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segunda-feira, 27 de março de 2017

O meu lado mais forte

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À medida que vou vivendo, vou conhecendo mais sobre a minha pessoa.
Já toda a gente sabe que sou um bocado desequilibrado, o que não sabem é que esse desequilíbrio tem uma razão de ser.
Este post não tem nada de interessante, por isso, se valorizas o teu tempo, ou tens mais que fazer, pára por aqui...
Pr'além do que referi acima, também não tenho os cinco alqueires bem medidos, e já vão perceber o porquê. 
No sábado, enquanto via o jogo da nossa selecção,entre amigos, reguei o jogo com cerveja, e o indispensável tremoço.
Pois bem, foram os tremoços que fizeram com que conhecesse melhor a minha pessoa. 
Não os contei, mas foram largas dezenas que consumi durante os 90 min do jogo. A meio senti uma cãibra do lado direito do maxilar, mais concretamente no músculo que nos permite mastigar.
Isso levou-me a constatar que passei 45 min a mastigar apenas com os dentes do lado direito da boca. Indignado, e aborrecido comigo próprio, porque afinal tenho também o outro lado para alternar, resolvi mudar de lado a mastigação. Qual não foi o meu espanto que tinha que fazer um esforço psicológico gigante para continuar a fazê-lo daquele lado da boca!!
Sempre que me distraía, lá estava o lado direito a trabalhar e o esquerdo a fazer gazeta.
O que é certo é que não me dá tanto jeito, nem a comida sabe tão bem do lado esquerdo...
Conclusão: Devo ter passado mais de metade da minha vida a mastigar apenas com um dos lados da boca!
Preocupado,procurei explicação para tal, e encontrei um site de saúde oral onde dizia que habitualmente se mastiga com o lado direito da boca se formos destros. E ao contrário também é verdade.

Depois de sábado à noite sou uma pessoa mais confiante em mim, porque afinal conheço-me um bocadinho melhor do que na sexta. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Long Live Rock 'n' Roll nº 89


2017 está a ser uma ano ingrato para quem o dinheiro não estica.
Tanta coisa a acontecer nas minhas barbas, e a selecção a ter que ser tão injusta e ingrata.
Paredes de Coura, mais uma vez, está a tornar-se um caso sério!
E cheira-me, que mais uma vez, vou ter que ficar de fora.
Lisboa, não pára de nos convidar a gastar dinheiro em troca de grandes gigs...
Assim fica difícil!
A juntar a isto, houve uma atenuação da dor, que nos permite ultrapassar melhor a perda de alguém que sempre foi uma referência.
Até então, este não deixava rasto digital do seu trabalho, até porque já tinha sido roubado uma vez. Mas com a sua morte, os abutres não facilitaram, e disponibilizaram toda a sua discografia online em streaming.
Quem saiu a ganhar foi o ouvinte que conta os tostões para ir a concertos. Eu!
Este post serve para homenagear um dos maiores músicos de sempre, e um dos meus preferidos. Pelas semanas a fio de audição exaustiva do seu extenso legado, façam uma vénia a Prince!

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É só fantástico tudo o que este músico de mão cheia nos deixou. A nós e à música em geral. Pois hoje, bandas e artistas seguem um caminho que foi descoberto e inventado pelo mestre.
Exemplo máximo disso mesmo, é uma das minhas músicas preferidas da actualidade, que à primeira audição me deixou na dúvida. 
Podia muito bem ser sua.
Ora saboreiem as influências demonstradas nesta malha de Childish Gambino:



Arrisco-me mesmo a dizer que quem não gosta de Prince, não gosta de música.

Fica a homenagem ao príncipe que foi rei.


quinta-feira, 16 de março de 2017

Não morrer parvo sff


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Num hiato entre o meu seriado de eleição, divaguei um pouco por entre as melhores propostas Hollywoodescas, mas não fiquei saciado. 
Por isso tive que recorrer ao baú empoeirado do meu disco, para mais uma vez dar uma oportunidade a uma obra (daquelas que temos que ver antes de morrer, para não irmos parvos desta para melhor), que me assombrava os dias desde a minha adolescência.
De Twin Peaks só me recordava daquela música horrenda do genérico, sempre que o meu tio se vidrava em frente à TV.
Para quem acompanhou na época a história de David Lynch, esta seria mais uma referência televisiva que levaram para o resto das suas vidas. 
Estávamos em 1990, e Hollywood estava no seu auge. Havia pouco espaço para series de culto. Twin Peaks, foi com toda a certeza uma delas.
"Tens que ver, tens que ver", diziam-me os de idade mediana. Ganharam! 
Comecei a descascar episódio atrás de episódio, como se o amanhã nunca fosse chegar.
Tudo aqui é de génio, o único exercício que temos que fazer é um reporte à época em questão. Não em termos de moda, porque isso está de volta, mas em termos visuais. (o sangue nesta época, era muito mais apetitoso do que hoje)
Depois desse impacto inicial, a busca incessante por descobrir quem matou Laura Palmer enfeitiça-nos, tal qual Steven Avery nos deixa baralhados e viciados na sua triste realidade. 
A receita é a mesma, mas em Twin Peaks temos o recurso à ficção, tal como em Fargo.
Visto e sabido, deixo-vos um conselho: Não morram sem conhecer as maravilhas de uma terra no norte dos EUA, de seu nome Twin Peaks, e todos os seus mistérios, apresentados com a mestria de Lynch.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Ser bom: vaidade ou realidade?

