Powered By Blogger

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Nunca fui um número


Ontem fiz 30 anos. Número redondo!
Quando ainda era um petiz, e dava por mim especado perante pessoas de 30 anos, pensava com os meus botões, que essa era uma ideia longínqua de o ser. 
Hoje, percebo que tudo tem que ver com os rótulos que todos temos e colocamos uns aos outros. Acredito que tenha sido para simplificar, ou mesmo para agilizar a forma como olhamos para o que nos rodeia, sejam seres, objectos...mas parecendo que não, é a forma mais cruel e redutora encontrada, e que afecta mentes.
Presentemente, consigo vislumbrar que a tal frieza dos números ganhou à simples realidade. Tudo são números e tudo respeita a números. 
Somos constantemente números, e muito mais números que nomes...quanto mais maneiras de ser.
Como já devem ter percebido, esta é uma das razões pela qual detesto fazer anos. Porque tudo tem tendência a reduzir-se a um número. Desde o dia, ao mês, até à própria idade. E isso tem força tal que influência fortemente a realidade em que vivemos. 
Estes números têm força.
Por exemplo, tenho 30 anos e a sociedade diz-me que estou a ficar velho para arranjar trabalho, para brincar, para ver desenhos animados, para ter borbulhas...estou na altura de pensar em ter uma vida estável, uma família, um carro, um emprego, de deixar de usar tenis, de passar a deixar crescer a barriga e de fazer a barba...no entanto, ainda sou novo para ser médico ou político, para deixar de fazer aquilo que gosto, para me fazer crer e levar-me tão a sério...tudo isto porque nasci há 30 anos atrás!
Ainda assim, o que sinto é que sou muito novo para ter essa idade tão avançada. Porque ainda tenho muito para aprender, e ainda não levei a porrada necessária para que mereça ter 30 anos.
As pessoas são números, mas eu não quero ser. Posso?
Penso que desta estou safo, porque afinal ninguém me dá o número que vem no meu rótulo.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Topa-me o TOP 2015 - Música


Não tem comparação com outro tipo de consumo, qualquer outro que não o de música, feito por este bigode. Nada mudou em 2015, em relação a esta realidade. O grande vício continua a ser o mesmo.
Eis a difícil responsabilidade que é a de elaborar um TOP 5 dos álbuns de 2015. Contudo, assumo tal tarefa e aceito quaisquer danos colaterais.

Eis o TOP 2015 - Música:

#5 City and Colour - "If i should go before you"

Dallas Green e companhia nunca nos deixam ficar mal. O mestre das melodias de voz e do carisma, teima em não fazer as coisas mal. Esperava por este disco faz tempo. A espera valeu a pena.


#4 Tame Impala - "Currents"

Os singles foram saindo e a água na boca teimava em secar. Ou melhor, ainda não secou. Mais um disco forte de uma das minhas bandas referências do momento.


#3 Father John Misty - "I love you, Honeybear"

Josh Tillman e companhia surgiram-me como a agradável surpresa de 2015. Depois de sucessivos trabalhos mais que enfadonhos, eis que nos surge um álbum que é tudo menos isso mesmo. É a verdadeira antítese de tudo o que estes amigos do peito tinham feito até hoje. Uma salva de palmas!


#2 Courtney Barnett – "Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit"

Prova de que ainda se pode fazer um álbum rock, baseado nas receitas antigas. Esta australiana já é um caso sério, e teve o mérito de me fazer sentir coisas que já não sentia desde Nervermind...


#1 Kendrick Lamar - "To Pimp a Butterfly"

Esta é uma obra de arte meus amigos. Quer sejam do rock, do fado, da kizomba...este álbum irá ficar para sempre na história da boa música. Não é apenas um excelente álbum de hip-hop. As influências da formação em jazz que este senhor tem, transformam os beats em sinfonias que chegam a ser asfixiantes. 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Topa-me o TOP 2015 - Cinema


Hoje é como se fosse a noite dos Oscars no blogue do Barão.
Este Barão elege os cinco melhores filmes de 2015, na modesta mas sábia opinião do seu bigode.

Eis o TOP 5 Cinema 2015:

#5 The Wind Rises

Segundo consta, é a derradeira obra do mestre da animação Hayao Miyazaki. É também uma das mais bonitas animações de sempre. O contexto é o da II Grande Guerra e o argumento é aquele que nos faz viajar pela felicidade que é estar vivo.


#4 Whiplash

Este até parece que já é um clássico, por ter sido tão badalado e ter já um ano. Tempo suficiente para que as performances dos personagens fossem épicas. Não fosse isso, seria apenas mais um filme.


#3 Star Wars - The Force Awakens

Espera, ansiedade, e nervosismo, foi o que este novo filme de uma das minhas sagas preferidas, me fez sentir esta ano. Ainda veio a tempo de entrar no meu TOP, mesmo ao cair do ano. Clichés à parte, é mais uma obra-prima.


