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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A velha máquina burocrática do Estado


Quando iniciei a minha formação académica no curso de Gestão e Administração Pública, uma das coisas que mais ouvia, em quase todas as aulas, era a tradicional ideia de que a velha máquina do Estado e da sua administração estava obsoleta, gorda, lenta, e pouco oleada. Tendo todos estes atributos, e reconhecida que era a necessidade de uma fuga para a frente, os vários governos vão-se baseando na ideia do emagrecimento da máquina burocrática do Estado para que esta se torne mais ágil, eficaz e eficiente.
Com o passar dos tempos e com a adopção do E-Government, os serviços do Estado português transparecem, ao seu cidadão, um ar muito mais moderno, acessível e rápido. Mas uma coisa são todas estas noções teóricas que assimilamos do senso comum e durante a nossa formação enquanto estudantes, outra completamente diferente é a noção prática das mesmas, quando a elas temos que recorrer.
Claro que as coisas devem estar melhores que há 20 anos atrás. Mal de nós se assim não fosse. Mas quando uma pessoa (como eu), que quer que as coisas aconteçam para ontem, e vê-se sujeita aos prazos intemporais e às toneladas de regras da administração pública portuguesa, a história é outra!
Nunca antes tinha contactado com esta realidade, no entanto, hoje que necessito delas para andar com os meus projectos e com a minha vida, reparo que ainda existe um largo caminho a percorrer para que os países sul-europeus cheguem um dia aos calcanhares das oleadas máquinas burocráticas norte-europeias.
Para tudo é preciso um papel, uma assinatura, dinheiro, tudo tem uma ordem, tudo se baseia numa burocracia engenhosa, tudo carece de Kgs e Kgs de paciência por parte do cidadão. Reconheço que talvez estivesse mal habituado...
Acredito também, que hoje "fazer-se à vida" é bem mais simples do que há 20 anos atrás, ainda assim, a quantidade de coragem e a força de vontade que necessitamos para ver as coisas a andarem (mesmo que seja devagarinho), essa é a mesma com certeza!
A burocracia foi, e continua a ser, o pior inimigo do empreendedorismo. Se não tivermos o folgo suficiente, morremos antes mesmo de termos nascido.
A espera continua...  

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