Hoje passo aqui de raspão, apenas para vos dar conta de que me estou a especializar numa nova ciência: a arte de elaborar um CV.
Nestes tempos em que procuro por aquele "tacho", não há dia em que não envie o meu CV para um lado qualquer, para alguém ou para um robot que nunca virá sequer a ver a minha linda foto no cabeçalho.
Mas como a perseverança e a esperança são as últimas a morrer, tenho aprendido imensa coisa a este respeito, e nunca antes me tinha passado pela cabeça que a tarefa de te candidatares a um trabalho, hoje, é como que uma ciência social. Outro dos factores que me despertou tal interesse, foram as diversas conversas que tive com gente conhecida, que já passou pelo mesmo que eu.
A complexidade da tarefa é tal, que seria mais fácil se existissem formações para ajudar quem procura emprego, a elaborar o CV perfeito (algo que não existe neste mundo: a perfeição claro!). As dicas e truques são tantas, que esta arte está longe de ser algo exacto. Sendo assim, dá-me a sensação que seria melhor fazer um CV por candidatura a alguma oferta de emprego. O que para uns é um bom CV, para outros não passa de algo descabido e fora de contexto. Por isso, o mais complicado é encontrar o meio termo entre: empreendedor e bom subordinado; pro-activo e respeitador da hierarquia; teimoso e passivo, humildade e vaidade, liderança e subjugação...ou seja, o que para uns é um adjectivo, para outros é uma aberração. Não sei, portanto, para que servem os cursos superiores em Recursos Humanos, sendo que depois cada um "toca sua viola". O programa não será o mesmo, na hora de aprender a recrutar?
Tenho lido e ouvido bastante, e juntando um bocadinho dali, outro bocadinho d'acolá, percebo agora que é extremamente inglório e ineficaz, lutar contra as máquinas de recrutamento e selecção. E não ponderando assim tanto na hora de submeter a candidatura, o truque que encontrei e sugiro, é que se deixem levar pelo vosso bom senso e pelas dicas que vos vão sendo transmitidas, mesmo que estas, muitas vezes, vos pareçam contraditórias. A responsabilidade é totalmente vossa. Descrevam-se da forma mais simples e eficaz, e ponham-se na pele de quem selecciona, sem nunca se deixarem levar pelo coração ou emoções. Um CV é para mim, o documento mais cruel da visão que cada um tem de si. A sua elaboração pode ser tão traumática, quanto o tempo de espera por uma oportunidade de entrevista. A sua elaboração quer dizer que chegou aquela altura da vida, em que vais ter que te sentar e dizer a ti próprio quem realmente és, o que tens andado a fazer, para onde queres ir, o que queres ser, e principalmente, é uma prova dura e crua para te certificares de que te conheces realmente.
Resumindo esta minha pós-graduação em elaboração de CV's, já alterei tantas vezes o meu, num espaço temporal de 2 meses, que nem parece o mesmo. É difícil porque altero uma coisa que me diz respeito, e eu em 2 meses não mudo assim tanto...e olhem que já experimentei vários tipos de fotos. Desde as mais formais, às mais sexys (sim, também as tenho!!)
E agora nem sei bem se hei-de adicionar à minha formação, esta minha pós-graduação....
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