#2 Mad Max - The Fury Road

Esta foi a maior surpresa de 2015. Nunca tinha visto um trailer que me despertasse tanta vontade de ver um filme. Lembro-me de ter parado de respirar no início, e só voltar a fazê-lo no fim. A isto se chama um filme de acção, com tudo a que têm direito meus senhores.

#1 Beasts of no Nation

O expoente máximo de thug-life. Duro, intenso, cru...tal qual como a vida é em alguns cantos do mundo para algumas gentes. Impressionante e todos os objectivos que se façam sentir, fazem desta longa-metragem o filme do ano aqui!!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Topa-me o TOP 2015 - TV


Como todos os anos faço, por esta altura, apresento-vos o que de melhor se passou na minha relação com a música, cinema, Tv ou coisas na sua forma geral. Como isto é algo que já vem sendo tradição, este ano não será excepção, e todas estas categorias são apresentadas como TOP 5.
Hoje é o dia de TV.

TOP 2015 - TV


#5 12 Monkeys

Projecto arriscado em tempos de remakes ou adaptações. No entanto, mais uma aposta ganha, desta vez da SyFy, que não seria o primeiro suspeito.


#4 TRUE DETECTIVE S02

Depois de uma primeira temporada épica, a fasquia estava tão alta que só um elenco como este, para fazer valer a pena voltar a carregar no play. Colin Farrell esteve numa forma incrível. Ao que parece já não existem finais felizes...


#3 Mr Robot

Aquele brain-fuck que te vai deixando KO episódio após episódio. Tema complexo, detalhes incríveis e níveis de nerd muito elevado. A juntar a isto, papeis de se lhe tirar o chapéu.


#2 Better Call Saul

Nada a fazer quando te baseias numa das melhores personagens de sempre para pensares numa série de TV, mesmo que esta seja uma prequela de outra das melhores séries de todos os tempos. Tudo dito!

#1 Narcos

Este tal de Wagner Moura é um caso sério. Quando pensas em alguém para interpretar a vida de Escobar, Moura seria uma escolha pouco provável. Mas que incrível prestação do brasileiro, e que tremenda ideia da Netflix. Tudo bom do início ao fim. Quando assim é, sabe sempre a pouco!


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Boas novas!!


No dia em que não se fala noutra coisa se não na estreia do novo filme da saga "Star Wars", eu prefiro virar as atenções para o planeta Terra.
Ao que me parece, estamos a ficar mal habituados, e eu sem tempo para ver tudo o que queria. A este ritmo, um dia deixo de dormir para descascar tudo o que a Netflix teima em cuspir cá para fora.
Desta vez, a história é diferente, verídica e fascinante...

Ora a contagem decrescente já começou. Amanhã, a Netflix irá partilhar com o mundo o fascinante caso de Steven Avery. Esta série documentário acompanha Avery, recentemente ilibado de um crime pela prova de ADN, no limiar de um novo julgamento, ainda mais devastador, em que é acusado de homicídio.
Os realizadores Laura Ricciardi e Demos Moira levam-nos num passeio chocante, no qual aprofundam cada ângulo do processo, através da recolha de materiais de arquivo e de entrevistas junto dos que lhes são mais próximos, revelando muitas questões deixadas sem resposta, incluindo o destino de Steven Avery. A série documentário de 10 episódios estreia, em exclusivo, na maior rede mundial de televisão por Internet, na sexta-feira, dia 18 de Dezembro.

“Making a Murderer” examina de perto as alegações de má conduta policial e do Ministério Público, a adulteração de provas e a coerção de testemunhas. Os realizadores mostram o que correu mal no primeiro caso e questionam os progressos científicos e as reformas legislativas das últimas três décadas, que levaram a chegar mais perto da verdade e da justiça no sistema.
Filmado ao longo de 10 anos no coração dos Estados Unidos, “Making a Murderer” é um thriller da vida real sem precedentes. Esta série leva os espectadores a acompanhar de perto um processo criminal, no qual a reputação é tudo e nada é o que parece.
Até amanhã!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Long Live Rock 'n' Roll nº 78


Acho que nunca antes tinha ouvido tanta disparidade de tipos musicais como nas últimas semanas. Tenho entrado e tentado perceber, mundos que até hoje me passavam ao lado por mero conformismo.
No fundo, acabei por tirar o rótulo mais roqueiro dos meus ouvidos, e penetrado por realidades sonoras mais sofisticadas e complexas.
Por isso, depois de uma fase de consumo de hip-hop ao máximo, surge-me agora a vertente mais electrónica da "coisa".
Sem conhecer quase nada deste universo, entrei ás cegas e penso ter entrado pela porta principal.
Eis que me surgiu Darkside!


