Depois de um hiato forçado, eis que surjo rejuvenescido.
Hoje vou-vos pôr a par, em traços gerais, do quão proveitosa foi a minha última semana.
Viajar é sempre o melhor remédio.
10 dias, 3 países, 5 cidades e muitos Kms percorridos depois, sou capaz de vos fazer um pequeno relatório de "guerra".
Cá vai:
Na sexta feira dia 13, a meio da tarde, viajei para Amesterdão. As coisas não começaram muito bem, visto que o avião onde seguia ficou retido no aeroporto e Lisboa, atrasando a descolagem em cerca de 45 minutos, porque o aparelho alegadamente tinha combustível a mais e quem lhe colocou combustível a dobrar, esqueceu-se de deixar o recibo no cockpit.
Lá aterrei em Amesterdão, e apressei-me para apanhar o comboio, e depois o Bus, que me levava ao tão desejado quarto de hotel. Fui-me apercebendo que às 23:00 os holandeses já não andam na rua, já é tarde, pelo que não vi praticamente ninguém. Morto de fome e sem mais opções lá tive que comer um pizza Margarita congelada, que custou 8 euros...e que me custou muito mais a digerir quando liguei a Tv e me apercebi do que se tinha acabado de passar em Paris...
No dia seguinte, já em plena cidade, visitei o Heineken Experience e a famosa casa de Anne Frank, que fez valer a pena a hora e quarenta à chuva e ao frio.
Durante dois dias e meio tive o privilégio de visitar/sentir uma das cidades mais heterogéneas onde já estive. Naquela teia de aranha com um cheiro característico que percorre as suas ruas, há de tudo (até chuva a mais)...a pontualidade e eficácia dos transportes públicos impressionaram-me, bem como a inflação dos preços de tudo face a Portugal. Por exemplo, uma viagem de meia hora de Bus custa 10 euros, e um café expresso 2,5 euros...
No geral, adorei a cidade e é daquelas onde apetece pecar constantemente.
No dia 16 de manhã, aterrei em Praga.
Vi-a o sol brilhar dois dias depois, mesmo que por volta das 16:00 este despegasse. Incrível foi a dificuldade para comprar bilhete de Bus que me levasse até ao hotel. Em pleno aeroporto, poucas ou nenhumas informações em inglês, uma confusa máquina de compra de bilhetes que teimava em engolir dinheiro sem dar nada em troca, uma antipatia extrema de quem tratava destas situações e falar inglês que é bom nada...resultado: lá consegui comprar bilhete 30 minutos depois, e apanhar os transportes, mesmo sem saber bem para onde seguiam (em Praga os bilhetes são por tempo e não por destino). Como a moeda não é euro, facilmente as conversões são adulteradas em todo o lado. Perder dinheiro é fácil.
O hotel ficava em Praga 7, e levava 20 minutos a pé todos os dias para ir até ao centro da cidade. Não fosse a linda vista do miradouro regado por um parque natural que me traçava a rota, e podia ter sido uma má opção andar a pé. Foi talvez a cidade onde bati o meu recorde de locomoção, pois bati os 10km por dia com facilidade. Em Praga os cães são como pessoas, entram em todo o lado e estão em todo o lado com os seus donos. Cidade dogfriendly, a começar desde logo pelo meu hotel.
Praga é uma mistura de Roma e Paris, mas ainda com muitos tiques soviéticos pelo meio. As pessoas não são propriamente simpáticas, mas fora isso é um local mágico e cheio de riqueza cultural. Os preços são bem mais em conta do que em Amesterdão, ao nível de Lisboa.
Difícil é distinguir entre museus/edifícios históricos de restaurantes. Praga é mesmo a cidade onde vi os restaurante mais bonitos até hoje (e também mais mendigos, que fazem turnos entre um gole de vinho barato e uma posição menos ortodoxa de pedir nas ruas). Com preponderância para os de cozinha italiana.
Frio, chuva e vento acompanharam-me sempre, e neve nada...
No geral, esteve um ponto acima de Amesterdão.
No dia 19 à meia noite, aterrei em Bruxelas.
Recebido de forma acolhedora por um amigo, rumei a sua casa em Liége.
Seguindo concelhos de amigos, segui na manhã do dia seguinte para Bruges. Com um carro emprestado, fiz 200km numa hora e quarenta, pelo auto-estrada, onde apenas gastei 15 euros em combustível. Sim porque na Bélgica não se paga auto-estrada, não existindo portagens...bahhh 3º mundo!!
Bruges, pelo meio dia de uma sexta feira, apresentava 5 graus, e os preços ao nível de Amesterdão. Mas isso é o menos importante...Bruges é linda de morrer, ainda por cima nesta altura, sendo conhecida mundialmente por ser a cidade Natal. Parece uma cidade criada por Hollywood para passar o encanto que passa. Ali tudo vale a pena, desde as feiras espalhadas pelas praças, a simpatia dos locais, as iguarias, a decoração, o cheiro...eu que sou do inverno e do Natal não podia acabar a semana de melhor forma.
No geral, Bruges era para viver o resto da minha vida. O único senão é que se situa na parte holandesa da Bélgica e não se percebe patavina. Nessa noite, regressei a Liége para um jantar memorável num restaurante italiano dos arredores.
No sábado de manhã, visitei o pouco que Liége tem para oferecer, para além dos seus tentadores gouffres.
No regresso a Bruxelas, estava programada uma curta visita à praça central, mas devido a questões de segurança, a cidade não tinha transportes públicos, pelo que decidi deixar Bruxelas para uma próxima e ir directo de comboio até ao aeroporto, que mais parecia um quartel general.
A viagem de regresso foi tranquila, e novamente com 40 minutos de atraso.
Agora percebo claramente o porquê de haverem companhias aéreas low-cost e outras não. Se tens compromissos marcados e decides viajar, por exemplo pela Easyjet ou RyanAir, ou os desmarcas ou escolhes outra opção de voo. Pontualidade não é com elas. Posso ter tido azar, mas logo na estreia da minha mala pelos ares, esta rebentou com o extremo cuidado do staff...obrigado, mas agora queixa-te à FIFA!
Viajar faz-nos crescer. Medicamento para muitas maleitas.
No entanto, como alguém disse um dia: "O homem viaja pelo mundo em busca do que necessita, e volta a casa para encontrar"