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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O bigode perto das calças!


O nosso quotidiano oferece-nos cenas hollyodescas puras. A de que vos vou falar passou-se ontem, e era digna de qualquer curta metragem chefiada por Quentin Tarantino!
Ora bem, andava eu à procura de um MB, na praça da figueira, para pagar o parque em que deixei o meu automóvel, quando por fim o encontro, logo ali ao pé do Hotel Mundial. Suspirei de alívio, dado que chovia a potes e eu (como sempre) não levava guarda-chuva. Meti o cartão na máquina quando vejo, pelo canto olho, uma pessoa a aproximar-se. Não liguei, mas a pessoa chegou bem perto e pensei: "Pronto, do pouco que tenho vou ficar sem nada!"
Então oiço uma voz ténue com requintes de rouquidão, vinda de um tipo de etnia cigana bem parecido, que me pergunta: " Então mano queres oiro?", ao que eu respondi aparvalhado: "Quero o quê?", "Oiro, chaval, oiro do verdadeiro".
Nisto, faz um movimento deslizante com a mão junto ao bolso e mostra-me, de surra, 3 caxuxos com pedras preciosas a fazer lembrar os do Jack Sparrow, mas em bom!
"Anéis de oiro, queres?", pensei logo, "pronto não vou comprar anéis mas a seguir aponta-me uma faca e fica-me com o dinheiro", mas não! Este lelo continuou a surpreender-me na abordagem ao possível cliente.
"Não pah, não uso anéis!", confesso que com os nervos foi a melhor resposta que encontrei entre o MB e o vendedor ambulante.
"Na boa mano, as cenas também tão escassas para ti né?", "Pois, tão pa toda a gente!".
Recebi o dinheiro da máquina e o cartão, respirando de alívio pela oportunidade de negócio se ter perdido, quando reparo que o vendedor não se moveu, um milímetro, do seu posto de venda.
"Pronto, agora é que é!", disse eu aos meus botões, quando sou novamente interpelado pelo indivíduo, que num tom bem mais descontraído me volta a colocar uma nova questão: "E bolota mano? queres bolota?", "Epah também não me drogo", respondi eu na minha inocência, mas aqui sim foi o explodir de sentimentos por parte do vendedor: "Fo....d...ssssss!!! deves ter caído agora do céu!" e seguiu finalmente o seu caminho.
Moral da história: estou feliz, por mais alguém, além da minha família, olhar para mim como um anjo, ainda por cima um vendedor astuto e muito perspicaz, na sua forma de marketing e publicidade ao seu produto, desde a abordagem ao cliente muito profissional, até à descrição do seu input.
Já vos tinha dito que a crise trás consigo novos horizontes profissionais. Uns emigram, outros aperfeiçoam o seu modelo de negócio...e assim se sobrevive hoje!

Sou sincero, vi o bigode perto das calças...


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