Já dizia a canção "...e recordar é viver".
O que se seria de nós se não guardasse-mos na memória as melhores recordações da nossa vida. Possivelmente seriamos alguém sem identidade, ou sem amor próprio...principalmente as recordações da nossa infância, que é a fase da nossa vida que nós melhor recordamos, sendo a que naturalmente mais nos marcou.
É disso mesmo que vos quero falar hoje, recordações de infância. Mas não são recordações banais, tem que ver com os filmes que mais me marcaram em certa altura da minha vida, não quero com isto dizer que foram os melhores filmes que já vi até hoje, mas à data com certeza que foram.
Toda a minha infância cinematográfica se pode resumir apenas a dois filmes, que agora sei porque me marcaram tanto. Como a minha mãe sempre diz, eu sempre fui uma criança muito activa, chegando mesmo a ser insuportável, mas depois tinha um outro lado bastante meigo e calmo, e estes dois filmes retratam, como nenhuma outra coisa, esses meus dois lados de puto.
Por um lado, filmes de karaté eram para mim fascinantes, onde se destacava Jean Claude Van Damme, e todos os seus filmes, com ressalva para o clássico "Força Destruidora". Este filme, de tantas vezes ser assistido por mim ao dia, chegava a fazer com que eu pensasse que era um dos actores principais da fita, ajudando Frank Dux na sua jornada por Hong Kong. Falas e coreografias de luta eram para mim peanuts, a pior parte era quando o maléfico Chong Lee aparecia no ecrã com aquele mexe mexe de mamilos...nem quero pensar, que medo!!
Mas o auge do filme, no meu ponto de vista infantil, era a parte final, onde o Van Damme, cego por um aspegic, desatava a dar cerca de 5 rotativos por segundo na cara do seu oponente, ganhando finalmente o comité. Não imaginam o que aquelas cadeiras da sala sofriam com as minhas tentativas de igualar a performance de Frank Dux. Frases como : "Ok, USA!", irão ficar para sempre na minha memória.
Depois chegava o meu lado mais ternurento de criança, pois outro filme havia na época que me prendia ao televisor como se de uma lapa se trata-se, falo-vos de "Dança Comigo".
Desde logo, ainda hoje, a sua banda sonora me comove, o que consegue igualar o efeito que este filme ainda tem em mim.
Patrick Swayze e Jennifer Grey, na altura eram o meu casal preferido, muito para além de qualquer outro casal de desenhos animados. Era uma história de amor à séria, que metia danças undergrounds à mistura, e isso para uma criança como eu era comovente. Desde o ambiente em torno daquela colónia de férias, passando pela inocência de Nina, acabando na coreografia de dança final, tudo continua a ser um sonho de infância vivido por mim.
Como é óbvio, nesta altura, as legendas eram meros acessórios, o que me interessava mesmo eram os sons e as imagens, o que me deu uma noção totalmente diferente de cada filme daquela que hoje tenho, até porque haviam coisas que eu não tinha capacidade para entender, mas não foi por aí que deixei de ter o entendimento dos filmes à minha maneira. Sabia que eram diferentes, e completavam-me, cada um à sua maneira, mas completavam-me! Até porque nunca tive irmãs para puder brincar com as suas bonecas. Talvez fosse o "Dança Comigo" a minha boneca preferida.
Ainda hoje, de vez em quando, não resisto a mais uma vista de olhos por estes clássicos...
Como diz a canção "Ó tempo volta para trás".
Posso afirmar agora, que estes dois filmes ajudaram a construir a pessoa que sou hoje, sem dúvida nenhuma.
Deixo-vos um lamiré das minhas duas facetas:
"Dirty Dancing"
"Força Destruidora"
Agora o meu bigode ficou, um tanto ou quanto, nostálgico!
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