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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Todos temos um Segredo, não o vou contar...

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Dependendo da idade e da capacidade intelectual de cada um, regra geral, todos sabemos que o pensamento é algo tão poderoso que nos pode revitalizar ou derrubar por completo, dependendo também do seu sentido.
Tenho 31 anos (idade bonita para quem não aprecia a beleza), e faço questão de levar o meu cérebro ao ginásio todos os dias, nem que seja por 5 minutos. Afinal, o pior treino é aquele que não se faz.
Talvez por isso, de vez em quando, com a duração de um flash, algo que se encontrava sem explicação eis que ressurge repleto de significados, o que me deixa surpreendido e ao mesmo tempo a rebentar de euforia.
Durante toda a minha vida, iniciei e encerrei ciclos sem nunca olhar pelo retrovisor. 
Como a maior parte das pessoas, delegava isso ao destino e ao "tinha que ser". Mas não me satisfazia de todo. E com o passar do tempo, quão mais longínquas ficassem esses espaços em branco, mais insatisfeito ficava.
Faz poucas horas em que percebi que o meu "tocar a bola para a frente" foi a principal razão para não perceber rigorosamente nada do porquê de ter chegado aqui hoje.
"Seja o que Deus quiser" também é um desabafo bastante utilizado para justificar, não tanto futuro, mas principalmente o passado. É a forma mais simples de fugir para a frente.
Percebi finalmente, que a razão pela qual todos os meus ciclos que se foram encerrando, uns atrás dos outros (não foram porque tinham que ser), se deveram exclusivamente à minha tendência de pensar sempre no objectivo seguinte. Na canalização de toda a minha energia na obtenção do novo. 
Sem dar por isso, já estava a alimentar o passo seguinte esquecendo completamente onde tinha o pé agora mesmo.
Simplificando: Imaginem que têm uma planta. Esta carece de atenção da vossa parte. Até então é próspera. Passados alguns dias começa a mirrar e acaba por morrer sem explicação à partida porque a atenção foi sempre a mesma. O vosso pensamento é que já não estava lá. Ao lado desta, já cresce outra que anseiam por ver florir.
Basicamente, as coisas na minha vida vão-se alternando consoante a direcção do meu pensamento. Se ele já está focado no que vem a seguir, tudo o que está para trás dele, tende a desaparecer.
Mas há uma excepção.
Há algo que nunca mudou e se transporta comigo até hoje.
Sem querer filosofar (mas fazendo-o), devo chamar-lhe "pensamentos âncora". Aqueles que têm toda a tua energia e foco durante todo o tempo, independentemente do que queres que venha a seguir, da tua ambição. 
Estão lá porque não abdico um milímetro deles. 
São a base para que tudo o resto na minha vida possa mudar, sem eu abanar.

Todos temos pelo menos um Segredo. 
Este é o meu, mas não o vou contar.


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Blade Runner 2049: O poder do silêncio

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Lembro-me de brincar com uma cassete VHS de umas cores sugestivas, e do meu tio ralhar comigo por isso.
Cheguei a prender a atenção à pequena TV do quarto, cada vez que ele inseria a tal cassete no video e se recostava na cama.
Mais velho, percebi o porquê do fascínio do meu tio por aquela fita. Eram as cores, as músicas, os carros voadores e as personagens estranhas.
Lembro-me de fazer contas de cabeça, para aferir que idade teria em 2019, para poder ver carros voadores e ter o meu.
Vi o primeiro Blade Runner várias dezenas de vezes, e em todas elas ficava com a sensação que percebia cada vez menos. Essa era a magia que me fazia carregar no play novamente.
Ontem corri à primeira oportunidade que tive para ver a nova sequela. Altas expectativas se apoderaram de mim. Era uma criança à espera do doce prometido. Ainda para mais com o elenco escolhido.
Reparos a ter em conta:

1- Hollywood encarregou-se, mais uma vez, de colocar o Sr. Gosling num patamar elevadíssimo de figura que prende as atenções do público feminino.

Era só isto.

Em síntese, não esperem que seja um filme que agrade a gregos e a troianos. Blade Runner nunca o foi. Foi, e continua a ser um filme de culto, que prima pela incrível fotografia e som, mas desta vez a produção encarregou-se de elevar este filme ao expoente máximo do bom gosto. 
O silêncio é de uma beleza sem igual. O poder do silêncio, das respirações, dos pormenores de luz e imagens estanques, levam-nos a duvidar da eficácia dos nossos próprios sentidos.
Trabalho técnico sensacional, que quando acaba nos deixa com água na boca.
Mas a fotografia deste filme...sem letras que a descrevam!
Ora vejam:



Um dos muito poucos filmes que me leva ao cinema por cada ano que passa.