"Poucos produtores de eletrónica atingem o nível de sofisticação de Nicolas Jaar. A sua música transcende rótulos e desafia conceitos, aspira a muito mais do que fazer dançar ou ser música ambiente, embora seja ambas coisas e muito mais. 
Nicolas Jaar é um esteta com raciocínio científico, presta atenção ao todo mas parte dos detalhes, e é nos detalhes que constrói a sua identidade. Nascido em Nova Iorque, viveu parte da infância no Chile e sempre viajou pelo mundo, muitas vezes acompanhando o pai, Alfredo Jaar, um dos mais reputados artistas e intelectuais chilenos. A música de Jaar tem o mesmo espírito inquieto do viajante, explora todos os caminhos, faz desvios e cruzamentos, aproxima-se do house, jazz, blues, techno, música clássica ou contemporânea. 
Em Portugal sabemos do flirt com o Fado, que já o levou a convidar Carminho e Gisela João para o acompanhar em palco (em diferentes momentos), mas também faz música para cinema. Criou uma banda sonora para o filme russo The Colour Of Pomegranates/Sayat Nova, realizado por Sergei Parajanov em 1969, e assinou recentemente a banda sonora de Deephan de Jacques Audiard, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, este ano. Os seus interesses são múltiplos e as suas actividades vão para além da música que grava em nome próprio. Estudou literatura comparada, durante 4 anos dirigiu a Clown and Sunset, editora que em 2013 transformou em Other People, e lançou, entre outros, os discos de Darkside, o projecto que manteve com o multi-instrumentista Dave Harrington até ao ano passado.
Apesar de terem passado 4 anos entre a edição de Space is Only Noise, o seu brilhante álbum de estreia, e o recentíssimo Ep Nymphs II, Jaar esteve tudo menos parado. Além do envolvimento com Darkside, fez música com Scout LaRue, filha de Bruce Willis e Demi Moore, também com Sasha Spielberg, filha de Steven Spielberg e Kate Capshaw, juntou-se a Brian Eno e Grizzly Bear para uma edição especial Record Store Day, remisturou Cat Power, St Vincent, Florence and The Machine e Daft Punk... .Os trabalhos e colaborações multiplicam-se e a sua criatividade parece inesgotável.
Aos 25 anos Nicolas Jaar é um mestre da eletrónica. Um produtor e compositor intuitivo e cerebral, emotivo mas matemático, livre e conceptual, que pode usar elementos étnicos ou citar cinema e literatura, sublinhar a melodia, ou puxar pelo baixo e pela bateria, intensificar o ruído ou procurar o silêncio. A sua música é complexa e extremamente rica e prende-nos como uma entidade viva."
Precisarei de me justificar mais?
Fiquemos com uma das melhores malhas deste projecto:

DEU!


sábado, 12 de dezembro de 2015

Estratégia de Natal


Não é que este ano não tenha vontade de voltar a ver o "Sozinho em Casa", enrolado num cobertor, de meias grossas e repletas de borbotos por cima das calças do pijama, deitado no sofá a beber chá de menta e torradas...não, não é isso. Até porque, se há coisa que se mantém de natal para natal, esta é seguramente uma delas. 
Vai repetir-se.
Mas este ano o meu natal vai ser um pouco diferente do que têm sido os últimos 29. Por algumas razões, mas porque finalmente percebi o verdadeiro sentido da quadra. Finalmente!
Ontem, fui convocado para servir de amuleto sugestivo numa incursão a um centro comercial em Lisboa, a fim de despachar aquele cliché dos presentes natalícios. Nunca tinha visto tanta gente num shopping às 23:30 da noite. Parecia que as lojas estavam a dar coisas. Fiz o meu papel, já com os olhos bastante nublados, e fugi dali para fora. Então deu-se um clique de raciocínio lógico.
Está decidido.
Este ano, pela primeira vez, não vou dar presentes a ninguém.
Quem estiver com as expectativas muito elevadas, irá ter que se contentar com um abraço e um sorriso da minha companhia. Esqueçam objectos e afins. 
Esta posição não obriga, no entanto, à minha rejeição de qualquer oferenda que me seja dirigida. Ainda assim, não irei retribuir da mesma forma. Se quiserem jantar, lanchar, almoçar, conversar...contem comigo!
Esta é a minha altura do ano preferida, por várias e inúmeras razões. Sou do frio, sou do inverno, sou do natal e da família, e sou de 29 de Dezembro de 1985. Tudo dito.
Resumindo, este natal abro uma empresa de distribuição de abraços e beijos. 
Têm o meu contacto se sentirem que um objecto não vos encheu o coração... 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E depois, o que nos fica?


