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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

20€ por uma história épica!

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Lá estou eu a tentar encontrar significado para tudo o que me acontece na vida.
A semana passada fui beber uns copos de água com gentalha amigalhaça. 
Alfama é linda, e estava repleta de turistas estrangeiros, que regalavam os ouvidos ao som de um festival de fado que percorria as estreitas travessas da velhinha e cheirosa varanda do Tejo.
Já numa boate de má reputação, destilei em passos de dança ao som do rock n roll. Estava tudo tão feliz, que ninguém reparou que metade da casa não falava português.
Ás páginas tantas, não sei bem como, sou abordado por um indivíduo alemão, que me perguntava ao ouvido, num inglês "mourinizado" onde era a melhor discoteca de Lisboa, para levar os restantes amigos. 
Fiz-me de simpático e disparei-lhe o meu palpite. 
Nisto, perguntou-me o nome e apresentou-se. Devolvi a pergunta e questionei-o acerco do que faria em Lisboa...
No meio desta conversa fiada, tive a necessidade de lhe dizer que era casado (demonstrando-lhe a aliança no dedo) e que era hetero. Nisto, o rapaz desfez-se num sorriso amarelo, e sacou de uma nota de 20€ e implorou para que eu a aceitasse. Perplexo com a situação, tentei devolver-lhe a nota, mas este demonstrou-se intransigente. Guardei a nota, pensado que poderia ser falsa e que estava a levar uma tanga, mas para o fazer feliz metia no bolso de trás.
Chamou-me para o bar! Aí percebi que tinha ali um fã que me deu dinheiro e me pagou uma imperial.
Depois de tudo isto, perguntei-lhe o porquê daquela situação, e a explicação não poderia ser mais chocante.
Com as lágrimas nos olhos, aquele alemão, de quem eu desconfiei, disse-me que eu era igual ao seu irmão que tinha falecido fazia uma ano, e que era um costume deles (enquanto irmãos) um dar 20€ ao outro sempre que saíam à noite (de forma intercalada)!!
"Really?" insisti várias vezes, pois depois de tudo aquilo custava-me desconfiar dele uma segunda vez. 
Apressou-se a ligar o telefone, e aquele que ele mostrava no ecrã era eu, simplesmente eu!! 
Como é possível?
Dei-lhe um abraço, e até hoje ando a bater mal, e 20€ mais rico...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Quão ridículo pode ser o amor?

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Ora bem, este post não se refere a ninguém em concreto, mas a toda a gente em geral. Por isso, não se sintam atingidos se não tiverem razões para isso.
Vivemos numa sociedade livre e extremamente aberta. Hoje, com as redes sociais, existe um muito maior pendor à exposição das nossas vidas, do que o que acontecia há apenas 20 anos atrás.
Hoje também, sabe-se da vida de toda a gente, mesmo daquela gente que já não se vê faz décadas. O íntimo baralhou-se com o público, mas já ninguém nota isso, sem ser eu que sou um conservador...
Depois temos a proliferação do amor, e tudo o que lhe diga respeito, todos os dias, a toda a hora, com ou sem justificação, no seio da comunidade internauta.
Isto, a meu ver, eleva o ridículo do amor ao seu expoente máximo. E isso faz-me rir à brava!!
Existe uma crescente necessidade, das pessoas exporem ao mundo os seus mais diversos sentimentos pelo seu semelhante. Por isso, não raras as vezes, podemos assistir sentados a autênticas declarações de amor, descritas com pompa e circunstância, com direito a música de fundo e a poemas de Florbela Espanca.
Gosto principalmente daquelas declarações de amor tipo: "Somos tão lindos, e amorosos, e fofinhos, e amamo-nos tanto que é tão bom sentir este sentimento forte que nos liga um ao outro, meu amor da minha vida para sempre, maior do mundo...", ou: "Vamos casar e ter muitos filhos lindos, parecidos contigo e comigo, porque nós é que somos os pais, e o nosso amor vai ajudar a isso, e tu e eu vamos ser uma casal muito feliz, obrigado por ser quem és, por estares sempre comigo, mesmo quando não estás, obrigado por respirares e assim..."
Milhares destas declarações, que são ridículas, porque o amor assim o é, são mais ridículas ainda por serem publicadas numa rede social para toda a gente ver e comentar e opinar (como eu).
Assim, se o amor já por si só, é ridículo, se o pudermos tornar ainda mais ridículo, o nosso amor será sempre maior, certo?
Sou sincero, acho que nunca serei assim. Será que me devo preocupar por não amar tanto as pessoas, como quem o diz ao mundo? Poderei não amar tanto por apenas deixar isso como sentimento meu, íntimo, e reservado apenas às pessoas alvo, através de actos diários?
Não seria menos óbvio e corriqueiro, subir ao topo de uma montanha e gritar com toda a força: "AMO-TEEEEEEEEE!!!" até perder o folgo, em vez de escrever verdades pouco absolutas, se essa for a vossa necessidade?
Por mim, nunca acabem com isso. Adoro ler algo do género diariamente, meus amores da minha vida, meus queridos, obrigado por tudo o que escrevem, obrigado pelo que me fazem rir, são os melhores do mundo, devo-vos os meus sorrisos para sempre, são lindos todos...
Ups! 
    

