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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Quão ridículo pode ser o amor?

Resultado de imagem para ridiculous love

Ora bem, este post não se refere a ninguém em concreto, mas a toda a gente em geral. Por isso, não se sintam atingidos se não tiverem razões para isso.
Vivemos numa sociedade livre e extremamente aberta. Hoje, com as redes sociais, existe um muito maior pendor à exposição das nossas vidas, do que o que acontecia há apenas 20 anos atrás.
Hoje também, sabe-se da vida de toda a gente, mesmo daquela gente que já não se vê faz décadas. O íntimo baralhou-se com o público, mas já ninguém nota isso, sem ser eu que sou um conservador...
Depois temos a proliferação do amor, e tudo o que lhe diga respeito, todos os dias, a toda a hora, com ou sem justificação, no seio da comunidade internauta.
Isto, a meu ver, eleva o ridículo do amor ao seu expoente máximo. E isso faz-me rir à brava!!
Existe uma crescente necessidade, das pessoas exporem ao mundo os seus mais diversos sentimentos pelo seu semelhante. Por isso, não raras as vezes, podemos assistir sentados a autênticas declarações de amor, descritas com pompa e circunstância, com direito a música de fundo e a poemas de Florbela Espanca.
Gosto principalmente daquelas declarações de amor tipo: "Somos tão lindos, e amorosos, e fofinhos, e amamo-nos tanto que é tão bom sentir este sentimento forte que nos liga um ao outro, meu amor da minha vida para sempre, maior do mundo...", ou: "Vamos casar e ter muitos filhos lindos, parecidos contigo e comigo, porque nós é que somos os pais, e o nosso amor vai ajudar a isso, e tu e eu vamos ser uma casal muito feliz, obrigado por ser quem és, por estares sempre comigo, mesmo quando não estás, obrigado por respirares e assim..."
Milhares destas declarações, que são ridículas, porque o amor assim o é, são mais ridículas ainda por serem publicadas numa rede social para toda a gente ver e comentar e opinar (como eu).
Assim, se o amor já por si só, é ridículo, se o pudermos tornar ainda mais ridículo, o nosso amor será sempre maior, certo?
Sou sincero, acho que nunca serei assim. Será que me devo preocupar por não amar tanto as pessoas, como quem o diz ao mundo? Poderei não amar tanto por apenas deixar isso como sentimento meu, íntimo, e reservado apenas às pessoas alvo, através de actos diários?
Não seria menos óbvio e corriqueiro, subir ao topo de uma montanha e gritar com toda a força: "AMO-TEEEEEEEEE!!!" até perder o folgo, em vez de escrever verdades pouco absolutas, se essa for a vossa necessidade?
Por mim, nunca acabem com isso. Adoro ler algo do género diariamente, meus amores da minha vida, meus queridos, obrigado por tudo o que escrevem, obrigado pelo que me fazem rir, são os melhores do mundo, devo-vos os meus sorrisos para sempre, são lindos todos...
Ups! 
    

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