Já a minha mãe diz que sou o único da família que saiu ao meu bisavô. Não na habilidade, mas na forma intensa como vivemos, e pela paixão que nos agarra à vida. 
Infelizmente, não poderei afirmar que todas as pessoas adoram viver. Viver, que não significa o mesmo que estar vivo. 
Eu adoro viver, sou viciado no dia-a-dia, na indefinição que é o amanhã e na relação com o meu semelhante.
Resultado desta fixação, o simples facto de respirar me atormenta, porque fi-lo menos uma vez, estando mais próximo do fim. 
Mas será que existe um fim?
Um dos pensamentos do qual sou refém, vai na volta, é o da certeza de que um dia irei morrer e deixar isto tudo para trás. Não admito que o que eu construí, as relações em que me empenhei, tudo o que dei de mim...continue sem me dar satisfações, e me tire do "jogo" num segundo. 
Tenho muita dificuldade em aceitar que tudo isto continuará sem mim. Os meus filhos, os meus netos...que forma mais errada de deixar isto tudo. Que falha cometeu alguém na hora de planear o compromisso entre a vida e a morte, essas duas certezas absolutas.
Recentemente, mudei de estratégia. 
Sempre que esses pensamentos menos agradáveis me ocorrem, em vez de ficar envolto em tristeza ou devastado, comprometi-me em achar uma solução para tornar a realidade menos real. E acho que já consegui metade.
Nunca acreditei muito em vidas para além da morte. Mas algo sempre me fez ter vontade em acreditar nisso.
Hoje, estou mais perto de amainar o meu mau sentimento em relação à morte. 
Quero muito acreditar que depois disto há mais e mais. 
Quero cá voltar um dia, mesmo sem ser convidado. E quando voltar quero ser melhor do que sou agora. 
Se me "portar bem" desta vez, penso que terei maiores possibilidades de ser convidado a voltar.
Assim, um dos meus objectivos pessoais, e que só a mim me diz respeito, é o facto de querer ser sempre um indivíduo em constante evolução. 
Nada disto para demonstrar alguma coisa a alguém. Mas na altura da minha despedida, gostaria de olhar para trás e que isso me permitisse dizer um grande: ATÉ JÁ! 
Esta é uma reflexão que paira sobre mim estes dias, no entanto, ainda está longe de estar concluída, porque lhe falta conteúdo (experiência). 
Ainda assim, penso já ter bases sólidas para que faça parte das minhas crenças para o resto da vida.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Contra-Luz


Antes de me alongar sobre o tema, quero reforçar a ideia de que não sou minimamente homofóbico, nem coisa que o valha. E apenas estou aqui para vos relatar uma situação que me melindrou, talvez por ter sido a primeira vez.
Como sabemos, hoje a homossexualidade já não tem motivos para se esconder entre quatro paredes. Muitas conquistas foram feitas, muitas ainda estarão por fazer, mas hoje a mentalidade já é outra, e pelo menos para a maioria das pessoas da minha geração, este é um tema normal quando discutimos e olhamos para a sociedade em geral. Mas sem recuar muito no tempo, uns meros 10 anos apenas, esta realidade não era vista como hoje, nem vivida como amanhã será. Se hoje ainda existe algum pudor, vergonha, incompreensão, falta de civismo...no que toca à forma como é olhada a homossexualidade em geral, há 10 anos atrás podemos multiplicar tudo por dois. 
No meu tempo de estudante, não tenho nenhuma memória de alguma vez ter ouvido/visto algum/a colega demonstrar tendências gay. E como é normal, se alguma vez isso tivesse acontecido, por muito segredo que se guardasse, hoje já se saberia. Não sei se era por ser um assunto delicado ou tabu, mas realmente é algo que não fez parte do meu crescimento. 
Nunca tive um amigo/a gay, que se suspeitasse, ou que fosse assumido. Talvez por isso mesmo, este tenha sido um tema que foi melhor compreendido por mim ao longo da minha vida, porque não convivi com tal realidade na infância.
A verdade, é que muita gente aproveitou esta maior abertura social à homossexualidade, para "sair do armário" e assumir aquilo que sentiu toda a vida(uma situação e decisão, que percebo ser difícil).

Como vivo numa zona onde existem 3 colégios, é normal a passagem de jovens e crianças pelas imediações. Uns vão na brincadeira, outros de skate, outros aproveitam para fumar ou namorar nos cantos dos prédios. Ora, um desses prédios é o "meu". Um abrigo estratégico perfeito para os miúdos que querem fazer algo em segredo e com alguma privacidade. Por isso, quase todos os dias, vejo cenários destes, que sempre se passaram junto a escolas, fosse qual fosse a geração.
Um destes dias (mais do que um dia), enquanto vagueava por casa, dei por mim em modo ultra-stalker, boquiaberto ao ver duas jovens, que não deviam ter mais de 14 anos, numa cena amorosa explicita uma com a outra, num dos cantinhos do "meu" edifício. Não sei porquê, fiquei com vergonha mas sem reacção. Não por ter alguma coisa contra, como já disse atrás, mas porque, se calhar, quando penso em casais gays, penso sempre em pessoas adultas. 
Admito nunca ter pensado na homossexualidade entre adolescentes.
De lá para cá, de vez em quando, a imagem volta à minha esfera craniana, e tenho pensado muito em relação ao que vi. 
Já pensei muita coisa, já eliminei outras, e cada vez estou mais próximo de chegar a uma conclusão. Mas não está fácil...talvez ainda não tenha capacidade para interpretar o que vi.
Procuro não pôr nada em causa como é óbvio, e admito que, antes duas crianças do mesmo sexo a namorarem do que a drogarem-se.
A conclusão mais fácil a que cheguei foi: os tempos são outros, e a evolução é hoje feita à velocidade da luz. Ou nos adaptamos a ela, ou passamos a peças de museu...


