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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sushi Report


Está o baile armado. 
Todos já sabemos aquela história do "24h sob 24h". O que não sabemos é o impacto que esta lenga-lenga tem em certos e determinados momentos das nossas vidas. E não, não vou entrar em nenhum reality-show!
Refiro-me antes, à minha relação com o meu querido cão Sushi, que se encontra fora de controlo. Fora de controlo no bom sentido, se este termo o tiver. É que devido ao "24h sob 24h" o relacionamento que tenho com ele, mesmo sendo este um animal (ás vezes é difícil lembrar-me), está de tal forma intenso e recíproco que, sem noção, estou agora envolto nas teias da paixão, por um ser que me vai deixar muito antes do que deveria. Afinal, os cães têm uma esperança média de vida que em nada se adequa à sua ligação com os seres humanos. 
É talvez este o factor mais ingrato de um relacionamento que foge a tudo o que de mau tem a relação humana. 
Quando se fala em pura amizade, a meu ver, esta fica restrita ao relacionamento de uma pessoa com um cão. Pena que apenas possa durar em média 10 anos...
Nunca ouvi nenhum dono queixar-se de que o seu cão o traiu, lhe faltou ao respeito, lhe mentiu, o decepcionou...estes são valores contrários aos valores dos cães. A este nível, muito temos a aprender com eles. E eu sou um privilegiado por conviver diariamente com o meu cão, e aprender os melhores valores da vida.
A parte negativa disto, ou menos positiva, só agora que estou completamente arrebatado pelo Sushi, e que até agora me foi totalmente alheio, é o facto deste morrer muito antes daquilo que devia, e consequentemente, eu vir a sofrer como se sofre quando morre um familiar. Porque é assim que olho para ele: o meu melhor amigo, o irmão mais novo que eu nunca tive...
Exagero!? É possível, mas falar em exagero em relação a sentimentos é completamente descabido.
Procuro não pensar muito nisso, até porque o Sr. Sushi apenas tem dois anos e meio, e muita tinta ainda vai correr nesta bela amizade.
Inventam tanta coisa...não existe por aí um elixir para prolongar a vida dos cães?
Agora percebo quando dizem que todos os cães que temos são insubstituíveis. Todos se tornam inesquecíveis e todos nos marcam. E desengane-se quem pensa que por ter outro cão irá apagar a memória do que partiu. Isso apenas serve para vivermos o presente com o coração preso ao passado.
Não há amor como o primeiro!!   

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