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quinta-feira, 9 de março de 2017

Ser bom: vaidade ou realidade?

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Tenho por hábito de não deixar fugir um pensamento sem que este me dê alguma conclusão. Foi o caso daquele que me ocupou a cabeça nos últimos dias.
Quando ouves, vês ou lês alguma coisa que te faz pensar, dá graças porque é sinal que procuras evoluir como ser humano e não te remetes em aceitar o que o senso comum te impõem.
A juntar a isto, se tiveres um bom grupo de amigos, em que existem opiniões distintas sobre o tema, dá graças por estar aberto um espaço de aprendizagem em conjunto.
O resultado é sempre evolução!
Indo directo ao assunto, o pensamento destes dias prendeu-se com o facto de, nós por cá, não termos por hábito afirmarmos que somos bons em alguma coisa, quando realmente o somos.
Passo a explicar melhor.
No contexto cultural português, não raras vezes, é comum confundirmos auto-confiança com gabarolice e vaidade. Nós por cá, não lidamos bem com alguém que se auto-promove e auto-elogia. Dá-nos um ar de maniento ou convencido. É cultural. Está entranhado na nossa maneira de nos relacionarmos com o sucesso dos outros.
Não é por isso de estranhar, os portugueses acharem o Cristiano Ronaldo e o Mourinho, pessoas vaidosas, prepotentes, convencidas...
Mas porra, sendo eles mesmo muito bons naquilo que fazem, porque raio não o podem afirmar, quando realmente o sentem e o são?
Porque razão nos parece mal o Cristiano dizer para todos ouvirem: "Eu sou o melhor na minha profissão", quando até se tem o reconhecimento dos outros?
Isto só reflecte noção clara das suas capacidades em relação às dos outros e uma enorme confiança nele próprio. Mas muita gente tem a opinião de que alguém que tem a necessidade de se auto-elogiar então é porque é insegura, porque deveria esperar os elogios dos outros.
Não concordo. Não concordo, porque vivemos no mundo das chapadinhas nas costas e do desdém.
Parece-me que uma das melhores sensações do mundo, será a de poderes dizer em voz alta, para que todos te oiçam: "Eu sou bom a fazer isto".
Agora, é preciso ter noção da realidade e não vender esta ideia ao desbarato. Se afirmas ser bom, tens que demonstrar, baseando o argumento.
Por outro lado, ser-se bom não significa prejudicar alguém. Ser-se bom tem por força a meritocracia, e esta depende exclusivamente de ti. 
Não quero com isto dizer que as pessoas têm que ser melhores umas que as outras e viver em constante competição. O que quero dizer é que naturalmente tu podes ser bom naquilo que fazes, ou mesmo ser o melhor, porque realmente assim o é, aos olhos de todos, mas principalmente aos teus.
Quantos de nós são bons e não têm essa noção porque vivem sem o feedback de uma sociedade que olha para o sucesso dos outros como uma ameaça? Isto sim, é errado!
Adorava saber qual a sensação de um dia poder subir a uma cadeira e dizer a toda a gente em voz alta: "Eu sou mesmo muito bom a fazer isto" sem que isso lhes parecesse mal, nem os ameaçasse, porque naturalmente o era. Deve ser contagiante!!
Valorizem-se se for o caso.

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