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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Carta aberta à consciência de cada um

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"Dos animais que desdenhamos como desalmados, na floresta, no campo e na cidade, o grito eleva-se nos atestados de desumanidade da humanidade." M. Frida Hartley


Esta é a premissa do que escrevo hoje, ainda de mãos transpiradas, aperto no peito e lágrimas nos olhos...
Demorei uma semana a ganhar coragem para ver Dominion. O novo documentário dos mesmos criadores de Earthlings, e novamente narrado por Joaquin Phoenix, e outras vozes conhecidas do grande ecrã.
Agora percebo que uma semana ou dezenas delas seriam exactamente a mesma coisa, porque não se tratava de coragem, mas sim de consciência.
Não me quero alongar muito sobre este controverso assunto, para o qual a maioria das almas ainda não está disponível para aceder. 
No entanto, ainda a quente, não poderia deixar passar esta minha necessidade de desabafo pseudo-anónimo.
Constato que a minha noção de que "o Homem é o bicho do Homem" se encontra totalmente desactualizada. O Homem, é sim, o bicho do Homem e de tudo o resto que o rodeia. Sem qualquer sentido de desrespeito ou crueldade, a humanidade vai continuando a cometer os mesmos erros do passado num ciclo vicioso.
Se não nos deixarmos cegar pela frieza dos números, ou pela escuridão da toca onde a avestruz esconde a cabeça, e inserirmos a forma como tratamos os animais, na hora de calcular a grandeza de cada país ou de cada civilização, lamento mas o resultado não está a nosso favor.
Todo o sofrimento que causamos a outros seres, ou mesmo aos nossos semelhantes, sempre esteve directamente ligado com um tal de complexo de superioridade que, se pensarmos bem, está implícito em todos os momentos do nosso dia-a-dia.
É normal causar sofrimento e matar outras espécies, porque somos superiores. Estamos no topo da cadeia alimentar. Somos os mais inteligentes. Porque é a selecção natural das coisas...
Tudo critérios que se contextualizam com milhares de anos atrás.
Vivemos em pleno século XXI e a civilização passa por uma crise de valores enorme. Receio que não haja volta a dar.
Enquanto não respeitarmos os seres que connosco coabitam aqui, jamais poderemos almejar um final mais feliz do que aquele que se vai traçando.

Este é um assunto que não vale a pena discutir com quem faz da ignorância o seu argumento. 
Quem não sabe é como quem não vê. E quem não quer ver é mais cego do que quem não vê.

Dominion, de todos os documentários e livros que li sobre o tema, é de longe o mais duro. Nem todos estarão preparados para conhecer a realidade tal qual ela é.
Cada consciência terá o seu peso próprio.