Às vezes preocupo-me um pouco com a imagem do meu país. Não é uma preocupação desmesurada, no entanto, gosto de sentir o pulso à actualidade do meu país, sem aprofundar muito os temas, correndo o risco de ficar atolado em merda.
Quando não há cheiro, o tuga inventa. Somos inventores por natureza, sim senhor e muito obrigado.
Este é o retrato de Portugal 2016:
As pessoas queixam-se porque o Verão teima em chegar, mas na verdade ainda estamos na Primavera.
O primeiro grande festival de música na capital deu alguma barraca, as pessoas queixam-se mas vão na mesma.
Estamos à beira da febre da selecção nacional. Os portugueses continuam a bater no ceguinho e ele ontem marcou um golo.
Rumando a uma política de esquerda, o governo decide cortar o financiamento às escolas privadas. A extinta classe média vem para a rua, tal qual fantasma, e grita porque quer que o seu filho tenha liberdade para estudar onde os pais quiserem. Não contem comigo.
O e-government da máquina tributária encrenca na hora IRS. Os contribuintes reclamam, e para o ano quem trabalha de forma dependente já não tem que se chatear com isso. Eles fazem tudo.
Cá dentro não está bom. Entretanto, Lisboa e Porto preparam-se, este ano, para bater todos os recordes de turismo. Não tenho culpa de cá ter nascido.
Eu esforço-me para passar a imagem do meu país, a amigos meus estrangeiros, que somos a Califórnia da Europa. Eles teimam que somos o Cu da Europa.
Entretanto, amanhã é terça-feira.
Obrigado!
Lisboa, 30 de Maio de 2016