Treinar logo pela fresquinha, é coisa que me assiste há muito tempo. É algo que me potencia o resto do dia, que me faz sentir leve e disponível para lutar mais uma vez.
Mas hoje, a meio do treino, aprendi o que nenhum outro treino me ensinaria.
"Aprendi" não por não saber da realidade, mas por aprender realmente a pensar nela.
A meio do running, ali por detrás do pavilhão de Portugal, zona onde pernoitam alguns mendigos, observei o seguinte cenário:
-O primeiro, deitado e tremendo com o frio da manhã, por apenas ter uma manta disponível e esta estar a aquecer os seus dois cães;
-o segundo, que sendo a pele e osso, desfazia nas suas desgastadas mãos, dois pedaços de pão, não para comer, mas sim para mandar ao chão onde enumeras gaivotas se banqueteavam, e na água onde os peixes comiam o seu pequeno almoço;
-a terceira, de olhos bem fechados e de cabeça erguida para o céu, com um sorriso nos lábios, parecia agradecer por finalmente o Sol alimentar o seu dia.
Perante este cenário, fiz o que restava do meu treino a pensar que sou um gajo bafejado pela sorte, e que jamais me poderei queixar da vida que levo, ainda que, esporadicamente, as coisas não corram como eu queria.
Migalhas de pão ao pé do que vi.
Era só isto.
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