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Agora: 1/3 Amanhã: 1/2

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A semana passada ainda ecoa na minha cabeça.
Nunca antes uma simples afirmação, me tinha deixado tão perturbado como aquela.
Deu-me um belo abanão. 
Vi uma Drª de investigação da Fundação Champalimaud, afirmar que, segundo dados estatísticos, retirados de estudos médicos, daqui por 15 anos uma em cada duas pessoas teriam algum tipo de cancro...e que já hoje, este valor é de uma para três, em países desenvolvidos...
Ela aponta a má alimentação e a falta de exercício físico, como os dois principais factores da doença do novo século. Mas há mais. Todos temos células cancerígenas no nosso corpo, estas só estão à espera de ser acordadas por nós.
Que soco no estômago que senti ao ouvir aquilo. Andava alheado da realidade. Depois começo a pensar um pouco, e sim, já existem demasiadas pessoas que conheço que passam, ou já passaram por isto. E tenho medo à brava. Medo, porque somos todos escravos das industrias alimentares e da frieza dos cifrões. Muito dificilmente nos conseguimos afastar disso. Por mais saudáveis que nos achemos, façam o exercício de contar quantas coisas que trazem no saco da compras, são biológicas e quantas são transformadas. Mesmo que tenham o maior cuidado.
Somos reféns disto tudo.
Não estranha, que nos países menos desenvolvidos, denominados de terceiro mundo, as pessoas ainda vivam até aos 100 anos cheias de saúde.
Viver no meio da selva, longe desta civilização envenenada, não deverá ser assim tão mau, se o teu objectivo for viver cheio de saúde.
Pensar que cada vez mais crianças, e pessoas da minha idade, aparecem com cancro, deixa-me apreensivo em relação ao futuro. 
Por ventura, por procurar informação acerca dos nossos problemas, tenha a preocupação sempre a bater-me à porta, ao contrário de outras pessoas que preferem viver na "santa ignorância". 
Não sei o que será melhor.
Faço o que posso por me agarrar à dádiva da vida, todos os dias, e até ao fim. Se tenho esta sorte, cabe-me fazer por valer a pena...  

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Se isto é um homem

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Qual de nós nunca teve um dia, em que nos apetece mandar tudo ao ar e desaparecer por uns tempos?
Ás vezes andamos cabisbaixo, pensamos que a vida é injusta e que nada acontece como nós queremos. Que por mais que lutemos, nunca chegamos a lado nenhum. Pensamos. Passamos os dias a pensar, às voltas com a cabeça...
Depois, chegamos a casa, temos um tecto para dormir, comida no prato, o calor de quem gosta de nós e ainda nos damos ao luxo de acordar, no dia seguinte, nesse mesmo ciclo de tristeza viciosa.
Depois, a vida encarrega-se de nós. 
Quem lê este espaço um pouco com mais assiduidade, certamente que se recorda da história do nepalês varredor de ruas, com o qual eu fiz amizade. O Adra.
Pois bem, já não via o Adra há umas semanas, no entanto, ontem tive o prazer de o voltar a cumprimentar.
Pela primeira vez vi-o sem a roupa de trabalho. Sensação esquisita, que me remeteu o pensamento a um dia de folga bem gozado.
Nada disso.
O Adra cumprimentou-me, com a educação de sempre, no entanto aquela mão que esteve sempre quente, agora estava gelada. Trazia os ombros caídos, a testa franzida e as lágrimas nos olhos.
Depois do "olá", seguiu-se num português forçado, uma explosão de tristeza. 
No meio da tormenta, percebi que tinha sido despedido, que o patrão o mandara para casa sem qualquer justificação, e que estava naquela situação há já 3 semanas. Que não mandava dinheiro para a sua família no Nepal (mulher e três filhos) desde então, e que falhou a primeira renda ao senhorio, desde que chegara a Portugal.
Suplicou-me por ajuda. Pedia trabalho. Qualquer tipo de trabalho. 24h de trabalho se tivesse que ser. 
A sensação gélida passou para mim. Fiquei cristalizado, perante tamanho pânico alheio. 
Perguntei se tinha fome, ao que ele de imediato me respondeu que não. Roupa? Não...apenas trabalho por favor.
Sem meios para ajudar, restou-me confortá-lo e indicar-lhe alguns sítios onde poderia pedir emprego.
Tive o dia todo a pensar. Fiquei triste. Depois cheguei a casa, ao meu tecto para dormir, onde tenho comida no prato e o calor dos meus. Mas a tristeza não passou.
Mas quem sou eu para estar triste??? 

