por homens e mulheres, e até mesmo inspirando personagens de Hollywood, acabando em artistas musicais, todos ostentavam com orgulho a sua cabeça de tainha.
Em 1994, a banda americana Beastie Boys baptizavam o corte, como forma de o patentear, com o nome de uma música "Mullet Head".
Como tudo tem um fim, também o penteado começou a cair em desuso nos finais dos anos 90. Ainda assim, os seus mais fieis seguidores ainda hoje se desfilam pelas ruas com ele na cabeça. Algo que pude presenciar o mês passado, nas ruas de NY.
Foi mesmo esta constatação que me fez reviver a história do mullet, e vasculhando um pouco as redes sociais, reparo que ele está de volta!! 
Mais sofisticado, e mais vivo do que nunca.
Se queres estar na vanguarda, adopta-o. 
Depois diz que não te avisei...

Deixo alguns dos melhores exemplos deste corte intemporal:

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Amigos barbeiros e hairstylists, marquem workshops!!