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ainda a tentativa de ser vegetariano...


A verdade é que reduzi bastante o consumo de carnes brancas nas últimas semanas, e erradiquei por completo o consumo de carnes vermelhas da minha dieta. Houve um enorme aumento de vegetais e frutas, bem como a descoberta de novos pratos relacionados com estes tipos de alimentos.
A verdade, é que ainda vou ao frango ou ao peru uma vez ou outra. Muito por culpa da falta de tempo para ir a uma consulta de nutrição, para salvaguardar eventuais erros nutricionais que esteja a cometer. E acreditem que é mesmo só por isso. Até porque, o nosso corpo pede aquilo que lhe damos, e como já não lhe dou carne praticamente nenhuma, ele cada vez pede menos. 
A verdade é que já não salivo ao ver um hambúrguer, ou um naco na pedra, e quando estou com mais fome, só penso em noodles com legumes e cuscuz com manjericão e hortelã. Resumindo, não tenho vontade de comer carne.
Criei este hábito por mim mesmo, com base em informação que não tinha. Demonstrando a minha ignorância. Agora como, fico de consciência tranquila e sinto-me fisicamente como nunca. Nunca mais tive problemas de digestão nem crises de estômago, que me levaram ao hospital no início deste ano.
A verdade também é que leite nunca mais, e derivados cada vez menos. Até porque recentemente fico mal disposto sempre que misturo iogurtes com cereais ao pequeno almoço...iogurtes algo que tanto gosto.
No início disto tudo, todos os meus amigos me disseram que era apenas uma moda e que qualquer dia voltava ao "normal". O que é certo, é que tenho reparado que, de uma ou de outra forma, essas mesma pessoas foram influenciadas por mim, e hoje já não comem o que comiam. E eu só observo...
Outra verdade, é a de que ainda estou longe de ser vegetariano ou vegan, porque o peixe está presente, bem como os ovos e alguns produtos derivados do leite. Mas meio caminho está feito.
É tudo uma questão de informação e de clique. Quando o sentirem vão ver que evoluíram. 
Neste momento sou apenas um "wanna be". Mas temos que começar por algum lado...

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Porque não viajar?