sábado, 10 de setembro de 2016

E BOOM...tem-se feito algum Chocapic!!

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A realidade tende em demonstrar-nos que a história pode ser cíclica, para o bem e para o mal, o que não nos pode deixar com grandes esperanças, nem tão pouco nos matar de desespero em relação ao futuro.
Nem tudo é mau, afinal!
Depois de passada a Era da Industrialização, onde a qualidade de vida do ser humano atingiu o seu ponto mais alto até então, eis que, mais tropeção menos tropeção, cá estamos de rabo para o ar a apanhar o que sobrou dessa luxuria de outros tempos, que desmoronou, nos últimos anos, como que de estuque se tratasse.
No entanto, para espanto meu, observo que a história pode ser cíclica e ao mesmo tempo contraditória. 
Pois existe um ponto em comum, entre a Era da Industrialização e a Era da Tecnologia, em que nos encontramos. Não, e não são as Levis 501...é o facto do pessoal estar a acasalar como se não houvesse amanhã, mas com um objectivo final: ter bébés!!!
Não seria difícil, de forma alguma, afirmar que 2015/16 têm sido os anos do Baby Boom deste novo século em Portugal.
Penso que não seja o meu relógio biológico o culpado pela proliferação de mãmãs, papás e bébés, que desfilam todos os dias em meu redor. E não ando muito para os lados da Maternidade Alfredo da Costa... 
Gostava de ter acesso às estatísticas da taxa de natalidade dos últimos dois anos. Parece que os bébés caem das árvores. 
Existe alguma campanha do governo para repovoarmos este cantinho à beira mar plantado, que eu não saiba?
Ou será que, por ter eu 30 anos, o pessoal da minha geração se está a chegar à frente toda ao mesmo tempo?
Uma coisa é certa: Estou contente por saber que o desemprego não tem atingido o sector dos transportes aéreos das cegonhas!  

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Sempre a subir até lá abaixo

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A semana que passou foi boa a todos os níveis, por estes lados.
Levei o lema "Vá para fora cá dentro" mas a sério que nunca, e rumei alguns dias a Sul.
Foi curto, mas serviu para descansar, e sobretudo para desconstruir ideias preconcebidas.
Fiz a viagem para Sul ao anoitecer, e por isso a música ia no máximo e a atenção redobrada, para não correr o risco do cansaço do dia de trabalho me atraiçoar. 
Sou sincero, nunca tinha conduzido tão concentrado no tempo e espaço, visto que tinha um jantar de aniversário onde todos esperavam por mim.
Talvez por isso mesmo, não levei duas horas a lá chegar, e pude constatar que a afirmação "vou até lá abaixo" não passa de uma força de expressão, baseada no sentido das imagens do mapa Mundi. Realmente, o Algarve fica abaixo de Lisboa, mas o mesmo não quer dizer que o caminho seja a descer até lá. Muito pelo contrário.
Como era de noite e estava escuro, pude aperceber-me que 50/60% do caminho de Lisboa-Algarve é a subir, através do consumo do carro.
Podem não ser subidas a pique, mas enganam bem!
Longas inclinações, seguidas de curtas descidas e algumas planícies, é o que caracteriza esta "descida" a Sul.
Não acreditam!?
Peço-vos apenas atenção para quando o fizerem, pelo auto-estrada, e a razão ser-me-à dada.
Esta situação intrigou-me tanto que tive que tomar a mesma atenção no trajecto contrário para Lisboa, onde esta constatação ganhou consistência. Desci muito mais do que tinha feito 4 dias antes.
Este é apenas um exemplo de que não existem verdades absolutas, e eu estou cá para fazê-las cair a todas...