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Tenho por hábito de não deixar fugir um pensamento sem que este me dê alguma conclusão. Foi o caso daquele que me ocupou a cabeça nos últimos dias.
Quando ouves, vês ou lês alguma coisa que te faz pensar, dá graças porque é sinal que procuras evoluir como ser humano e não te remetes em aceitar o que o senso comum te impõem.
A juntar a isto, se tiveres um bom grupo de amigos, em que existem opiniões distintas sobre o tema, dá graças por estar aberto um espaço de aprendizagem em conjunto.
O resultado é sempre evolução!
Indo directo ao assunto, o pensamento destes dias prendeu-se com o facto de, nós por cá, não termos por hábito afirmarmos que somos bons em alguma coisa, quando realmente o somos.
Passo a explicar melhor.
No contexto cultural português, não raras vezes, é comum confundirmos auto-confiança com gabarolice e vaidade. Nós por cá, não lidamos bem com alguém que se auto-promove e auto-elogia. Dá-nos um ar de maniento ou convencido. É cultural. Está entranhado na nossa maneira de nos relacionarmos com o sucesso dos outros.
Não é por isso de estranhar, os portugueses acharem o Cristiano Ronaldo e o Mourinho, pessoas vaidosas, prepotentes, convencidas...
Mas porra, sendo eles mesmo muito bons naquilo que fazem, porque raio não o podem afirmar, quando realmente o sentem e o são?
Porque razão nos parece mal o Cristiano dizer para todos ouvirem: "Eu sou o melhor na minha profissão", quando até se tem o reconhecimento dos outros?
Isto só reflecte noção clara das suas capacidades em relação às dos outros e uma enorme confiança nele próprio. Mas muita gente tem a opinião de que alguém que tem a necessidade de se auto-elogiar então é porque é insegura, porque deveria esperar os elogios dos outros.
Não concordo. Não concordo, porque vivemos no mundo das chapadinhas nas costas e do desdém.
Parece-me que uma das melhores sensações do mundo, será a de poderes dizer em voz alta, para que todos te oiçam: "Eu sou bom a fazer isto".
Agora, é preciso ter noção da realidade e não vender esta ideia ao desbarato. Se afirmas ser bom, tens que demonstrar, baseando o argumento.
Por outro lado, ser-se bom não significa prejudicar alguém. Ser-se bom tem por força a meritocracia, e esta depende exclusivamente de ti. 
Não quero com isto dizer que as pessoas têm que ser melhores umas que as outras e viver em constante competição. O que quero dizer é que naturalmente tu podes ser bom naquilo que fazes, ou mesmo ser o melhor, porque realmente assim o é, aos olhos de todos, mas principalmente aos teus.
Quantos de nós são bons e não têm essa noção porque vivem sem o feedback de uma sociedade que olha para o sucesso dos outros como uma ameaça? Isto sim, é errado!
Adorava saber qual a sensação de um dia poder subir a uma cadeira e dizer a toda a gente em voz alta: "Eu sou mesmo muito bom a fazer isto" sem que isso lhes parecesse mal, nem os ameaçasse, porque naturalmente o era. Deve ser contagiante!!
Valorizem-se se for o caso.

sábado, 4 de março de 2017

O elixir dos dentes e da vida

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Depois de muita pressão, e muitas questões levantadas em relação ao meu comportamento, vou pela primeira vez (e única) revelar um dos meus segredos mais bem guardados de sempre.
Se já alguma vez tiveste o prazer de dividir uma refeição comigo, de certo que já te questionaste sobre um comportamento estranho que tenho, sempre a seguir a uma refeição. E não é por me pôr todo nu para facilitar a digestão, isso é outra história.
Este é um segredo relacionado com a minha longevidade, e já vais perceber o porquê.
Seja com quem for, onde for, mas desde de que tenha os meus utensílios de higiene oral comigo, após cada refeição fico eminentemente à rasca para lavar os dentes. Até aqui tudo bem, a questão é que descobri há muito tempo atrás, que lavar os dentes em contexto social, alargará a minha vida por uns tempos (eu que sou uma agarrado à vida).
Por isto, os minutos que dispenso para a realização desta tarefa, que tinha tudo para ser solitária, executo-a perto de pessoas. 
Ou seja, não perco conversas nem momentos por estar trancado numa WC. Para isso já me basta quando tenho que tomar banho ou fazer as minhas necessidades (sólidas e líquidas, sem querer especificar muito).
Se fizerem o exercício de somar todos os minutos da vossa vida, que já despenderam sozinhos/as a lavar os dentes numa casa de banho, o valor é abismal!
Agora converte esses minutos em tempo de vida a mais, se os passares, como eu, em contexto social. 
Pronto, percebes que assim eu já vivi bem mais que todas as outras pessoas. 
Na verdade, o calendário diz que tenho 31 anos, mas na verdade, e por coisas como estas, já vivi pelo menos 38.
Mas não tentes fazer isto já hoje em frente à tua família ou amigos, porque podes correr risco de vida. Afinal, esta é uma tarefa que requer bastante treino, porque não é fácil falares correctamente com a boca cheia de espuma ou sem te babares. Eu mesmo, numa fase inicial, muitas vezes expeli pasta de dentes pelo nariz...
Sim, é verdade, eu já estou num nível em que consigo manter uma conversa enquanto escovo os dentes, sem me babar. Falo sobre qualquer tema, acredita. E por isto, nunca perdi um assunto que possa ser importante, nem dou azo a que falem mal de mim enquanto estou trancado numa casa de banho.
Se não houver ninguém em casa, não é por cagares de porta aberta que isso faz de ti um ser eterno. Mas se fores lavar os dentes para a varanda e veres o que se passa na rua, ou simplesmente ligares o rádio ou a TV, para saberes o que se passa no mundo, faz de ti um ser vitalício!
A reter:

"Não percas oportunidades de viver mais. Vai lavar os dentes em público!"