Depois de um hiato forçado, eis que surjo rejuvenescido.
Hoje vou-vos pôr a par, em traços gerais, do quão proveitosa foi a minha última semana.
Viajar é sempre o melhor remédio.
10 dias, 3 países, 5 cidades e muitos Kms percorridos depois, sou capaz de vos fazer um pequeno relatório de "guerra". 
Cá vai:
Na sexta feira dia 13, a meio da tarde, viajei para Amesterdão. As coisas não começaram muito bem, visto que o avião onde seguia ficou retido no aeroporto e Lisboa, atrasando a descolagem em cerca de 45 minutos, porque o aparelho alegadamente tinha combustível a mais e quem lhe colocou combustível a dobrar, esqueceu-se de deixar o recibo no cockpit.
Lá aterrei em Amesterdão, e apressei-me para apanhar o comboio, e depois o Bus, que me levava ao tão desejado quarto de hotel. Fui-me apercebendo que às 23:00 os holandeses já não andam na rua, já é tarde, pelo que não vi praticamente ninguém. Morto de fome e sem mais opções lá tive que comer um pizza Margarita congelada, que custou 8 euros...e que me custou muito mais a digerir quando liguei a Tv e me apercebi do que se tinha acabado de passar em Paris...
No dia seguinte, já em plena cidade, visitei o Heineken Experience e a famosa casa de Anne Frank, que fez valer a pena a hora e quarenta à chuva e ao frio.
Durante dois dias e meio tive o privilégio de visitar/sentir uma das cidades mais heterogéneas onde já estive. Naquela teia de aranha com um cheiro característico que percorre as suas ruas, há de tudo (até chuva a mais)...a pontualidade e eficácia dos transportes públicos impressionaram-me, bem como a inflação dos preços de tudo face a Portugal. Por exemplo, uma viagem de meia hora de Bus custa 10 euros, e um café expresso 2,5 euros...
No geral, adorei a cidade e é daquelas onde apetece pecar constantemente.
No dia 16 de manhã, aterrei em Praga.
Vi-a o sol brilhar dois dias depois, mesmo que por volta das 16:00 este despegasse. Incrível foi a dificuldade para comprar bilhete de Bus que me levasse até ao hotel. Em pleno aeroporto, poucas ou nenhumas informações em inglês, uma confusa máquina de compra de bilhetes que teimava em engolir dinheiro sem dar nada em troca, uma antipatia extrema de quem tratava destas situações e falar inglês que é bom nada...resultado: lá consegui comprar bilhete 30 minutos depois, e apanhar os transportes, mesmo sem saber bem para onde seguiam (em Praga os bilhetes são por tempo e não por destino). Como a moeda não é euro, facilmente as conversões são adulteradas em todo o lado. Perder dinheiro é fácil.
O hotel ficava em Praga 7, e levava 20 minutos a pé todos os dias para ir até ao centro da cidade. Não fosse a linda vista do miradouro regado por um parque natural que me traçava a rota, e podia ter sido uma má opção andar a pé. Foi talvez a cidade onde bati o meu recorde de locomoção, pois bati os 10km por dia com facilidade. Em Praga os cães são como pessoas, entram em todo o lado e estão em todo o lado com os seus donos. Cidade dogfriendly, a começar desde logo pelo meu hotel.
Praga é uma mistura de Roma e Paris, mas ainda com muitos tiques soviéticos pelo meio. As pessoas não são propriamente simpáticas, mas fora isso é um local mágico e cheio de riqueza cultural. Os preços são bem mais em conta do que em Amesterdão, ao nível de Lisboa. 
Difícil é distinguir entre museus/edifícios históricos de restaurantes. Praga é mesmo a cidade onde vi os restaurante mais bonitos até hoje (e também mais mendigos, que fazem turnos entre um gole de vinho barato e uma posição menos ortodoxa de pedir nas ruas). Com preponderância para os de cozinha italiana.
Frio, chuva e vento acompanharam-me sempre, e neve nada... 
No geral, esteve um ponto acima de Amesterdão.
No dia 19 à meia noite, aterrei em Bruxelas.  
Recebido de forma acolhedora por um amigo, rumei a sua casa em Liége.
Seguindo concelhos de amigos, segui na manhã do dia seguinte para Bruges. Com um carro emprestado, fiz 200km numa hora e quarenta, pelo auto-estrada, onde apenas gastei 15 euros em combustível. Sim porque na Bélgica não se paga auto-estrada, não existindo portagens...bahhh 3º mundo!!
Bruges, pelo meio dia de uma sexta feira, apresentava 5 graus, e os preços ao nível de Amesterdão. Mas isso é o menos importante...Bruges é linda de morrer, ainda por cima nesta altura, sendo conhecida mundialmente por ser a cidade Natal. Parece uma cidade criada por Hollywood para passar o encanto que passa. Ali tudo vale a pena, desde as feiras espalhadas pelas praças, a simpatia dos locais, as iguarias, a decoração, o cheiro...eu que sou do inverno e do Natal não podia acabar a semana de melhor forma. 
No geral, Bruges era para viver o resto da minha vida. O único senão é que se situa na parte holandesa da Bélgica e não se percebe patavina. Nessa noite, regressei a Liége para um jantar memorável num restaurante italiano dos arredores.
No sábado de manhã, visitei o pouco que Liége tem para oferecer, para além dos seus tentadores gouffres.
No regresso a Bruxelas, estava programada uma curta visita à praça central, mas devido a questões de segurança, a cidade não tinha transportes públicos, pelo que decidi deixar Bruxelas para uma próxima e ir directo de comboio até ao aeroporto, que mais parecia um quartel general.
A viagem de regresso foi tranquila, e novamente com 40 minutos de atraso.
Agora percebo claramente o porquê de haverem companhias aéreas low-cost e outras não. Se tens compromissos marcados e decides viajar, por exemplo pela Easyjet ou RyanAir, ou os desmarcas ou escolhes outra opção de voo. Pontualidade não é com elas. Posso ter tido azar, mas logo na estreia da minha mala pelos ares, esta rebentou com o extremo cuidado do staff...obrigado, mas agora queixa-te à FIFA!
Viajar faz-nos crescer. Medicamento para muitas maleitas.

No entanto, como alguém disse um dia: "O homem viaja pelo mundo em busca do que necessita, e volta a casa para encontrar"    

domingo, 8 de novembro de 2015

Must See!!!



Por vezes faltam-me as palavras perante certas realidades, que não passavam da minha consciência ficcional. Hoje é uma dessas vezes. Por isso, não vou escrever muito e vou deixar à vossa consideração.
Ontem vi o famigerado filme da Netflix "Beasts of no Nation", e fiquei bastante impressionado. Não só pela grande categoria e qualidade do filme, mas muito mais pela realidade que este retrata. Cada vez mais tenho a noção que nasci, e vivo num dos sítios certos para esse efeito. Um pedacinho de céu na Terra. 
Depois existem outros locais do planeta que parecem serem feitos "apenas" para sobreviver.
"Beasts of no Nation" retrata e baseia-se, na realidade nigeriana em contexto de guerra civil. E tudo o que isso acarreta.
Não é um conflito convencional como estamos habituados a ver. Não é "apenas" guerra, vai para além disso. A Nigéria é o argumento, mas tantos outros países poderiam ter sido utilizados para este grande filme.


Impressionante e mais não digo.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Long Live Rock 'n' Roll nº 77


Shame on me!! 
Não, não tenho ouvido menos música ultimamente, bem pelo contrário. Só que, sendo sincero, tenho andado um pouco imerso no sub-mundo do hip-hop. Sim, é verdade!
Mas como este post trata de rock, seguirei como vos tenho habituado.
Mogwai. 
É vos familiar não é!? Este post tira o chapéu ao seu álbum novo. Falo-vos de "Central Belters" esta obra-prima desta super-banda.


