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domingo, 13 de agosto de 2017

Desfibrilador cultural

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Se os olhos não vêem o coração não sente, e a alma é pequena porque o nosso umbigo não a deixa crescer.
Infelizmente, hoje, praticamente todos os países muçulmanos são olhados com desdém pelos ocidentais. Até ia mais longe dizendo que existe uma desconfiança bilateral entre os dois universos culturais/religiosos.
Por isso, tolerância é uma das palavras mais valiosas e mais fortes nos dias que correm. 
Por agora trago uma cábula com ela escrita para não esquecer.
A cidade de Tunis, é um bocadinho como se o Algarve estivesse totalmente falido. Não é um exercício difícil de se fazer, acreditem.
Nós ocidentais, acreditamos que a maioria dos países muçulmanos estão agora no primeiro estágio de desenvolvimento: Educação.
Mas esta é a nossa formatação.
Estes dias aqui, permitem-me dizer ao mundo que nunca antes tinha visto e sentido tanta humildade. Só a pequena licença concedida para entrar num elevador, leva a uma repetição de agradecimentos que nos levam a sentir que somos seres superiores, mesmo quando não o somos de todo.  
A bonita expressão: Salam Aleikum foi a que mais ouvi por simples gestos. (expressão fortíssima, para a qual o "muito obrigado" deixa a desejar).
Os cheiros, o calor, a falta de pontualidade, o compromisso com Deus, a simplicidade, a recusa tecnológica, a ciganice na hora de negociar algo...são características da maioria deste povo tunisino.
Ainda assim, consigo perceber que são pessoas felizes, mesmo na hora de deitar lixo para o chão, de fumarem em todos os locais, ou mesmo na hora de doar dinheiro à sua mesquita. Principalmente nesta.
Por tudo isto, e muitos outros pormenores, que não se descrevem utilizando letras, este choque cultural é tal que nos mantém vivos e cheios de adrenalina, funcionando como uma reanimação pessoal face ao mundo onde vivemos, e à sua riqueza tamanha.

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