Pois é amigos e amigas, parece que a vida do tuga é feita em looping.
Longe vão os anos 50, 60 e 70, em que a maior parte dos portugueses, na sua maioria por razões políticas, decidiu dar um novo rumo às suas vidas e procurar a felicidade e a prosperidade além fronteiras.
Cerca de 60 anos depois, a história teima em repetir-se, e mais uma vez o culpado é o país que não tem condições para oferecer a qualidade de vida que todos merecemos.
Noutros tempos, os transportes que levavam os portugueses tinham o nome de Ditadura, hoje a companhia aérea chama-se Democracia. Quem diria?
Uma das diferenças que mais me choca é que há uns anos quem emigrava era o jovem analfabeto, no seu início de vida, hoje, na sua maioria, são pessoas na ordem dos 50 anos, que jamais imaginariam ter que reconstruir as suas vidas fora de portas, começando tudo de novo para dar melhores condições aos seus filhos e familiares. Muitos são os que o fazem para poderem continuar a pagar os estudos aos filhos, outros porque o desemprego os atingiu e o misere subsídio não tem prazo de validade, outros ainda, vêem-se obrigados a voltar a emigrar para aquela que agora era a sua casa de férias no estrangeiro. Triste sina.
Mas a novidade (como demonstra a imagem) é que quem deixa o país é o jovem mestre, doutor...que se vê congelado num país que não tem capacidade para lhe garantir um futuro digno depois do esforço que tantos fizeram para estudar...é vê-los todos os dias a partir com os canudos debaixo do braço, na esperança de um dia conseguirem ser o que sonharam, mas lá fora.
Muitos começam mesmo por se sujeitarem a trabalhos menos exigentes a nível académico, com o intuito de se estabilizarem no país para depois se afirmarem como talentos, mas a emigração é mesmo isto!
Os destinos, curiosamente, continuam os mesmos de há 60 anos. Canadá, E.U.A, América do Sul, França, Suiça, Alemanha, Austrália...esta nova vaga tem isto em comum com a antiga. O que difere é a vontade de voltar e a revolta pela decepção com a sua pátria amada.
Escrevo este post, porque me doí também a mim ver amigos de infância, com a minha idade, deixarem a família, e sozinhos, do nada, tentarem a sorte da vida lá fora.
Posso assim dizer que o meu país me está a roubar os amigos...
Quanto a mim, é algo que me tem passado pela cabeça várias vezes, e um dia nunca se sabe...a porta está escancarada para todos com um tapete de saída que vos deseja boa viajem!
Desde já, vos desejo a maior sorte no mundo, porque nestas coisas ela conta mais que tudo.
Como alguém disse, "O mundo é nosso", por isso a felicidade não está só aqui neste cantinho à beira-mar plantado. Até porque a plantação está bem murcha, sem nada para oferecer.
Este Barão já tem saudades vossas.
Vantagem é ter casa para ficar em quase todos os países do mundo!
Outra, é que o excelente programa "Portugueses pelo mundo" da RTP, por este andar irá ter mais episódios que o "Anjo Selvagem"...
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