Esta banda tornou-se um caso sério há já vários anos atrás, sempre que "cospe" cá para fora, com alta regularidade, álbuns de se lhe tirar o chapéu.
Não o sendo por natureza, creio que posso afirmar que "Central Belters" é uma espécie de best-of da banda. Este trabalho consegue reunir tudo o que de melhor Mogwai tem para nos oferecer. Desde viagens sonoras, mensagens convincentes, riffs espaciais...está tudo nele condensado.
Esta não é aquela banda que demora 5 anos a lançar um novo trabalho para criar altas expectativas, e acaba por ser algo frustrante. Ao contrário, a inspiração desta malta é tanta, que quase de ano a ano lançam trabalho novo. 
Para quem gosta de boa música, ela fica à distância de um clique no play. 

PS: Aconselha-se a sua audição com utilização de fonos para uma melhor experiência.   



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Try to!!


Ainda estou em choque com a notícia que passou em todos os meios de comunicação e que davam como causadora de cancro, as carnes vermelhas e as carnes processadas. Estou boquiaberto! Não pelo teor da notícia, mas pelo timing da mesma. 
Apenas em 2015, em Portugal, os media lançam uma notícia que já deveria constar do senso comum das pessoas há vários anos. 
Qual é a novidade?
Encharcamos a nossa cabeça diariamente pela desinformação que é vomitada pelos meios de informação, e depois não nos podemos admirar de continuarmos na cauda do mundo.
Este é um tema quente para mim, e já várias discussões tive acerca do mesmo que duraram horas e que não levaram a nada: consciencialização! 
É escusado tentar explicar coisas como esta, porque somos mentes fechadas e conservadoras, banhadas em vícios e prazeres.
Aqui reside a grande questão em torno desta coisa da carne. É que nós não no alimentamos apenas por necessidade de sobreviver, muito mais pomos alimentos à boca para retirarmos deles, apenas prazer. 
As pessoas comem cada vez mais pelo prazer do que estão a comer e não pela sua saúde ou subsistência. Enquanto assim for não há solução porque a cabeça não raciocina.
Não me quero alongar neste tema porque estariam aqui até amanhã a ler e eu a escrever. Apenas quero dar o meu testemunho.
Neste momento, sou uma tentativa de vegan. Não o sou totalmente porque ainda não tenho a informação nutricional necessária para ter uma dieta saudável, e tenho medo de estar a cometer erros. Por isso, e só por isso, continuo a comer peixe e produtos derivados do animal. Olho para isto como uma preparação e um projecto a curto-prazo.
Há cerca de 3 meses, depois de me consciencializar e informar em relação ao tema, deixei que o choque e a indignação entrasse na minha dieta. A partir de então reduzi cerca de 90% o meu consumo de carne, e em que os 10% que consumo, de forma esporádica, são carnes brancas, e apenas as consumo quando não tenho alternativas sem ser a de passar fome, e isso também não faz sentido.
Sempre fui habituado a devorar todo o tipo de carne, de toda a forma e feitio. Hoje, à distância de 3 meses e horas de informação, aboli quase por completo a carne da minha alimentação, e o sentimento de culpa desapareceu e foi substituído por uma consciência muito mais tranquila. Sinto que estou a fazer a minha parte.
Sempre pratiquei desporto de alta competição e continuo a praticá-lo, mas agora de forma recreativa e prazerosa. Tinha medo que esta mudança viesse piorar o meu rendimento, mas pelo contrário melhorou. É incrível como me sinto mais leve e mais apto. O meu corpo parece que desejava isto há muito tempo e demonstrava saturação de tanta carne. Fisicamente estou como nunca estive antes!
Um dos factores que mais influenciou esta mudança foi o cão que tenho a viver comigo e que me faz ganhar todos os dias. Os animais são seres incríveis, então porque temos que continuar a comê-los?
Outra das coisas que me vi obrigado a deixar de consumir foi leite, embora desta vez por motivos de saúde, por ser intolerante à lactose. Outro dos factores que melhorou em muito a minha qualidade de vida.


Porque razão seremos os únicos a beber toda a vida leite, que ainda por cima não é o da nossa mãe? É apenas vitamina para vitelas.

Este post não serve para tomar partidos de nada, apenas apela à consciência de cada um de nós. Será que faz sentido continuar? 
Informem-se, leiam e vejam. E eventualmente, experimentem mudar, nem que seja só porque sim.
  

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sushi Report: A primeira vez (não censurado)

(foto inspirada em José Cid)


Afinal também existe amor entre outras espécies.
Esta semana recebi uma chamada de um amigo, a solicitar os préstimos de playboy do Sushi, visto que uma dama de 4 patas se terá apaixonado por ele(como é normal) só de ouvir falar.
Como todos sabemos, o Sushi é um beagle cheio de sex appeal, e se havia alguém que dúvidas disso guardasse, eis que nos surge esta foto acima que as deita por terra. Como se pode ver pela foto, estamos perante um tremendo macho, amante...um cão à maneira antiga, que se colocou no topo da lista de desejos das cadelas de 4 patas. Esta foi também a foto que enviei ao dono da Buba, para que ficassem todos cientes do potento sexual que aqui refiro, com o nome artístico de Sushi. Um exemplar bem avantajado, de resto. 
Como, pelo menos nestas coisas entre cães e cadelas, o tamanho interessa, fiquei preocupado e solicitei uma foto da Buba para que não fosse um acto desproporcional. Como encontrei uma família de bem, o dono enviou-me esta foto da linda Buba:


Fiquei mais descansado quando vi esta foto, por saber que és cavalona, mas Buba, se me estás a ouvir, prepara-te para seres amada como nunca antes foste! (mais ou menos durante 1 minuto)
Os arranjos já foram feitos para que todo o processo amoroso corra às 6 patas (porque duas não estarão no chão). 
Hora e local definidos: Sábado, dia 24 de Outubro de 2015, pelas 18h, em local secreto, o Sushi e a Buba, dois excelentes exemplares da raça Beagle, irão trocar os seus fluídos e jurar infidelidade canina para sempre!

Para todos aqueles que quiserem seguir o acontecimento ao vivo, em breve disponibilizarei o link do streaming (apenas maiores de 18). Até lá, resta-me preparar o Sushi da melhor forma para o seu primeiro encontro amoroso, com um banho de sais e o seu melhor perfume. Não referi roupa porque não será necessário para a ocasião, e o Sushi é macho suficiente para fazer aquilo todo nu!

PS: Quem estiver interessado nalgum cachorrinho/a fruto deste amor, favor entrar em contacto por mensagem privada via Facebook.   



terça-feira, 20 de outubro de 2015

Lusco Fusco


Dia simpático que estava a ser o de hoje. Simpático ao nível meteorológico perceba-se, porque esta meia estação deixa qualquer pessoa indecisa em relação a tudo. 
A indecisão e o tédio semanal, marcam esta altura do ano e a procura pelo fim de semana é incessante. 
E, de repente, fez-se de noite eram cerca das 17:30 da tarde. Poderia ter sido o "armagedão" que sempre tinha mais graça do que uma simples nuvem carregada. 
Desabou, e levou consigo as pequenas pessoas que vagueavam aqui pela zona. Desapareceram todas.
Realmente, é incrível como a chuva, mais do que qualquer outra condição atmosférica, tem um extenso poder sobre nós. Sinto que existem pessoas que olham para a chuva como se caísse ácido sulfúrico do céu. Deixa-se imediatamente de fazer seja o que for, para se desaparecer como por magia. Vê-se tudo a correr e eclipsear-se como por magia. 
As pessoas simplesmente desaparecem...
Mas agora ficou de noite de repente e só será de dia novamente amanhã, sem que eu perceba bem o porquê.
Esperem...parece estar a passar agora aqui uma daquelas máquinas da "Guerra dos Mundos" e está a alimentar-se de pessoas.
Afinal, é o nosso alimento.  

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Só que não...


Vou só deixar correr.
Hoje acordei com um pensamento, que possivelmente me acompanhou toda a noite, mesmo estando eu atento ao descanso. 
Acordei com a clara noção dos contrastes em que vivemos nesta altura, neste país, neste planeta.
A verdade é que nunca tinha perdido tempo a pensar sobre este que acaba por ser um dilema. Afinal, os contrastes também nós fazem ficar perante dilemas, que nos sujeitam a optar constantemente.
Preto ou branco, sombra ou sol, migrar ou ficar, prazer ou saúde, frio ou quente...todos contrates que vão semeando os caminhos que optamos por pisar. 
Exemplo: a minha rua é agora rasgada, de forma fronteiriça, pela luz do sol que queima a estrada, e pela sombra que refresca a calçada. O meu caminho diário faz-se por ali. Mas se há uns meses atrás a minha opção era caminhar pela sombra, e fugir à luz, hoje o dilema foi diferente. Tentei, logicamente, caminhar pelo piso solarengo porque é outono e já deveria fazer mais frio, só que não. Desta vez, o lógico não o foi, e tentei caminhar pela sombra mas arrepiei-me. Assim, o piso fronteiriço entre o sol e a sombra, entre o quente e o frio, entre a luz e a penumbra, mostrou-se bem mais apropriado.
Existem momentos em que, pura e simplesmente, não existem contrastes que nos ajudem a optar. Nesses momentos a vida é um jogo. As coisas não têm que ser sempre claras e antagónicas, e aí reside a dificuldade do caminho e da opção a tomar.
Normalmente, quando se toma uma decisão, essa foi resultado da interpretação de duas ou mais opções, mas anormalmente, tal qual a vida que levamos, duas coisas tão diferentes não significam tomadas de decisão mais fáceis.
Recorrendo novamente à actualidade, neste momento não temos governo porque existem duas opções: direita ou esquerda. Deveria ter facilitado, só que não. 
É como o andar à sombra ou ao sol. Desde que esta redução termine sempre em ponto rebuçado, só que não...